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O cineasta Fernando
Spencer, à esquerda na foto
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A Fundação do Patrimônio Histórico e
Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e o Conselho Estadual
de Cultura apresentam o resultado do terceiro concurso
público da Lei do Registro do Patrimônio Vivo (RPV),
publicado no dia 31 de dezembro de 2007, no Diário
Oficial. Os novos nomes da lista são do ceramista
Zezinho de Tracunhaém, do cineasta Fernando Spencer e da
comunidade quilombola Confraria do Rosário de Floresta
do Navio. Os dois primeiros receberão uma bolsa mensal
vitalícia de R$ 750 mensais e a terceira, R$ 1,5 mil.
Em contrapartida ao prêmio, os Patrimônios Vivos assumem o
compromisso de transmitir seus conhecimentos a aprendizes, contribuindo para
a fomentação e preservação das tradições culturais em Pernambuco. Este ano,
o concurso recebeu 113 inscrições até o dia 5 novembro, prazo final para a
apresentação das candidaturas. Os candidatos foram analisados por cinco
membros que compõem a Comissão Especial de Análise para que se chegasse aos
três contemplados.
Editada em 2002, a Lei do Registro do Patrimônio Vivo tem
como objetivo preservar a cultura popular através do intercâmbio de
conhecimento entre as gerações de artistas. O primeiro concurso, realizado
em 2005, contemplou 12 nomes, referentes aos anos de 2002, 2003, 2004 e
2005. A partir daí, a cada ano três novos ícones culturais do Estado entram
para a lista, que agora conta com 18 integrantes.
CONHEÇA OS NOVOS PATRIMÔNIOS VIVOS:
Zezinho de Tracunhaém
O ceramista José Joaquim da Silva, conhecido como Zezinho de
Tracunhaém, nasceu no dia 5 de julho de 1939, em Vitória de Santo Antão. Na
infância, trabalhava no cultivo da cana-de-açúcar. Na década de 60, mudou-se
para Tracunhaém, onde montou seu ateliê, no Centro de Tracunhaém, para
produção de peças de barro pintadas com tinta vermelha. Sua especialidade
são santos de cerâmica, com alturas que variam de 70 centímetros a 2 metros.
Zezinho tem quatro filhos que seguem os seus passos como ceramista.
Fernando Spencer
O cineasta Fernando Spencer nasceu no dia 17 de janeiro de 1927, no
Recife. Jornalista, poeta, ficcionista, redator e editor de cinema do Diario
de Pernambuco (1958-1998), coordenador da Cinemateca da Fundação Joaquim
Nabuco – Recife, ele foi um dos pioneiros do cinema em Pernambuco no tempo
do Super-8, autor de mais de 30 filmes em 16mm, 35 mm e em vídeo, entre
curtas e longas-metragens, teve vários prêmios nacionais e estrangeiros
conquistados. Entre suas produções, estão Caboclinhos do Recife
(1974), Bajado – um artista de Olinda (1975), Valente é o galo
(1974), O teu cabelo não nega (1975), Adão foi feito de
barro (1978), Domingo de fé (1976), Frei Damião: um santo
no Nordeste? (1977), Santa do Maracatu (1980), Evocações
de Nelson Ferreira (1987) e A arte de ser profano (1999).
Confraria do Rosário de Floresta do Navio
Fundada há mais de 150 anos, a Confraria do Rosário de Floresta do Navio é
uma irmandade religiosa que tem sua origem nos escravos descendentes de
famílias nobres do Congo. Como na cidade de Floresta, os negros só tinham um
feriado no ano (dia 31 de dezembro), estes coroavam, na ocasião, um rei e
uma rainha para mostrar aos brancos que também possuíam sangue nobre. Em
seguida, partiam para a missa na igreja de Nossa Senhora do Rosário e
voltavam à casa da irmandade onde era distribuído almoço para todos. Essa
tradição é preservada intacta até hoje pelos membros da Irmandade, o que a
torna difertende de outras expressões culturais, como os maracatus-nação e
congados. Considerada também como foco de resistência negra, a irmandade é
apontada como caso de "quilombo urbano".
TODOS OS PATRIMÔNIOS VIVOS DE PERNAMBUCO:
- Zezinho de Tracunhaém (ceramista)
- Fernando Spencer (cineasta)
- Confraria do Rosário de Floresta do Navio (irmandade
religiosa)
- Índia Morena (artista circense)
- Clube de Alegorias e Crítica Homem da Meia Noite (clube
carnavalesco)
- José Costa Leite (xilógrafo)
- Ana das Carrancas (artesã)
- Camarão (sanfoneiro)
- Canhoto da Paraíba (músico e compositor)
- Dila (cordelista e xilógrafo)
- Lia de Itamaracá (cirandeira)
- J. Borges (cordelista e xilógrafo)
- Manuel Eudócio (artesão)
- Maracatu Carnavalesco Misto Leão Coroado (maracatu)
- Mestre Salustiano (rabequeiro, compositor e mestre de
folguedos populares)
- Nuca (artesão ceramista)
- Sociedade Musical Curica (banda de música)
- Zé do Carmo (artesão ceramista)
(©
Fundarpe)