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Juritis e Borboletas 
(Geraldo Azevedo/Carlos Fernando) 

A bala a agulha 
A menina a avó 
No retrato a postura 
A caça a cozinha 
A moça a varanda 
Espera o jantar 
O som do piano 
Se espalha na sala 
Na cores do campo 
Juritis borboletas 

Em câmara lenta 
Vi tudo acordar 
Delirando ou sonhando 
Enrolado e atado 
Queimando de febre 
Enrolado e atado 
Delirando ou sonhando 
Enrolado e atacado 
Vi e ouvi 
Os insetos comendo 
Comendo o meu jejum 

 

Jacarepaguá Blues
(Zé Ramalho)

Tão inocente
Foi o jeito que essa mina
Descarada, arranhada, repulsiva
Me jogou de repente
Eu já sabia das suas intenções
Maléficas contra mim
Por isso me precaví com todo alho e cebola
Que eu consegui encontrar
Mas o que eu não sabia
Era que você era
Exata e precisa
Nos seus movimentos
Por isso confesso
Eu tô num terrível astral
Minha família mandou-me um cartão postal
Pois tal cartão
Conseguiu me fazer chorar
E o reco-reco que eu brincava
E, mãe, A senhora me bateu
Porque eu troquei
Por um isqueiro
Pra poder fumar
Um tal negócio ou coisa parecida
Que faz
Bem ou mal a saúde
Não me interessa, mãe
Vá perguntar ao Gabeira
Se você pode fumar
Mas o capítulo
Da novela dolorida,
Colorida, comovida
Que eu pedi pra ver
O personagem que encenava a contra a
mão do gancho
A oficina telepática me sorria
Como um camafeu
Mas a senhora não sabia
Que essa trama toda
Ia cair nas costas da pessoa que vos fala
e relata o que aconteceu.

 

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