Retorna ao índice de letras

Domingo de Pedra e Cal
(Geraldo Azevedo/Carlos Fernando) 

Pisando na argamassa 
Do que vai ser construído 
Ao longo das avenidas 
Olho passeio perdido 
A golpes de pedra e cal 
O horizonte ferido 
A golpes de pedra e cal 

Longe do mar vem São Paulo 
Longe do mar minha dor 
Se perto estou do meu peito 
Muito mais do meu gemido 
Do frio aqui contraído 
Entre a cama e o cobertor 

Estou distante dos olhos 
Dos corações futuristas 
Da quase total infância 
Da mulata alegria 
De todo cheiro da feira 
Do coração de Luzia 
Distante estou das ladeiras 
Caminhar da colina 
 

Dona da Minha Cabeça  
(Geraldo Azevedo/Fausto Nilo) 

Dona da minha cabeça 
Ela vem como um carnaval 
E toda paixão recomeça 
Ela é bonita, é demais 

Não há um porto seguro 
Futuro também não há 
Mas faz tanta diferença 
Quando ela dança, dança 
 
Eu digo e ela não acredita 
Ela é bonita demais 
Eu digo e ela não acredita 
Ela é bonita, é bonita 
 
Dona da minha cabeça 
Quero tanto lhe ver chegar 
Quero saciar minha sede 
Milhões de vezes, milhões de vezes 

Na força desta beleza 
É que eu sinto firmeza e paz 
Por isso nunca desapareça 
Nunca me esqueça, não te esqueço jamais 

Eu digo e ela não acredita...  

 

Dia Branco 
(Geraldo Azevedo/RenatoRocha) 

Se você vier 
Pro que der e vier comigo 
Eu te prometo o sol 
Se hoje o sol sair 
Que a chuva 
Se a chuva cair 
Se você vier até onde a gente chegar 
Numa praça na beira do mar 
Pedaço de qualquer lugar 
Nesse dia branco 
Se branco ele for 
Esse tanto 
Esse canto de amor 
Se você quiser e vier 
Pro que der e vier comigo 

Esse tanto 
Esse tonto 
Esse tão grande amor 
Se você quiser e vier 
Pro que der e vier 
Pro que der e vier comigo 

Disparada
(Geraldo Vandré/ Théo)

Prepare seu coração
Pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte o destino tudo
Estava fora de lugar
Eu vivo pra consertar
Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu
Boiadeiro muito tempo
Laço firme braço forte
Muito gado muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando
As visões se clareando
Até que um dia acordei
Então não pude seguir
Valente lugar-tenente
De dona do gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange ferra engorda e mata
Mas com gente é diferente
Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
E qualquer querer tivesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer mais longe que eu

 

Retorna ao índice de letras