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Chorinho de Criança
(Geraldo Azevedo)

O Brasil existe em mim,
Como chorinho de criança,
O Brasil existe em mim,
Como um sambinha de esperança.

Toca meu tamborim,
O Brasil existe em mim,
Com seus olhos de criança.

O Brasil é um batuque,
Toque, de quem toca à go go,
O Brasil é um pandeiro,
Toque de quem joga capoeira,
O Brasil é um enredo,
Toque de quem samba na escola da Mangueira,
Toque de quem canta: "Sou Brasileiro a Vida Inteira!"

A gente espera e não se cansa,
Madrugada a gente acorda, no sereno a gente planta,
O dia inteiro trabalha e de noite a gente ama...

A vida toda a gente sonha,
no carnaval a gente dança,
O Brasil existe em mim,
como um sorriso de criança.

Laiá, lara... (4X)

O Brasil existe em mim....

Cadê Meu Carnaval 
(Folclore angolano) (Adaptação e arranjo de Geraldo Azevedo) 

Olê lê lê 
Cadê meu carnaval 
Olê lê lê 
Cadê meu carnaval 
Carnaval está morrendo 
Cadê meu carnaval 
Se o samba acabar 
Também vou morrer 
Carnaval está morrendo 
cadê meu carnaval 

Charme das Canções (UIS e AIS), O

(Geraldo Azevedo/ Capinam)

O charme das canções
São suas frases banais
São seus ais, seus uis e ão
Coisa de fazer sorrir
A triste noiva do faquir
Coisa de fazer sonhar
A moça do novo andar
Coisa de fazer parar
O chofer do caminhão
São seus ão meus ais e uis
Coisa de fazer chorar
A natureza morta
O charme das canções
São eu te amo
Tua traição teus punhais
A ai Jesus são seus uis
Meus ão e ais

São jamais jasmins ou nunca
São nunca mais vou querer teus beijos
Ou serão teus beijos sempre
E sempre mais
São seus ais seus uis e ão
Coisas que entornam
Um certo coração

 

Ciranda da Mãe Nina

Alceu Valença 

Foi numa ciranda 
Na estrada de Paulista 
Lá pras bandas de Olinda 
Laço branco no cabelo 
Da menina Severina 
Da menina Severina 

Navegando no seu corpo 
Emoldurado pela chita 
Com seu corpo navegando 
No terreiro de Mãe Nina 
Com seu corpo navegando 
No terreiro de Mãe Nina 

Ô cirandeiro, ô cirandeiro 

Onde anda aquela estrada 
De Paulista ou de Olinda? 
Onde laço onde fita 
Lenço branco da menina? 
Onde a voz do cirandeiro? 
Veste chita Severina? 
Onde anda meu irmão? 
A ciranda se acabando 
O sol mordendo a madrugada 
No compasso da lembrança 
Eu aqui sem esperança 
Sem ciranda ou cirandá 

Ô cirandeiro, ô cirandeiro 

Vim do Recife 
Um rapaz me perguntou 
Se na ciranda que eu vou 
Se tinha muitas morenas 
Eu disse tem 
Dessas morenas, mulata 
Dessas que a morte mata 
E depois chora com pena 
 


 
Canta Coração 
(Geraldo Azevedo/Carlos Fernando) 
 
Canta canta passarinho 
Canta canta miudinho 
Na palma da minha mão 
Quero ver você voando 
Quero ouvir você cantando 
Quero paz no coração 
Quero ver você voando 
Quero ouvir você cantando 
Na palma da minha mão 

Na palma da minha mão 
Tem os dedos tem as linhas 
Que olhar cigano caminha 
Procurando alcançar 
A nau perdida o trem que chega 
A nova dança 
Mata verde esperança 
Em suas tranças vou voar 
Passarinho eu vou voar 

Meu alegre coração 
É triste como um camelo 
É frágil que nem brinquedo 
É forte como um leão 
É todo zelo  é todo amor 
É desmantelo 
É Querubim é  Cão de Fogo 
É Jesus Cristo é Lampião 
Passarinho eu vou voar 
 

Caravana
(da trilogia Correnteza - I parte
) 

(Geraldo Azevedo/Alceu Valença) 

"La paz, el amor, la verdad 
Presente amanhã, coração 
A paz, o amor, a verdade 
Presente Mañana, corazón" 

Corra  não pare, não pense demais 
Repare essas velas no cais 
Que a vida cigana 
É caravana 
É pedra de gelo ao sol 
Degelou teus olhos tão sós 
Num mar de água clara 

 

Casa Brasileira 
(Geraldo Azevedo/Renato Rocha) 

A casa era uma casa brasileira, sim 
Mangueiras no quintal e rosas no jardim 
A sala com o cristo e a cristaleira 
E sobre a geladeira da cozinha um pinguim 

A casa era uma casa brasileira, sim 
Um pouco portuguesa, um pouco pixaim 
Toalhas lá da ilha da madeira 
E atrás da porta arruda e uma figa de marfim 

A casa era assim ou quase 
A casa já não está mais lá 
Está dentro de mim 
Cantar me lembra o cheiro de jardim 

A coisa é a coisa brasileira, sim 
O jeito, a maneira, a identidade enfim 
E a televisão, essa lareira 
Queimando o dia inteiro a raiz que existe em 
mim 

A casa era assim 
Um pouco portuguesa e pixaim 


 
Chorando e Cantando 
(Geraldo Azevedo/Fausto Nilo) 

Quando fevereiro chegar 
Saudade já não mata a gente 
A chama continua 
No ar 
O fogo vai deixar semente 
A gente ri, a gente chora 
Ai, ai, ai, ai, a gente chora 
Fazendo a noite parecer um dia 
Faz mais 
Depois faz acordar cantando 
Pra fazer acontecer 
Verdades e mentiras 

Faz crer 
Faz desacreditar de tudo 
E depois 
Depois amor ô, ô, ô, ô 
 
Ninguém, ninguém 
Verá o que eu sonhei 
Só você, meu amor 
Ninguém verá 
O sonho que eu sonhei 

Um sorriso quando acordar 
Pintado pelo sol nascente 
Eu vou te procurar 
Na luz 
De cada olhar mais diferente 
Tua chama me ilumina 
Me faz 
Virar um astro incandescente 
O teu amor faz cometer loucura 
Faz mais 
Depois faz acordar chorando 
Pra fazer e acontecer 
Verdades e mentiras 
Faz crer 
Faz desacreditar de tudo 
E depois 
Depois do amor, amor, ô, ô 

 

Campo Alegre
(Geraldo Amaral)

Estrelas explodem em seu rosto
Anoitecer
E a noite se confunde
E o entardecer vem
Natureza canta como ninguém
Só quem vê sou eu e você
Quando claro depois tudo se fizer luar
E o cheiro dessa mata lua branca
Noite se confirma
E o entardecer foi com o luar
No meio de um campo alegre
É você quem ouve
Eu a cantar
Eu e você
Luar mata
Lua branca

 

Cantilena de Lua Cheia
(Vital Farias)

 Deus esteja nessa casa
Em formato e coração
Coração feito um menino
Nordestino o destino
Na janela um pé de rosa
Beija-flor beija o quintal,
Bem te vi, te vi, te vejo
Que o desejo é natural
Companheiro, camarada
Nessa estrada da canção
Cantilenas, dissabores
E os amores vãos
Violeiro quando toca
As cordas do coração
Ficam presas entre abraços
Nos acordes na canção
Vem que a lua já é cheia
Tece a veia inspiração
Passa lenta a passarada
Passará não passa passará
Cantilena de lua cheia
Cantilena de lua, de luar
De lua cheia

 

Cantiga do Boi Incantado
(Elomar)

Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, boi incantado e aruá
É boi quem havera de pegá
Na mia vida de vaquêro vagabundo
Já nem dá conta dos pirigo qui infrentei
Apois aqui das nação de gado qui ai no mundo
Num tem um só boi qui num peguei

É, É, É, É... boi incantado e aruá
É boi quem haverá de pegá
Eu vim de longe, bem pra lá daquela serra
Qui fica adonde as vista num pode alcançar
Ricumendado dos vaquêro de mía terra
Pra nessas bandas eles nóis representar
Alas qui viemo in dois eu e mais ventania
O mais famado dos cavalo do lugá
Meu sabaruno rei de largo e do grotão
Vê se num isquece da promessa qui nóis feiz
Naquela quadra de ferra laço e moirão
Na luz da tarde os olhos dela e meu cantá
A mais bunita de brumado ao pancadão
Juremo a ela viu ti pegá aruá

É, É, É, É...boi incantado e aruá
É boi quem
De indubrasil nerol'xuite guadimá
Moura junquêro pintado nuve e alvação
Junquêro giz peduro landrêis maiobá
Pintado laranjo, rajado lubião
Boi de gabarro banana môcho armado
De curralêro ao levantado barbatão
De todos boi que ai no mundo já peguei
Afôra lá ele qui tem parte cum cão
O tal boi bufa cum este nunca labutei
E o incantado qui distinemo a pegá
Pra nóis levá pras terra daquela donela
Jurema a ela viu te levá boi aruá bis

É É É É É É... boi incantado e aruá
Ê boi quem haverá de pegá  

 

Cantiga do Amigo
(Elomar)

Lá na Casa dos Carneiros
Onde os violeiros
Vão cantar louvando você
Em cantiga de amigo
Cantando comigo
Somente porque você é
Minha amiga mulher
Lua nova do céu que já não me quer
Dezesete é a minha conta
Vem minha amiga e conta
Uma coisa linda pra mim
Conta os fios dos teus cabelos
Sonhos e anelos
Conta-me se o amor não tem fim
Madre amiga é ruim
Me mentiu jurando amor que não tem fim
Lá na Casa dos Carneiros
Sete candeeiros
Iluminam a sala de amor
Sete violas sem clamores
Sete cantadores
São sete tiranas de amor
Pra amiga em flor
Qui partiu e até hoje não voltou
Dezessete é minha conta
Vem minha amiga e conta
Uma coisa linda pra mim
Pois na Casa dos Carneiros
Violas e violeiros
Só vivem clamando assim
Madre amiga é ruim
Me mentiu jurando amor que não tem fim.  

 

Ciúme, O
(Caetano Veloso)

Dorme o sol a flor do Chico meio dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro, o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
Que nem alegre, nem triste, nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti
Não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu
Juazeiro nem te lembras desta tarde
Petrolina nem chegaste a perceber
Mais na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda a estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa sombra do ciúme.

 

Coração Bobo
(Alceu Valença)

Meu coração tá batendo
Como quem diz não tem jeito
Zabumba, bumba esquisito
Batendo dentro do peito
Teu coração tá batendo
Como quem diz não tem jeito
O coração dos aflitos pipoca
Dentro do peito (Bis)

Coração bobo, coração bola
Coração balão, coração são João
A gente se ilude dizendo já não há mais coração

 

Caravelas 
(Geraldo Azevedo/Carlos Fernando) 

Caras beijos belo vida 
Caras caras caras 
Caravelas 
Velas caras belas 
Beijam o sol 

Abrindo o verão 
Rompendo a barra 
Girando oitenta 
Com uma canção 
Bela bela negra 
Cabeleira 
Sacode morena sacode 
Meu coração 

Tolo tolo tolo 
Feito a brisa 
Que bate de leve na gente 
E segue sem direção 


 
Cintilante Coração 
(Geraldo Azevedo/Capinan) 

Quando outra luz brilhar no coração 
Talvez a paixão 
Talvez o agreste 
Ou quem sabe a chuva 
Que jamais matará 
A sede do coração 
Do nordeste 
Talvez cometas 
Ato de amor que jamais se comete 
Meninos, meninas 
De todas as ruas 
Candelária, Bagdad, Budapeste 
Encurralando o mistério rebelde 
De um coração que jamais se conhece 
Taxi lunar 
Que nunca chega ao lugar 
E que jamais ultrapassa 
O meu destino na veia 
Minha cósmica aldeia 
Radioativos contrastes 
Contrastes, contrastes 

Com quais das paixões eu te conheço 
Desde o começo 
Da terceira 
Da segunda 
Da primeira 
Da última guerra 
Quem no planeta Terra 
Faz parar meu coração? 
Ninguém ou não 
Brasil Brasil Brasil 
1500 em pleno 2000 
Em tempo ainda 
De sermos a Índia 
A Índia que Cabral não viu 
Brasil 
Em que mil ou nada 
Seremos a terceira geração 
Cintilante coração 
Nunca paras de bater 
Nunca baterás em vão 

 

Como Flor 
(Geraldo Azevedo/Priscila Melilo/Ferreirinha Metalúrgico) 

Subindo a colina 
Ao sol poente 
Homem cansado curvado 
Poeira no olhar 
Caminho de volta 
Meu pé de vento 
Soprando manso 
O descanso 
Te espera afinal 
Já se vê 
Rosto amigo feliz 
A te esperar 
Veste branco um sorriso 
E brilha em seu olhar 
Um resto de esperança 
Que a vida deixou 
Só pra quem sofreu 
Chorou sem saber 
Que o amor 
Nesse chão que é seu 
Como flor nasceu 
Viveu sem saber 
Que o amor 
Nesse chão que é seu 
Como flor nasceu 

 

Coqueiros 
(Geraldo Azevedo/Marcus Vinícius) 

Por entre as palmas desse lugar 
Por coqueiros de beira mar 
Beira os olhos do meu amor 
Buscando os meus 
Vento a soprar 
Quero as águas verdes 
E quero enfim 
Ser maior do que esse mar 
Que avança sobre mim 
Sobre a areia quero amar 
Mas vou te dizer amor, mulher 
Na paisagem do teu corpo 
Vou deixar meu sorriso 

Entre cirandas e cirandar 
A cidade Recife, o sal 
Do mar que derramei, chorei 
Quando deixei tudo por lá 
Entre pedras, ruas, só meu amor 
Entre a gente que falava de mim 
Que parti 
É hoje aqui quis me lembrar 
Vendo as praias tão sem cor, enfim 
Sem as palmas dos coqueiros meu amor 
Eu me lembro 

 

Coração do Agreste 
(Carlos Fernando/Pissica/Geraldo Azevedo) 

Quero ver você sorrir 
Quero ver você cantar 
Quero você menina 
Num galope à beira-mar 
Caruaru se cerca de luz 
Parece um cuscuz 
Quem foi que cercou 
Foi dona boleira 
Que é dona Cordeira 
Que foi pro estrangeiro 
Comprar um motor 
Pra clarear a mesa 
Pra clarear a pança 
Pra clarear a casa 
De Maria Pequena 
Na matança 
Pra clarear a mesa 
Pra clarear a dança 
Pra clarear a casa 
De Maria Pequena 
Na matança 

 

Canção de Despedida
(Geraldo Azevedo/ Geraldo Vandré)

Já vou embora
Mas sei que vou voltar
Amor não chora
Se eu volto é pra ficar
Amor não chora
Que a hora é de deixar
O amor e agora
Pra sempre ele ficar
Eu quis ficar aqui
Mas não podia
O meu caminho a ti
Não conduzia
Um rei mal coroado
Não queria
O amor em seu reinado
Pois sabia
Não ia ser amado
Amor não chora
Eu volto um dia
O rei velho e cansado
Já morria
Perdido em seu reinado
Sem Maria
Quando eu me despedia
E no meu canto lhe dizia...

 

Cantiga do Estradar
(Elomar)

Tá fechano sete tempo
Qui mia vida é camia
Pulas istrada do mundo
Dia e noite sem pará
Já visitei os sete rêno
Adonde eu tia qui cantá
Sete didal de veneno
Traguei sem pestanejá
Mais duras penas só eu veno
Ôtro cristão pra suportá
Sô irirmão do sufrimento
De pauta vea c'a dô
Ajuntei no isquicimento
O qui o baldono guardô
Meus meste a istrada e o vento
Quem na vida me insinô
Vô me alembrano na viagem
Das pinura qui passei
Daquelas duras passage
Nos lugari adonde andei
Só de pensá me dá friage
Nos sucesso qui assentei
Na mia lembrança
Ligião de condenados
Nos grilhão acorrentados
Nas treva da inguinirança
Sem a luz do Grande Rei
Tudo isso eu vi nas mia andança
Nos tempo qui eu buscalava
O trecho alei
Tô de volta já faiz tempo
Qui deixei o meu lugá
Isso se deu cuano moço
Qui eu saí a percurá
Nas inlusão qui hai no mundo
Nas bramura qui hai pru lá
Soltei pru prefundos pôço
Qui o Tioso tem pru lá
Jesus livrô derna d'eu moço
Do Raivoso me paiá
Já passei pur tantas prova
Inda tem prova a infrentá
Vô contano mias trova
Qui ajuntei no comiá
Lá no céu vejo a lua nova
Cumpaia do istradá
Ele insinô qui nois vivesse
A vida aqui só pru passá
Qui nois intonce invitasse
O mau disejo e o coração
Nois prufiasse pra sê branco
Inda mais puro
Qui o capucho no algudão
Qui num juntasse dividisse
Nem negasse a quem pidisse
Nossos terém nosso perdão
Só assim nois vê a face Ogusta
Do qui habita os altos céus
O Piedoso o Manso o Justo
O Fiel e cumpassivo
Siô de mortos e vivos
Nosso Pai e Nosso Deus
Disse Qui haverá de voltá
Cuano essa terra pecadora
Margulada in transgressão
Tivesse chêa de violença
De rapina de mentira e de ladrão

 

Chão de Giz
(Zé Ramalho)

Desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas/ em jornais de folhas, amiúde...
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes Disparo bolas de canhão/ É inútil pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar quem sabe
Uma camisa de força
Ou de Vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Agora pego um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de "Boy"
That's over baby! Freud explica
Não vou me sujar
fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É um assunto popular
No mais estou indo embora
No mais estou indo embora
No mais...

 

Cordão do Rio Preto

Alceu Valença 

...E as morena na jinela 
divertindo os carnavá. 

Eita, sofrê 
Ê, tanto pená 
Morena na jinela 
Divertindo os carnavá 

Rio Preto vai passado 
Pra que tanto carnaval 
Pra que ter que se ir em frente 
Depois do ponto final? 
Rio Preto se arrastando 
Pra que tanto carnaval 
Pra que ter que se ir em frente 
Depois do ponto final? 

Estandarte desbotado 
Alegria disfarçada 
Dez mil réis daquela rifa 
Rio Preto nas calçadas 
Olha o passo de Nezinha 
Pulando numa perna só, só, só 
E o Cordão do Rio Preto 
Na garganta dá um nó 
E Sá Maria das Dores 
Rio preto, ai que dó 

Ai, que lindo Rio Preto 
Ai, que tempo tão atrás 
...E as morena na jinela 
Divertindo os carnavá 

 

Cravo Vermelho
(Carlos Fernando)

Quintais varandas de Olinda
Farol ladeiras de luar
Descansa teus olhos mirante
Não tem marinheiro no mar
Eu sou daqui mas vim de longe
Contando estrelas naveguei na barca grande
Cravo vermelho na lapela
A madrugada vou varar junto com ela
Tem rosa de cor morena
Uma verbena pra me enfeitar
São flores de carne e osso
Pro meu pescoço pro meu colar

 

Canta Brasil

(David Nasser / Alcir Pires Vermelho)

As selvas te deram nas noites teus ritmos bárbaros
E os negros trouxeram de longe reservas de pranto
Os brancos falaram de amor em suas canções
E dessa mistura de vozes nasceu o teu canto

Brasil, minha voz enternecida
Já adorou os seus brasões
Na expressão mais comovida
Das mais ardentes canções
Também na beleza desse céu
Onde o azul é mais azul
Na aquarela do Brasil
Eu cantei de norte a sul
Mas agora o teu cantar
Meu Brasil, quero escutar
Nas preces da sertaneja
Nas ondas do rio-mar
Oh, esse rio turbilhão
Entre selvas de rojão
Continente a caminhar
No céu, no mar, na terra Canta Brasil

 

O Canto da Ema

Ayres Viana, Alventino Cavalcante e João do Vale

      
A ema gemeu no tronco do jurema
Foi um sinal bem triste, morena
Fiquei a imaginar
Será que é o nosso amor, morena
Que vai se acabar?
Você bem sabe, que a ema quando canta
Traz no meio do seu canto um bocado de azar
Eu tenho medo, morena, eu tenho medo
Pois acho que é muito cedo 
Pra essa amor acabar
Vem morena, vem, vem, vem
Me beijar, me beijar
Dá um beijo, dá um beijo
Pra esse medo se acabar

 

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