Talismã
(da trilogia Correnteza - II parte )
(Alceu Valença/Geraldo Azevedo)
Diana,
Me dê um Talismã
Viajar,
Você já pensou em mais eu
Viajar
Quando o sol
Desmaiar
Ah, vou viajar
Olha essa sombra
Esse rastro de mim
Olha essa sobra
Essa réstia de sol
Que da poeira tossiu
Que da poeira...
Ah, Diana nem ligou
Tambor do Mundo
(Geraldo Azevedo/Fausto Nilo)
Bombo de zabumba
Coração do forró
Bateu no tambor do mundo
Eu danço a noite inteira
Na ilha de Cuba
Ou no sertão do Icó
Tem coco quebrando tudo
Que levanta poeira
É a nossa alegria
Senhoras e senhores
No mar da China
No azul da cordilheira
Ou em Madagascar
Toda moçada vai querer
Lá em Campina
Ou no Baile de Madureira
Se a sanfona tocar
A madrugada vai tremer
Vai todo mundo brincar
E eu quero ver tu remexer
No resfolego da sanfona
Até o sol raiar
Hoje eu sou rumbeira
Amanhã que será
Oh! mana vamos pra vida
Que chorar não serve
Lá no fim do mundo
Onde o tambor batucar
É a nossa alegria
Senhoras e senhores
Já fui Diana
Fui pastora e feiticeira
Fui sereia do mar
Apaixonada por viver
Na caravana
Fui cigana, fui princesa
Mas quando eu te encontrar
A madrugada vai tremer
Vai todo mundo brincar
E eu quero ver tu remexer
No resfolego da sanfona
Até o sol raiar
Tanto Querer
(Geraldo Azevedo/Nando Cordel)
Quando a gente se encontra
Cresce no peito
Um gosto de vida, um sorriso
Tanto querer
É quando a luz da saudade
Acende de um jeito
Se faz tanto tempo
A gente não quer nem saber
Agora será como sempre
Eterno presente
Certeza que mesmo distante
Em nós resistiu
Seja luar
Amanhecer
Saudade vem e vai
Amor é quem me levará
A você
Tropeiro
(Elomar)
Sinhô cantadô chegante
Me adisculpa o tratamento
Nessa hora nesse instante
Mêrmo aqui nesse momento
Tá um cantô significante
Sem fama sem atrevimento
Qui num é muint falante
Nem de muint cunhicimento
Mais prá titos a valintia
Só trais ua viola na mão
Falta o ilustre cumpanhêro
Marcá o lugá da prufia
Se lá fora no terrêro
Ó aqui mêrmo no salão.
Três Janeiro
(Geraldo Azevedo e Carlos Fernando)
Está na moda
A quadrilha no salão
O ano inteiro
Salve o santo viva João
Fica na roda
Quem cantar esse filão
O ano inteiro
Três janeiro pé no chão
Estão comendo no roçado no verão
Salve Luis
An avant tous meu coração
No balancê
Quem não dançar
Perdeu a vez meu bem
E dou-lhe uma
Dou-lhe duas
Dou-lhe três
No balancê
Quem não dançar
Perdeu a vez meu bem
E dou-lhe uma
Dou-lhe duas
Dou-lhe três
Táxi Lunar
(Geraldo Azevedo/Zé Ramalho/Alceu Valença)
Pela sua cabeleira vermelha
Pelos raios desse sol lilás
Pelo fogo do seu corpo centelha
Pelos raios desse sol
Apenas apanhei na beira mar
Um táxi pra estação lunar
Bela linha criatura bonita
Nem menina nem mulher
E tem um espelho no seu rosto de neve
Nem menina nem mulher
Apenas apanhei na beira mar
Um táxi pra estação lunar
Tempero do Forró
(Geraldo Azevedo/Geraldo Amaral)
É o balanço
É o amor
É o chamego
É o suor
É a morena
É o forró
É o balanço
É o amor
É o chamego
É o suor
É a morena
Tempero do forró
Quem quiser provar
O tempero do forró
Tem que ter balanço no corpo
Balanço no coração
Além de tudo
Tem que ter animação
A noite inteira
Cheiro de amor
Vem misturar o suor
Quanto mais quente
A gente fica melhor
Vem cá morena
Meu chamego xodó
É o tempero do forró
Terra à Vista
(Geraldo Azevedo/Carlos Fernando)
San San San
São Luís do Mará
Mar mar mar
Mata virgem
Té té té
Terra à vista
Ilha bela bela
Margarida vida
O aroma tua cara
Tua pele tua brisa
Tropicana linda
Flor do babaçu
Tua dança tua saia
Boi de fita seda azul
Tropicana linda
Flor do babaçu
Tua dança tua saia
Boi de fita céu azul
Tesoura do Desejo
(Alceu Valença)
Você atravessando aquela rua vestida de negro
E eu te esperando em frente a um certo Bar Leblon
Você se aproximando e eu morrendo de medo
Ali bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon
Quando eu atravessava aquela rua morria de medo
De ver o teu sorriso e começar um velho sonho bom
E o sonho, fatalmente viraria pesadelo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon
Vamos entrar
Não tenho tempo
O que é que houve?
O que é que há...
Você cortou os seus cabelos
Foi a tesoura do desejo
Desejo mesmo de mudar.
Trem das Sete
(Raul Seixas)
Ói, ói o trem
Vem surgindo detrás das montanhas azuis,
Olhe o trem
Ói, ói o trem
Vem trazendo de longe as cinzas do
Velho aeon
Ói, já é vem
Fumengando, apitando,
chamando os que
Sabem do trem
Ói, ói o trem
Não precisa passagem nem mesmo
Bagagem no trem
Quem vai chorar?/ Quem vai sorrir?
Quem vai ficar? Quem vai partir?
Pois o trem está chegando
Tá chegando na estação
É o trem das sete horas
É o último do sertão
Ói, ói o céu
Já não é o mesmo céu que você conheceu
Não é mais
Vê, ói que céu
É um céu carregado, rajado e suspenso no ar
Vê, é o sinal
É o sinal das trombetas dos anjos
E dos guardiões
Ói, lá vem Deus
Deslizando no céu
Entre brumas de mil megatons
Ói, ói o mal
Vem de braços abertos com o bem
Num romance astral.
Tudo no Ar
(Geraldo Azevedo e Carlos Fernando)
Antes do tempo
As folhas do calendário
Fizeram dele inimigo
Quem se pensava que fosse
De todos o mais
Rasgou-se o véu do meu rosto
Quebrou-se o elo havido
Se a vida a morte o minuto
Sempre estiveram comigo
Que culpa lá tenho eu
Quem busca corre perigo
Amigo meu como um peixe
De prenda te dou o mar
Da terra te dou a flora
No espaço o claro luar
E não me pergunte nada
Tá tudo boiando no ar
Talvez Seja Real
(Geraldo
Azevedo/Carlos Fernando)
Parte de mim que faltava
Tanto eu esperava te ver
Olhando o tempo eu e você
O impossível vamos viver
Ilusão eu duvido talvez seja real
Chegou por quanto tempo
Amanheceu o impossível não é pecado
Tire os olhos da parede
Abra as janelas do quarto
Como a laranja e a sede
A gente ainda quer se encontrar
Como a laranja e a sede
Abra as janelas do quarto
Tire os olhos da parede
E essa parte de mim separada
Talvez seja real
Chegou por quanto tempo amanheceu
Zé
Ramalho
É aquela que fere, que virá mais tranquila
com a fome do fogo, com pedaços da vida
com a dura semente, que se prende no fogo de toda multidão
acho bem mais do que pedras na mão
dos que vivem calados, pendurados no tempo
esquecendo os momentos, na fundura do poço,
na garganta do fosso, na voz de um cantador
e virá como
guerra, a terceira mensagem,
na cabeça do homem, aflição e coragem
afastado da terra, ele pensa na fera, que eu começo a devorar
acho que os anos irão se passar
com aquela certeza, que teremos no olho
novamente a idéia , de sairmos do poço da garganta do fosso
na voz de um cantador
Tum,
Tum, Tum
Ary Monteiro e Christóvão de Alencar)
No tempo que eu era só
E não tinha amor nenhum
Meu coração batia mansinho:
Tum... tum... tum...
(coro repete)
Depois veio você
O meu amor número um
E o meu coração
Pôs-se a bater
Tum-tum-tum, tum-tum-tum...
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