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 Forrozeiros serão homenageados no S. João do Recife

 

 


Conheça os homenageados do São João 2008 no Recife:
Dominguinhos
Natural de Garanhuns, no Agreste pernambucano, José Domingos de Morais iniciou a carreira com os irmão no trio Os três pingüins, tocando sanfona de oito baixos. Aos sete anos conheceu Luiz Gonzaga que o levou para o Rio de Janeiro. Nos anos 50 e 60, tocou boleros e sambas em boates, dancings e churrascarias. Gravou o primeiro LP em 1967, sendo convidado para gravações com Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Também é destaque como compositor: De volta para o aconchego, Isso aqui tá bom demais e Tantas palavras.
Zé Bicudo
Filho de violinista, desde pequeno o caruaruense José da Silva tocava percussão com o pai. Apaixonou-se, entretanto, pela sanfona aos 12 anos. Após 45 anos de carreira, já dividiu o palco como forrozeiros renomados como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Marinez, Elba Ramalho, Trio Nordestino e Camarão. Possui seis discos solos e dois em parceria com a esposa, Paula Bicudo, com quem divide o palco há oito anos.
Trio Nordestino
Formado atualmente por Luiz Mário, Beto Sousa e Coroneto, o trio comemora 50 anos de história em 2008. Ele foi criado a partir do sonho de Evaldo dos Santos (o Coroné, avô de Coroneto), Lindolfo Barbosa (o Lindú, padrinho de Beto Sousa e pai de Luiz Mário) e José Pedro Cerqueira, que gravaram grandes sucessos nos anos 60 e 70, como Chupando gelo, Pau de arara é a vovozinha, Vamos xamegar e No meio das meninas.
 

Zé Bicudo, Dominguinhos e Trio Nordestino foram escolhidos pela Prefeitura do Recife para serem patronos da festa deste ano

Eugênia Bezerra
eugenia.bezerra@gmail.com

Recife já se prepara para as festas juninas. A Prefeitura do Recife anunciou, semana passada, a lista dos três homenageados do São João 2008. No último ano desta gestão, o Trio Nordestino e os forrozeiros Dominguinhos e Zé Bicudo passam a integrar a lista de artistas homenageados pela Prefeitura durante a festa. “Esta homenagem é um resgate cultural, significa o reconhecimento do que eles representam para nossa música e do trabalho que desenvolvem. É por isso que o nosso São João é reconhecido”, resumiu o prefeito João Paulo.

O caruaruense José da Silva, conhecido como Zé Bicudo, começou a carreira musical ainda criança, quando tocava percussão com o pai, que era violeiro. Aos 12 anos, apaixonou-se pela sanfona, que não largou desde então. “Estou muito feliz com a indicação, a gente do forró pé-de-serra cresce muito. É bom para não deixar a peteca cair”, afirmou o forrozeiro. Ele acredita que a homenagem pode lhe trazer outros frutos além do título. “Espero que meu São João seja melhor do que os outros anos, com muitas apresentações pelo pólos”, enfatiza.

A esposa dele, Paula Bicudo, com quem divide o palco há 8 anos, compartilha o sentimento do marido. “São muitos anos defendendo o pé-de-serra. Os artistas estavam trabalhando muito tempo sem ver nada acontecer e, de uns anos pra cá, vemos que a nossa cultura está sendo valorizada”, diz a cantora.

Representando o Trio Nordestino, o forrozeiro Beto de Souza ressaltou a importância da homenagem no ano em que o grupo comemora 50 anos de carreira. “Recebemos com muita felicidade. Hoje em dia vemos tanta música ‘fuleiragem’ por aí que é bom ver que ainda há espaço para o pé-de-serra e que há gente que valoriza nosso trabalho”, resume Beto de Souza.

O Trio Nordestino surgiu em 1958, com Evaldo dos Santos (Coroné), Lindolfo Mendes Barbosa (Lindu), e José Pedro Cerqueira (Cobrinha). Na década de 70, eles venderam mais de 1 milhão de discos com o sucesso Procurando tu. Com o falecimento do sanfoneiro e vocalista Lindu, o alagoano Genaro entrou para o Trio e saiu após 11 anos para seguir na carreira solo. Meses depois faleceu Cobrinha, que foi substituído por Luiz Mário, filho de Lindu. Em 95, Beto Souza, afilhado de Lindu se juntou ao grupo. Após o falecimento de Coroné, o último dos fundadores, Luiz Mário e Beto Souza convidaram o neto dele, Coroneto, para a assumir a zabumba. “São 50 anos trabalhando com a música de raiz, sem pular de galho em galho para seguir a tendência do momento. Seguimos a herança de Seu Luiz”, relembra Beto de Souza, em uma referência a Luiz Gonzaga.

O sanfoneiro Dominguinhos, que estava doente e não pode comparecer à coletiva, completa a lista dos homenageados. Pernambucano de Garanhuns, começou a carreira tocando sanfona de 8 baixos com os irmãos no trio Os Três Pingüins. Aos 7 anos, conheceu Luiz Gonzaga, que o levou para o Rio de Janeiro e lhe deu uma sanfona de presente. Além de músico, é um famoso compositor.

O Secretário de Cultura do Recife, Roberto Peixe, reconhece que a tarefa de escolher apenas três homenageados é difícil. “O universo de nomes do forró é enorme, infelizmente não dá para escolher todo mundo. Esse ano temos três histórias diferentes, mas muito ricas para a história de Pernambuco”, diz o secretário, que também defendeu a legitimidade dos eleitos.

Mesmo sendo o Carnaval a festa mais famosa no calendário recifense, a Prefeitura aposta na valorização do ciclo junino. “Já temos um São João importante, a gente pode dizer até que é o melhor, pela qualidade das atrações e o cuidado com a programação. Fiquei feliz em saber que quando perguntaram a Santanna se o melhor São João era o de Caruaru ou Campina Grande, ele disse que era o de Recife”, avalia o Peixe.

Ele também defendeu a importância deste tipo evento para economia local. “É uma festa que tem um envolvimento maior do Nordeste, capaz de unir desde os grandes centros urbanos até as cidades pequenas. O forró é a coesão, nos recorda das raízes e da infância no interior. Fazer o pé-de-serra reconquistar seu espaço fortalece a economia da cultura, movimenta a cidade” avalia o secretário.

A programação ainda não foi definida, mas a Prefeitura afirma que a festa deve seguir o mesmo formato de 2007, quando pólos de animação foram organizados em vários pontos da cidade. “Definida a estrutura, o formato está sendo aprimorado. O desafio é fazer melhor do que o ano passado”, explica João Roberto Peixe. As as eliminatórias do Concurso de Quadrilhas Juninas seguirão o mesmo modelo descentralizado implementado no ano passado.

(© JC Online)


Rosil Cavalcanti merece homenagem nos 40 anos de morte

Se o critério é homenagear artistas vivos (o que não é o caso da formação mais conhecida do Trio Nordestino), a prefeitura faz justiça dedicando o São João deste ano a Zé Bicudo, Dominguinhos e o citado trio. Caso contrário, perde-se uma grande oportunidade de prestar reverência a um dos cinco maiores autores do forró, Rosil Cavalcanti, cujos 40 anos de morte serão lembrados este ano (faleceu precocemente, em Campina Grande, em 1968), e que poucos lembram que foi pernambucano, de Macaparana, onde nasceu em 1915.

Companheiro de Jackson do Pandeiro, com quem formou a dupla Café com Leite, na Rádio Tabajara de João Pessoa, Rosil legou dezenas de sucessos à música, entre os quais, para citar só alguns: Sebastiana, Na base da chinela, Aquarela nordestina, Cabo Tenório, No meu Cariri, Quadro-negro, Lei da compensação, Coco social, Coco do Norte, Faz força Zé, e Forró de Zé Lagoa. Este último era também o prefixo do programa que Rosil Cavalcanti apresentava na Rádio Borborema de Campina Grande com uma audiência impressionante. Por volta de 1965, a cidade, literalmente, parava escutar o Forró de Zé Lagoa. Assim sua morte causou forte comoção e seu enterro acompanhado por milhares de fãs.

Ao que parece a única homenagem a Rosil será um show que Silvério Pessoa está preparando com o repertório do ilustre filho de Macaparana. (J.T.)

(© JC Online)

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