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Quinteto Violado lança disco autoral

24/01/2009

 

 

Foto: Divulgação

Quinteto Violado lança Quinte Elemento, seu 32º disco
 

José Teles
teles@jc.com.br

Passados 37 anos desde o álbum de estreia, o Quinteto Violado lança Quinto elemento, o 32º disco (sem contar com projetos especiais), de uma das carreiras mais bem-sucedidas da música pernambucana. O lançamento acontece com um show, baseado no repertório do CD, neste sábado, às 21h, no Teatro de Santa Isabel, dentro da programação do projeto Janeiro de Grandes Espetáculos. Registrado numa série de três shows, apresentados em agosto passado, no teatro Fecap, em São Paulo, Quinto elemento é um dos mais importantes trabalhos do grupo por vários motivos: ser o primeiro sem o baixista Toinho Alves (a quem o álbum é dedicado); o único disco inteiramente autoral do QV; e por marcar uma nova fase na carreira de uma banda que vem mudando, sem radicalizar, sua estética ao longo dos anos, incorporando outras sonoridades e ritmos. Quando se diz “único disco autoral” as pessoas estranham. Mas embora tenham gravado várias composições de integrantes do grupo, o QV sempre as mesclava com músicas de outros autores.

“A gente vinha de dois discos de tributos, a Luiz Gonzaga e a Geraldo Vandré, de frevo, e de uma retrospectiva em DVD, então decidimos por um álbum autoral”, diz Marcelo Melo, hoje o único integrante da formação original do Quinteto Violado. Toinho Alves foi uma espécie de maestro, mentor musical do QV, com seu desaparecimento os demais integrantes resolveram unir forças, agora todos participam mais ativamente da concepção sonora do grupo, tanto nos arranjos, quando nas composições e interpretações. No disco o quinteto contou com a as luxuosas participações de Guinga (violão), Toninho Ferragutti (acordeom), Raminho (percussão) e Thiago Fournier (baixo). O QV continua retrabalhando a música tradicional nordestina, mas entre um baião ou um maracatu, pode irromper um samba, como acontece com Respeito é bom e eu gosto, um sambão bem dançante, de Toinho Alves, que é homenageado no xote Do lado de lá, de Roberto Medeiros.

O repertório de 15 faixas de Quinto elemento é aberto com um maracatu-canção que dá título ao disco (parceria de Toinho e Marcelo), seguido por Mata branca (Marcelo Melo), um baião que poderia estar em qualquer dos álbuns clássicos do QV. O cordel A eleição do diabo e a posse de Lampião no Inferno, de Severino G.Oliveira, recebeu uma adaptação de Marcelo Melo, batizada de Contos de zelação (com citação de Te entrega Corisco, de Deus e o diabo na terra do sol, de Gláuber Rocha). Pela qualidade do repertório deste trabalho, o Quinteto Violado deveria ter feito seu disco autoral há mais tempo. No palco estarão Marcelo Melo (violão, viola e voz), Ciano (flautas), Dudu Alves (piano e teclados) e Roberto Medeiros (percussão e voz). O grupo terá ainda o reforço do contrabaixista Thiago Fournier e do percussionista Raminho.

A abertura do show será feita pelo grupo Fim de Feira, que lançou seu álbum de estreia no ano passado, e tem uma proposta musical baseada nos ritmos nordestinos, e claramente influenciado pelo Quinteto Violado. O grupo formado em 2004, por universitários, já lançou em 2008 o elogiado A revolução dos pebas e faz uma música em que entram também elementos da poesia popular sertaneja.

SERVIÇO
Show do CD Quinto elemento
, do Quinteto Violado, que faz show baseado no repertório do disco. A abertura ficará por conta do grupo Fim de Feira, às 21h, no Teatro de Santa Isabel, Praça da República s/s. Ingressos: R$15 e R$7,50. Outras informações: 3232-2940

(© JC Online)

 


SITE

Quinteto Violado
 

ÁUDIO

Quinteto Violado - Asa Branca - Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

 

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