O Conselho Estadual de Cultura de
Pernambuco escolheu três novos Patrimônios Vivos do Estado: o Caboclinho
Sete Flexas de Água Fria, o Teatro Experimental de Arte de Caruaru (TEA) e
Selma Ferreira da Silva, a Dona Selma do Coco (conheça mais abaixo). Os
representantes da cultura popular foram selecionados entre 102 mestres e
grupos que se inscreveram na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de
Pernambuco (Fundarpe). Com a inclusão dos três novos escolhidos, são 18
patrimônios vivos instituídos no Estado.
A seleção é prevista pela Lei do Patrimônio
Vivo de Pernambuco (nº 12.196/02), iniciativa que busca valorizar e
homenagear ícones da cultura pernambucana que se destacam por um trabalho de
revelância no Estado. Editada em 2002 e regulamentada em 2004, a lei oferece
aos patrimônios vivos uma remuneração mensal de R$ 750 (no caso de pessoas
físicas) e de R$ 1,5 mil (no caso de grupos). Em contrapartida, os artistas
se comprometem a participar de atividades educativas para transmitir os
valores da cultura popular.
Conheça mais sobre os novos Patrimônios
Vivos de Pernambuco. As informações são da Fundarpe:
TEATRO EXPERIMENTAL DE ARTE -
Fundado em 1962, inicialmente como um grupo de estudo, o Teatro Experimental
de Arte de Caruaru (TEA) já encenou mais de 50 espetáculos, tais como o
clássico Antígona, de Sófocles, e textos experimentais, a exemplo de Feira
de Caruaru, que marcou a estréia do caruaruense Vital Santos como
dramaturgo.
Liderado por Argemiro Pascoal, que desde
1948 trabalha com teatro e é um dos expoentes das artes cênicas
caruaruenses, com mais de 15 peças escritas, já passaram pelo TEA grandes
nomes da dramaturgia pernambucana como Clênio Wanderley, Isaac e Estephania
Gondim, Walter Estevão, Luiz Maurício Carvalheira, Romildo Moreira, Didha
Pereira, José Manoel.
DONA
SELMA DO COCO - Um dos expoentes do coco de roda, ritmo tipicamente
pernambucano, Dona Selma descobriu os dotes artísticos na Cidade Alta de
Olinda, num tabuleiro de tapioca. A música foi, na época, uma forma de
atrair a clientela e chamar a atenção dos turistas enquanto vendia comes e
bebes na frente de casa.
Em 1996, a rainha do Coco, como também é
conhecida, foi uma das atrações do Abril Pro Rock, destacando-se no palco do
Mangue Beat. Um ano depois, sua canção "A Rolinha", presente no disco "Minha
História", foi uma das músicas mais executadas durante o carnaval. Dona
Selma já defendeu as cores pernambucanas em vários países da Europa e sua
obra representa o Estado em diversas coletâneas internacionais.
CABOCLINHO SETE FLEXAS -
Fundado em 1969 pelo mestre Zé Alfaiate e atualmente comandado por seu
filho, Paulinho, o Caboclinho Sete Flexas, com sede no bairro de Água Fria,
na Zona Norte do Recife, incorpora as tradições dos caboclinhos mais
antigos, sobretudo os fundamentos religiosos.
O Sete Flexas se destaca pelo cuidado com a
apresentação enquanto espetáculo propriamente dito, valorizando a dança, a
música e os aspectos visuais. O grupo também é referência na comunidade de
Água Fria pelas atividades sociais e o poder agregador que exerce sobre os
mais jovens.
Confira os 18 Patrimônios Vivos de
Pernambuco:
Fonte: Fundarpe
Camarão (sanfoneiro)
Clube de Alegorias e Crítica Homem da Meia Noite (clube carnavalesco)
Confraria do Rosário de Floresta do Navio (irmandade religiosa)
Dila (cordelista e xilógrafo)
Fernando Spencer (cineasta)
Índia Morena (artista circense)
J. Borges (cordelista e xilógrafo)
José Costa Leite (xilógrafo)
Lia de Itamaracá (cirandeira)
Manuel Eudócio (artesão)
Maracatu Carnavalesco Misto Leão Coroado (maracatu)
Nuca (artesão ceramista)
Sociedade Musical Curica (banda de música)
Zé do Carmo (artesão ceramista)
Zezinho de Tracunhaém (artesão)
Caboclinho Sete Flexas de Água Fria
Teatro Experimental de Arte de Caruaru (TEA)
Selma Ferreira da Silva, ou Dona Selma do Coco