TOURNÉE
NORDESTINA (LUA DO LUA)
Alceu Valença
Campina Grande se faz tão
formosa
Caruaru está com todo tesão
A minha vida é um palco sobre rodas
Na tournée nordestina
Do São Pedro e São João
Arapiraca já estamos na estrada
Em Paulo Afonso avistei um balão
Em Petrolina comi milho verde
EM Arcoverde ouvi xaxado e baião
A tournée nordestina é no São Pedro e São
João
E novamente já estamos na estrada
Vida cigana cheia de ilusão
Olhei pra lua e me lembrei do Gonzaga
Na tournée nordestina
Do São Pedro e São João
TRISTE
COMÉDIA
Alceu Valença
Nosso amor foi bonito
E viveu seus dias de floria
Se eu errei ó minha rainha
Relembremos a nossa história
Nosso amor foi uma doce tragédia
Uma triste comédia um calafrio
Mais que amor foi um vício
Quase um desperdício de um copo vazio
Teve seu lado lindo
Eu te vi sorrindo e depois sumiu
Como somem na noite
Os meninos de rua do meu Brasil
TE AMO, BRASÍLIA
Alceu Valença
Eu estava tão lobo
Nos bares da vida
Sangrava a ferida
Do meu coração
E uma doida dona
Charmosa e tão linda
Com tudo de cima
Me botou no chão
Qual é o seu nome?
Me chamo Brasília
Sabia que um dia
Ia te encontrar
Ela só queria,
Eu quase acredito,
Quebrar o meu mito
E me abandonar
Se teu amor foi hipocrisia
Adeus, Brasília,
Eu vou morrer de saudade
Se teu amor foi hipocrisia
Adeus, Brasília,
Eu vou pra outra cidade
Agora conheço
Sua geografia
A pele macia
Cidade morena
Teu sexo, teu lago
Tua simetria
Até qualquer dia
Te amo, Brasília
TOMARA
Alceu Valença/Rubem
Valença Filho
Tomara meu Deus, tomara
Que tudo que nos separa
Não frutifique, não valha
Tomara, meu Deus
Tomara meu Deus, tomara
Que tudo que nos amarra
Só seja amor, malha rara
Tomara, meu Deus
Tomara meu Deus, tomara
E o nosso amor se declara
Muito maior, e não pára em nós
Se as águas da Guanabara
Escorrem na minha cara
Uma nação solidária não pára em nós
Tomara meu Deus, tomara
Uma nação solidária
Sem preconceitos, tomara
Uma nação como nós
TALISMÃ
Alceu Valença/Geraldo Azevedo
Diana,
Me dê um Talismã
Viajar,
Você já pensou em mais eu
Viajar
Quando o sol
Desmaiar
Ah, vou viajar
Olha essa sombra
Esse rastro de mim
Olha essa sobra
Essa réstia de sol
Que da poeira tossiu
Que da poeira...
Ah, Diana nem ligou
TROPICANA
Música: Vicente Barreto Letra: Alceu Valença
Da manga rosa quero o gosto e o sumo
Melão maduro sapoti juá
Jabuticaba teu olhar noturno
Beijo travoso de umbu-cajá
Pela macia ai carne de caju
Saliva doce doce mel mel de uruçu
Linda morena fruta de vez temporana
Caldo de cana-caiana
Vem me desfrutar
Linda morena fruta de vez temporana
Caldo de cana-caiana
Vou te desfrutar
Morena tropicana
Eu quero teu sabor
TAXI LUNAR
Geraldo Azevedo/Zé Ramalho/Alceu Valença
Pela sua cabeleira vermelha
Pelos raios desse sol lilás
Pelo fogo do seu corpo, centelha
Pelos raios desse sol
Apenas apanhei na beira mar
Um taxi pra estação lunar
Bela, linda, criatura bonita
Nem menina, nem mulher
Tem espelho no seu rosto de neve
Nem menina, nem mulher
Apenas apanhei na beira mar
Um taxi pra estação lunar
TIRANA
Vicente Barreto/Alceu Valença
Teus olhos me apavoram
Tirana, morro de medo
Quem olha os olhos por fora
Não vê a cor do segredo
Quando dentro bem dentro
Com olhos de desvendar
Da minha boca pra fora te falo
Teus olhos me apavoram
São setas no meu olhar
Cravadas dentro do peito
Rasgando meu coração
Como uma flecha de fogo
Queimando minha paixão
Olhos verdes, são olhos da cor magia
Segredos de olhar tinhoso
Serpente com a fome canina
Olhos verdes são olhos da cor magia
Serpente de olhar manhoso
Me hipnotiza dia a dia
TROVOADA
Alceu Valença
Águas rolaram sobre a quarta-feira
Ouviu-se um ronco e o trovão cantou
Águas rolaram descendo a ladeira
Na quarta-feira meu bem soluçou
Eu disse que vinha
E vou voltar
Eu volto um dia
Para ver as sereias do mar
TREM
DAS SETE
Raul Seixas
Ói, ói o trem
Vem surgindo de trás das montanhas azuis,
Olhe trem
Ói, ói o trem
Vem trazendo de longe as cinzas do
Velho aeon
Ói, já é vem
Fumegando, apitando, chamando os que
Sabem do trem
Ói, ói o trem
Não precisa passagem nem mesmo
bagagem no trem
Quem vai chorar?
Quem vai sorrir?
Quem vai ficar?
Quem vai partir?
Pois o trem já está chegando
Tá chegando na estação
É o trem das sete horas
É o último do sertão
Ói, ói o céu
Já não é o mesmo céu que você conheceu
Não é mais
Vê, ói que céu
É um céu carregado, rajado e suspenso no ar
Vê, é o sinal
É o sinal das trombetas do anjos
e dos guardiões
Ói, lá vem Deus
Deslizando no céu
entre brumas de mil megatons
Ói, ói o mal
vem de
braços e abraços com o bem
Num romence astral
TESOURA DO DESEJO
Alceu Valença
Ele:
Você atravessando aquela rua vestida de negro
E eu te esperando em frente a um certo Bar Leblon
Você se aproximando e eu morrendo de medo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon
Ela:
Quando eu atravessava aquela rua morria de medo
De ver o teu sorriso e começar um velho sonho bom
E o sonho, fatalmente, viraria pesadelo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon
Ele: Vamos entrar
Ela: Não tenho tempo
Ele: O que é que houve?
Ela: O que é que há...
Ele: O que é que houve meu amor,
Você cortou os seus cabelos...
Ela: Foi a tesoura do desejo,
Desejo mesmo de mudar
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