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 Moraes Moreira conta história de vida

 

 

 

Autor de sucessos como “Bloco do prazer”, “Festa do interior”, “Pão e poesia”, “Meninas do Brasil”, “Preta pretinha” e “Pombo correio”, o cantor e compositor baiano Moraes Moreira concederá entrevista aberta ao público, dentro do programa Nomes do Nordeste, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108), na próxima terça-feira, 19, às 19 horas.

Na entrevista, que será conduzida pelo jornalista Augusto César Costa, com a participação da  platéia presente ao Centro Cultural, o artista compartilhará sua história de vida e descreverá sua trajetória artística. O programa Nomes do Nordeste tem entrada franca.

Na ocasião, Moraes Moreira também lançará e autografará o livro “A história dos Novos Baianos e outros versos”. Escrito em forma de literatura de cordel, com 966 versos em redondilhas, e acompanhado de um CD, o livro registra sua voz narrativa, a leitura de poemas inéditos e letras de sua autoria, tendo como pano-de-fundo uma bela trilha sonora, que traz os melhores momentos do grupo, em formato instrumental.

História de vida e trajetória artística

Moraes Moreira, nome artístico de Antônio Carlos Moreira Pires, nasceu em Ituaçu (BA), em 8 de julho de 1947. Seu primeiro instrumento foi a sanfona. Logo depois, passou a tocar violão e guitarra. Em 1966, transferiu-se para a cidade de Salvador e foi morar em uma pensão. Por essa época trabalhava como bancário.

Em 1968, juntamente com Paulinho Boca de Cantor, Luís Galvão, Pepeu Gomes e Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil), formou o grupo Os Novos Baianos, que fez sua estréia com o show “Desembarque dos bichos depois do dilúvio”, em Salvador.

No ano seguinte, participou com o grupo do V Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, de São Paulo, com sua canção “De Vera” (de parceria com Galvão). A composição foi registrada no primeiro LP do conjunto, lançado nesse mesmo ano, ao lado de outras da mesma dupla de parceiros, como “É ferro na boneca” e “A casca de banana que pisei”.

Em 1970, Baby Consuelo lançou um compacto simples, pela gravadora RGE, contendo outra música de sua autoria, intitulada “Curto de véu e grinalda” (com Galvão). Ainda no início dos anos 1970, transferiu-se com os outros integrantes do grupo Os Novos Baianos para o Rio de Janeiro, vivendo – todos juntos – inicialmente num apartamento no bairro de Botafogo e, mais tarde, num sítio em Vargem Grande.

Em 1972, o grupo incorporou o baixista carioca Dadi e os percussionistas Jorginho Gomes, Baixinho e Luís Bolacha. Redirecionado musicalmente pela influência de João Gilberto, amigo de infância de Luís Galvão, o grupo gravou, pela Som Livre, o LP “Acabou Chorare”, contendo, entre outras, canções de sua parceria com Galvão, como a faixa-título, além de “Mistério do planeta”, “A menina dança”, “Um bilhete pra Didi”, “Tinindo trincando” e “Preta, Pretinha” – esta última vindo a se tornar um dos maiores sucessos do grupo, que também ficaria conhecido pela releitura de “Brasil Pandeiro”, de Assis Valente, incluída nesse mesmo LP.

(Em outubro de 2007, “Acabou Chorare” foi eleito, numa votação sem precedentes na imprensa nacional, realizada pela edição brasileira da conceituada revista Rolling Stone, como o MELHOR entre os 100 melhores discos de música brasileira de todos os tempos).

Em 1973, lançou o LP “Novos Baianos Futebol Clube”. Neste disco, foram registrados outros sucessos de sua autoria, como “Besta é tu” (com Pepeu e Galvão), “Sorrir e cantar como Bahia” e “Só se não for brasileiro nessa hora”, ambas em parceria com Galvão, entre outras. O disco incluiu também uma releitura de “Samba da minha terra”, de Dorival Caymmi, que se tornaria outro grande sucesso do conjunto.

Em 1974, ainda com o grupo, lançou pela gravadora Continental o LP “Linguagem do alunte”, no qual foram incluídas, de sua parceria com Galvão, a faixa-título, além de “Ao poeta”, “Reis da bola”, “Ladeira da praça” e “Fala tamborim”, entre outras. Com a dissolução do conjunto, partir para a carreira solo. Nesse mesmo ano, participou da trilha sonora da novela “Gabriela”, da TV Globo, na qual interpretou sua música “Guitarra baiana”.

Em 1975, lançou seu primeiro disco solo, “Moraes Moreira”. No ano seguinte, iniciou uma parceria com o letrista cearense Fausto Nilo, com quem compôs “Santa fé”, tema de abertura da novela “Roque Santeiro”, da TV Globo. Ainda em 1976, participou, como cantor, do Trio Elétrico de Dodô e Osmar. Lançou em 1977 o LP “Cara e coração”. Em 1978, lançou o LP “Alto falante”. Nesse mesmo ano, Zezé Motta interpretou sua música “Crioula”, em disco lançado pela gravadora Atlantic.

Em 1979, lançou o LP “Lá vem o Brasil descendo a ladeira”. Nesse mesmo ano, Terezinha de Jesus incluiu no repertório do LP “Vento Nordeste”, gravado pela CBS, sua composição “Fogo fátuo” (com Chacal). Também em 1979, Zizi Possi e o grupo A Cor do Som interpretaram “Fruto maduro”, de sua autoria.

Ainda nesse ano, Paulinho Boca de Cantor, ex-integrante dos Novos Baianos e também seguindo carreira solo, incluiu diversas canções de autoria de Moraes Moreira, em disco lançado pela gravadora Epic, como “Nossa trajetória” (com Paulinho e Galvão), “Mambeando à beira-mar” (com Jorginho, Paulinho e Galvão”), “Leva o vento” (com Galvão) e “Eu sou um padeiro”.

Em 1980, lançou o LP “Bazar brasileiro”. Nesse mesmo ano, Terezinha de Jesus registrou, no LP “Caso de amor”, sua música “Tua sedução” (com Fausto Nilo). Em 1981, lançou o LP “Moraes Moreira”. Elza Maria incluiu, no disco “Entra na Rosa” (Polygram), lançado nesse mesmo ano, sua canção “Pelo microfone” (com Fausto Nilo). A música seria regravada mais tarde, também com sucesso, por Elba Ramalho.

Ainda em 1981, a dupla Bendegó, formada por Capenga e Gereba, gravou “Do I Ching ao Xingu”, de sua parceria com Capenga e Antônio Risério. Moraes Moreira lançou, em 1982, o LP “Coisa acesa”. Nesse mesmo ano, com direção e roteiro de Fred Góes, montou o show “Pintando o oito”, apresentado no Anhembi, em São Paulo. Também em 1982, Ângela Maria gravou sua canção “Sempre Ângela” (com Fred Góes e Paulo Leminski).

No ano seguinte, lançou o LP “Pintando o oito”. Em 1984, gravou o LP “Mancha de dendê não sai”. Também nesse ano, Zezé Motta incluiu, no LP “Frágil força”, sua música “Nega Dina” (com Capinan), e Zizi Possi regravou “Dê um rolê” (com Galvão), sucesso dos anos 1970 na voz de Gal Costa.

Em 1985, Beth Carvalho interpretou “O encanto do Gantois”, de sua parceria com Edil Pacheco. Ainda nesse ano, compôs com Fausto Nilo “Olhos de Xangô”, incluída na minissérie “Tenda dos Milagres”, da Rede Globo, baseada em livro de Jorge Amado. Também em 1985, Luiz Gonzaga gravou “Instrumento bom”, de sua parceria com Fred Góes. Em 1986, lançou o LP “Tocando a vida”. Nesse ano, sua composição “Dança do amor” (com João Donato) foi interpretada por Tânia Alves, no LP “Dona de mim”, gravado pela CBS.

Em 1987, gravou o LP “Mestiço é isso?”. Nesse ano, Fausto Nilo lançou o LP “12 Letras de Sucesso”, no qual o letrista compilou algumas de suas músicas mais conhecidas, em gravações de grandes artistas da MPB, algumas de autoria da dupla, como “Bloco do Prazer”, com Gal Costa, e “De noite e de dia”, com Maria Bethânia, além de sua própria gravação de “Meninas do Brasil” e “Santa Fé”.

Em 1988, lançou os LPs “Bahiano fala cantando” e “República da música”. Também nesse ano, apresentou-se ao lado do instrumentista, cantor e compositor Armandinho, em turnê de shows pelos EUA. Em 1989, Elba Ramalho interpretou “Popular brasileira”, de sua parceria com Fred Góes, faixa que deu título ao disco da cantora paraibana. Nesse mesmo ano, Fred Góes fez o roteiro de seu especial para a TV Manchete. Ainda em 1989, participou do disco de Armandinho.

Em 1990, fez dupla com Pepeu Gomes, com quem lançou o disco “Moraes e Pepeu”. No ano seguinte, o disco foi lançado no Japão. Em 1991, gravou o disco “Cidadão”, no qual registrou, entre outras “Leda” (com Paulo Leminski) e a faixa-título, de sua parceria com Capinan.

Um ano depois, convidado pelo produtor Almir Chediak, participou do songbook de Gilberto Gil, interpretando, ao lado de seu filho Davi Moraes, a música “Procissão”. Gravou, no ano seguinte, o CD “O Brasil tem conserto”. Em 1995, lançou o CD “Acústico Moraes Moreira”, interpretando 15 sucessos de sua carreira, entre os quais “Lá vem o Brasil descendo a ladeira” (com Pepeu), “Festa do interior” (com Abel Silva), “Coisa acesa” (com Fausto Nilo), “Acabou chorare” e “Preta Pretinha”, ambas com Galvão.

Em 1996, lançou o CD “Estados”. No ano seguinte, juntamente com Baby do Brasil, Paulinho Boca de Cantor, Luís Galvão e Pepeu Gomes, entre outros componentes do grupo Novos Baianos, apresentou o show “Infinito Circular”, no Metropolitan, no Rio de Janeiro. O espetáculo foi gravado e deu origem ao disco homônimo, lançado no mesmo ano. Ainda em 1997, gravou o CD “50 Carnavais”, contendo sete músicas inéditas e cinco regravações de antigos sucessos.

Em 1999, lançou o CD “500 Sambas”. Em 2001, participou do festival Rock in Rio, apresentando-se, com seu trio elétrico, no Palco Mundo. Lançou em 2003, o CD “Meu nome é Brasil”, contendo suas canções “Violão cidadão” e “Mais que palavras”, ambas com Fred Góes, “Minha pérola”, “Choro novo” (com Armandinho), “Indagações de um analfabeto” (com Zé Walter), “Rainha da cocada preta” (com Tavinho Paes), “Me azara meu amor” (com Abel Silva), “Eu sou o caso deles” (com Galvão) e “Tô fazendo” (com Fred Góes e Maria Vasco), além de “Gente Humilde” (Garoto, Chico Buarque e Vinícius de Moraes), “Respeita Januário” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), “Aos pés da cruz” (Marino Pinto e Zé da Zilda) e “Trem das Onze” (Adoniran Barbosa). Fez show de lançamento do disco no Teatro Rival BR, no Rio de Janeiro.

Em 2005, gravou o CD “De repente”, contendo suas canções “Povo brasileiro” (com Armandinho), “Pra vida inteira”, “Baião D2”, “Palavra de poeta” (com Fred Góes) e “Na glória do samba”, entre outras. Fez shows de lançamento do disco na loja Modern Sound e na Feira de São Cristóvão, ponto de encontro do povo nordestino no Rio de Janeiro.

Constam da relação de intérpretes das suas canções, além dos já citados, Daniela Mercury (“Monumento vivo”, com Davi Moraes), Ney Motogrosso, Luís Melodia (“Mistério do planeta”, com Luís Galvão), Fagner, Simone (“Pão e poesia”, com Fausto Nilo), Marisa Monte (“Dê um rolê”, com Galvão) e Gal Costa (“Bloco do Prazer”, com Fausto Nilo, e “Festa do interior”, com Abel Silva, música mais tocada nas rádios brasileiras em 1982), entre vários outros.

Em linguagem de cordel, lançou, em 2007, o livro “A história dos Novos Baianos e outros versos”, pela Língua Geral Editora, acompanhado de um CD que registra sua voz na leitura do cordel e também de poemas inéditos e letras de sua autoria. O lançamento foi celebrado na loja Modern Sound, com leitura de trechos do livro e performance musical, ao lado do seu filho, o guitarrista e compositor Davi Moraes.

(Verdes Mares)

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