QUANDO VOCÊ FOI EMBORA
Alceu Valença
Quando você foi embora todo mundo me falava
Que você não tinha asas nem pernas pra caminhar
Mas você seguiu sozinha carregando dor e mágoa
Pôs os pés na nova estrada sem parar pra meditar
E foi um tal de sofrer, um tal de doer, um
tal de chorar
E foi um tal de sofrer, um tal de correr pra beira do mar
E eu só na sala deserta com a porta entreaberta
Pra te ver voltar
Quando você foi embora todo mundo lhe
falava
Que você não tinha asas nem pernas pra caminhar
Mas você seguiu sozinha carregando dor e mágoa
Pôs os pés na nova estrada sem parar pra meditar
E foi um tal de sofrer, um tal de doer, um
tal de chorar
E foi um tal de sofrer, um tal de correr pra beira do mar
E eu só na sala deserta com a porta entreaberta
Pra te ver voltar
Quando você foi embora todo mundo me falava
Que eu deixasse a nossa casa pra não cansar de esperar
Hoje não sinto mais nada, nem amor, nem dor, nem mágoa
Fechei a porta da entrada só pra não te ver voltar
QUANDO
EDUIM DESCE A RIBEIRA
Alceu Valença
Quando Eduim desce a Ribeira
Olinda inteira vai ouvir seu afoxé
Cid, Iris, Billy, Querubim,
Cafi, Zuleida
Olinda inteira vai ouvir seu afoxé
O atabaque, o bongô
O agogô, Candomblé
Moça bonita
Serás minha mulher
QUANDO
FUGIAS DE MIM
Alceu Valença/Emmanoel
Cavalcanti
Ai, ai, meu amor, tome cuidado
Não me deixe desolado
Como se eu fosse cair
Cair como chuva de peneira
Como onda traiçoeira
Derramada sobre ti
Eu vi meu desejo atropelado
Teu olhar angustiado
Quando fugias de mim
E assim mudamos de itinerário
Nosso transitar diário
Era avenida sem fim
QUE GRILO QUE DÁ (ROCK DE REPENTE)
Alceu Valença
É pra te envenenar
Meu repente é brasileiro
E a pitada de estrangeiro
Eu boto pra te envenenar
Me chamam cobra
E eu ando atrás de veneno
Veneno, veneno
Pra te envenenar
Me chamam cobra cascavel
Sou João Grilo
Menino traquino
Que grilo que dá
Cancão de fogo
Vira-mundo
Malazartes
Sou o riso e o desastre
Do meu Brasil popular
Macunaíma
Maquinando uma artimanha
Engolindo o Homem-aranha
Menino que grilo dá
QUIABO
SEDUTOR
Alceu Valença
Quando fui à ilha de Cuba
Passei por El Salvador
Quando fui à ilha de Cuba
Passei por El Salvador
E as muchachas só diziam
Ai, Quiabo sedutor
Ai muchacha, morena bonita
Da cor da canela
Meu charuto está aceso
Minha rosinha amarela
QUANDO EU OLHO PARA O MAR
Alceu Valença
Quando eu olho para o mar
Dentro do mar eu vejo um rio
Quando eu olho para o rio
Dentro do rio vejo a chuva
Quando eu olho para a chuva
É como se olhasse as nuvens
Quando eu olho para as nuvens
É como se olhasse o mar
Quando eu olho para mim
Dentro de mim tem você
Quando eu olho pra você
Por dentro sinto saudades
Quando eu olho pra saudade
Meus olhos vão desaguando
E é como um rio passando
Que não corresse para o mar
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