O Paraíso Agora
(Geraldo Azevedo/Fausto
Nilo)
Chegue mais perto de mim
O mais que puder
Tente-me,toque-me
Faça o que quiser de mim
Quero sentir tuas mãos
Teus olhos nos meus
Nossa amizade
Nunca disse adeus
E eu não quero só saudade
Quero mais
Sorte e felicidade
E a paz
Depois que a fruta mordida for
Foi pra nós o sinal
O portal da paixão
Se Deus quiser
Vamos voltar
E adormecer
Nesse pomar
ao luar
Da noite mais feliz
O paraíso agora
Picadeiro do Tempo
(Geraldo Azevedo/Pippo Spera)
A quem olhar toda beleza
A cada passo uma surpresa
Os aviões e eu andando sob o sol
Em dissonante sustenido
E bemol
E tudo gira, é natureza
Em todo espaço uma certeza
Cada cabeça um planeta
O que não vou duvidar
Na cauda desse cometa
Sei alguém vai se queimar
E no picadeiro do tempo
De um circo voador
Na força do pensamento
Vou encontrar o amor
Planetário
Alceu Valença
Esperei no Planetário o meu amor
Ela foi ao analista e ainda não voltou
Esperei no Planetário o meu amor
Ela foi ao analista e ainda não voltou
São mil horas, mil estrelas
Que nos separam dela
O Cruzeiro do Sul
E essa super-novela
Esperei no Planetário o meu amor
Ela foi ao analista e ainda não voltou
Esperei no Planetário o meu amor
Ela foi ao analista e ainda não voltou
Os ruídos dos carros
A moral, a ciência
A psico-neuro-violência
E essa estrela muito branca
De cristal
Esperei no Planetário o meu amor
E essa lua é de gesso ou isopor?
Esperei no Planetário o meu amor
E essa lua é de gesso ou isopor?
Heloísa não viu
Uma estrela caiu
E o som imaginário
Foi tomando o Planetário
E a ursa menor apagou...
Prazeres
(Geraldo Azevedo/Carlos Fernando)
Prazeres
És a palavra mais linda
De todas da nossa língua
Mãe lusitana palavra
Prazeres
Tens a magia dos deuses
És alimento dos seres
Que são amados ou não
Prazeres
Universo de desejos
Quando chegas tarde ou cedo
Entram em flora os corações
Prazeres
Prima irmã da juventude
Dos idosos a plenitude
Da infância o além mar
Prazeres
Bairro da minha cidade
Onde a morenidade
Faz a lua suspirar
Prazeres
Prosa Impúrpura do Caicó, A
(Chico César)
Ah! Caicó
Arcaico
Em meu peito catolaico
Tudo é descrença e fé
Ah! Caicó
Arcaico
Meu cashcouer mallarmaico
Tudo rejeita e quer
É com é sem
Milhão e vintém
Todo mundo e ninguém
Pé de xique-xique
Pé de flor
Relabucho velório
Videogame oratório
High-cult simplório
Amor sem fim desamor
Sexo no-iê
Oxente oh! Shit
Cego Aderaldo
Olhando pra mim, Moonwalkman
Pelas Ruas Que Andei
(Alceu Valença/ Vicente Barreto)
Pelas ruas que andei, procurei
Pelas ruas que andei procurei...procurei
Pelas ruas que andei procurei...procurei
Te encontrar
Na Madalena eu revi o teu nome
Na Boa Vista quis te encontrar
Rua do Sol, da Boa Hora rua da Aurora
Vou caminhar
Rua das Ninfas, Matriz, Saudade da
Soledade de quem passou
Rua Benfica, Boa Viagem na Piedade
Cantador
Prefiro Você
(Pippo Spera - Renato Rocha)
Dizer que a chuva deseja cair
E o vento deseja soprar
Só pra dizer
Que eu desejo você
Como se as coisas tivessem
Querer
E a noite quisesse chegar
Só pra dizer
Como eu quero você
Digo que o tempo prefere
Seguir
Que a água prefere correr
E que as pedras preferem
Parar
Para dizer
Que eu prefiro ficar
Eu prefiro você
Como se as coisas tivessem
Querer
E o vento quisesse soprar
Só pra dizer
Como eu quero você
Digo que o tempo prefere
Seguir...
Príncipe Brilhante
(Geraldo Azevedo/Carlos Fernando)
Príncipe do sol
Me dá um beijo
Na tua boca
Cor de maça
Romã D'Angola
Flor do Caribe
Do xique-xique
Do cabotã
Príncipe brilhante
Corpo moreno
Tu és ciúme
És feitiço
És o mar
Eu sou aquela
Aquela menina
Laço de fita
Sabor de mel
De qualquer maneira
Eu pinto o sete
Eu sou a Diana, moreno
Eu quero é cantar
Princípio do Prazer, O
(Geraldo Azevedo)
Juntos vamos esquecer
Tudo que doeu em nós
Nada vale tanto pra rever
Tempo que ficamos sós
Faz a tua luz brilhar
Pra iluminar a nossa paz
O meu coração me diz
Fundamental é ser feliz
Juntos vamos acordar o amor
Carícias, canções
Deixe entrar o sol da manhã
A cor do som
Eu com você sou muito mais
O princípio do prazer
Sonho que o tempo não desfaz
O meu coração me diz
Fundamental é ser feliz
Paula e Bebeto
(Milton Nascimento e Caetano Veloso)
É vida vida amor brincadeira a vera
Eles se amaram de qualquer maneira a vera
Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor vale a pena
Pena que pena que coisa bonita diga
Qual a palavra que nunca foi dita antes
Qualquer maneira de amor vale a aquela
Qualquer maneira de amor vale amar
Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor valerá
Eles partiram por outros assuntos muitos
Mas no meu canto estarão sempre juntos muito
Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira de amor vale amar
Eles se amam de qualquer maneira a vera
Eles se amam é pra vida inteira a vera
Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor vale amar
Pena que pena que coisa bonita diga
Qual a palavra que nunca foi dita diga
Qualquer maneira que eu cante esse canto
Qualquer maneira de amor me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor valerá
Pedras e Moças
(Geraldo Azevedo/ Zé Ramalho)
Acho que a primeira pedra
Quem atirou não tem perdão
A segunda pedra
Quem a jogou não sei
Sei que não sou eu quem ferirá
Pela última vez
As milhares moças
Tantas madalenas
Tenras tão pequenas
Loucas de tanto amor
Como é que vão
Como é que vêm
Tanto querer sem um bem
Só segura nesta pausa
Quem tem um sol que é maior
De quem tenha dó sem ser menor demais
Sabe e saberá de si
Talvez quem penetrou
Nas milhares moças
Tantas madalenas
Tenras tão pequenas, loucas
De tanto amor
Como é que vão
Como é que vêm
Tanto querer sem um bem
De tanto amor
Como saber
Quando gozar
Sem conhecer seu sabor
Irá dizer
Irá dançar
Se os sonhos que vêm
Antes do anjos
Dos homens e do demônios
Luciferianas, pobres gabriéis
Como são cruéis os deuses meus
Ou então serão de tanto amor
Como é que vão
Como é que vêm
Tanto querer sem um bem
De tanto amor
Como saber
Quando gozar
Sem conhecer seu sabor
Parceiro das Delícias
(Geraldo Azevedo/Capinam)
Amor... Vem me tirar da rede
Amor... Vem me tirar da sede
Amor... Nem que seja das intrigas
Vem me tirar... vem me botar na vida
Amor... Vem me tirar o cinto
Amor... Vem me tirar a pele
Amor... Nem que seja sem malícia
Vem me tirar... vem me fazer carícias
Vem me tirar às vezes pra dançar
Até me machucar amor...
Vem me botar na rede
E reviver a sede
Vem me fazer aquele amor
Parceiro das delícias
Amor... Amor... !
Plano Romântico
Geraldo Azevedo/ Capinan)
A moça que me quis bem
Era filha do rei do mundo
Quando ví que era profundo
Seu olhar de oceano
Eu fiz um plano romântico
De plantar uma trepadeira
Que de noite florescesse
Flores e frutos azuis
Mas o rei tinha no muro
Um olho que via tudo
E viu quando este vagabundo
Afinando o violão
Pôs na terra o coração
O rei soltou os cavalos
Galopou sobre a semente
Em vez de nascer a flor
Floresceu uma serpente
Um dragão cuspindo fogo
Eis que o rei caiu no logro
De fecundar a paixão
Montei serpente e dragão
Subi na janela e roubei
A princesa dos olhos fundos
E quando toco nas cordas
Ela acorda feito canção
O mundo fica sabendo
Que ela não é só minha
Melodia e harmonia
Renascer do coração
Vamos todos caminhar juntos
Ela é de todo mundo
Toda canção é do povo
Hoje o rei não canta, não
Zé Ramalho
Ói, com tanto dinheiro girando no mundo
Quem tem pede muito e quem não tem pede mais
Cobiçam a terra e toda riqueza
Do reino dos homens e dos animais
Cobiçam até a planície dos sonhos
Lugares eternos para descansar
A terra do verde que foi prometida
Até que se cansem de tanto esperar
Que eu não vim de longe para lhe enganar
O tempo do homem, a mulher e o filho
O gado novilho, a burra, o curral
Vaqueiros que tangem a humanidade
Em cada cidade, cada capital
Em cada pessoa de procedimento
Em cada lamento palavras de sal
A nau que flutua no leito do rio
Conduz a velhice conduz a moral
Assim como Deus
Parabéns o mal
Já que tudo depende da boa vontade
É de caridade que eu quero falar
É daquela esmola da cuia tremendo
O mato-me-rendo é lei natural
Ói, no muro de cal espirrado de sangue
De lama, de mangue, de ruge e batom
O tom da conversa que ouço me criva
De setas, e facas, e favos de mel
É a peleja do diabo
Com o Dono do céu
Petrolina-Juazeiro
Jorge de Altinho
Na margem do São Francisco
Nasceu a beleza
E a natureza ela conservou
Jesus abençoou com sua mão divina
Pra não morrer de saudadce
Vou voltar pra Petrolina
Do outro lado do rio
Tem uma cidade
Que na minha mocidade
Eu visitava todo dia
Atravessava a ponte
Ai, que alegria
Chegava em Juazeiro
Juazeiro da Bahia
Hoje me lembro
Que no tempo de criança
Esquisito era a carranca
E o apito do trem
Mas achava lindo
Quando a ponte levantava
E o vapor passava
Num gostosa vai e vem
Petrolina, Juazeiro
Juazeiro, Petrolina
Todas as duas eu acho
Uma coisa linda
Eu gosto de Juazeiro
E adoro Petrolina
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