Divulgação
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O Museu Oscar Niemeyer
está apresentando a exposição “A Arte de J.Borges do Cordel à
Xilogravura”. José Borges é considerado o maior gravador popular em
atividade no Brasil. Admirado pelo escritor e amigo Ariano Suassuna, ele
traduz em versos e traços o imaginário nordestino, dos costumes às
lendas fantásticas. A mostra ficará no Museu até 4 de maio.
A exposição reúne 40 cordéis e cerca de 100 xilogravuras e matrizes
originais. A mostra é ambientada na história pessoal do artista, na
cidade de Bezerros, no agreste de Pernambuco. Depois de publicar seu
primeiro cordel em 1964, “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de
Petrolina”, o artista começou a produzir xilogravuras sobre suas obras.
J.Borges afirma que, se os 10 meses de escola que freqüentou não o
ensinaram “a conta de dividir”, os folhetos de cordel fortaleceram o
“gosto pela palavra escrita”. O segundo livro, “O Verdadeiro Aviso de
Frei Damião sobre os Castigos que Vêm”, o conduziu pela primeira vez ao
entalhe. Em uma colher de madeira de jenipapo, ele entalhou a fachada de
uma igreja.
ReconhecimentoA partir de 1970, atraídos pela riqueza histórica dessa
obra, artistas plásticos, intelectuais e marchands passaram a encomendar
xilogravuras do artista. Capas de discos, livros e outras publicações,
premiações de instituições nacionais e internacionais revelaram a
qualidade da produção artesanal do artista popular.
Instalado em um novo ateliê, construído ao lado da casa onde vive em
Bezerros, J.Borges está com a agenda cheia de trabalho neste ano. Além
da mostra em Curitiba, ele se prepara para levar a exposição aos Estados
Unidos. Esta será a sexta vez que os trabalhos dele serão exibidos aos
americanos.
Estrutura - a exposição no MON apresenta painéis com cordéis, placas
originais de xilogravuras e uma prensa, que contam parte da história do
cordel e das técnicas utilizadas para impressão de xilogravuras. Outro
núcleo contextualiza a própria história de J.Borges com a família, cujos
integrantes seguem o ofício do artista. A família aparece representada
em fotografias e através das próprias obras que realizam.
Para evocar a atmosfera de Bezerros foram montadas barracas iluminadas
com fios de luz que reproduzem o ambiente das feiras das praças de
pequenas cidades da região. A ambientação e completa com uma trilha
sonora com músicas regionais.
Nas barracas, alguns cordéis estão pendurados em varais para ilustrar a
forma como J.Borges exibe a produção para vendê-la. O cenário se
completa com bonecos mamulengos, popularmente usados em peças de teatro
e brincadeiras de crianças; máscaras usadas no Carnaval de Bezerros, os
papangus; além de sacos e cestas com ervas medicinais, fumo-de-rolo e
outros produtos vendidos nas feiras do Nordeste.
Em outro ambiente será exibido um documentário, do diretor Vincent
Carelli, sobre a vida, a obra e a relação de Borges com a cidade em que
vive. No último núcleo da exposição estão expostas as xilogravuras, com
destaque para três livros inéditos, com xilos que ilustram as profissões
existentes naquela região.
A exposição foi concebida pelo curador José Octavio Penteado. “O
objetivo é demonstrar a força da cultura popular brasileira que mesmo em
condições adversas, produz obras de inegável valor”, disse. Segundo
Penteado, a proposta é desenvolver um conhecimento amplo dos temas
recorrentes nos cordéis, das figuras míticas do imaginário nordestino e,
principalmente, do talento do artista forjado na fé e na raça.
Exposição:
A Arte de J.Borges do Cordel à Xilogravura
Período de exibição ao público: De 15 de fevereiro até 4 de maio
Patrocínio: Copel
Apoios: Governo do Paraná, Caixa Econômica Federal e Ministério da
Cultura
Museu Oscar Niemeyer
Rua Marechal Hermes, 999
Centro Cívico – CEP: 80530-230
Telefone: (41) 3350-4400
Horário: De terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4 (adultos) e R$ 2 (estudantes)
Não pagam ingresso crianças de até 12 anos, maiores de 60 anos e grupos
agendados de estudantes de escolas públicas do ensino médio e
fundamental.
(©
AEN-PR) |