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Karina Buhr decola em carreira solo

11/02/2009

 

 

Karina Buhr, ex-Comadre Fulozinha

 

Cantora, compositora, percussionista e atriz deixou o Teatro Oficina, dá um tempo na sua banda e investe agora num som experimental

Em 1998, Karina Buhr e sua banda, a Comadre Fulozinha, se apresentavam na Soparia, saudoso bar da cena alternativa de Recife. Uma figura inesperada, acompanhada de sua trupe, não só marcou presença, como fez um convite à cantora, compositora e instrumentista nascida em Salvador e criada na capital de Pernambuco. José Celso Martinez Corrêa, diretor do Oficina, que estava por aquelas bandas mostrando Cacilda, se encantou com a moça e a convidou para integrar o elenco de Bacantes, seu próximo trabalho. “Hesitei bastante, pois eu tinha aquela ideia clichê de muitos que desconhecem o teatro de Zé Celso”, relembra.

Três anos foi o tempo que Karina levou para amadurecer a ideia e um novo convite do diretor surgir para remontar, inclusive, o mesmo espetáculo. “Fui tomar coragem somente em 2001. E posso afirmar que a experiência que tive durante todo esse tempo foi maravilhosa”, conta. Karina participou de todas as etapas de Os Sertões e viajou em temporada para o Nordeste e seu sertão. Nos processos de criação colaborativa, ajudou a compor as canções, além de cantar e atuar. E, durante esses sete anos, não deixou de tocar com Comadre Fulozinha, que ganhou uma nova formação na capital paulista, sem perder a essência percussiva que passeia pelo coco, maracatu e ciranda.

No fim do ano passado, Karina decidiu se desligar do Oficina para poder se dedicar mais a fundo em um projeto solo que vinha tocando nos intervalos que restavam entre o grupo dirigido por Zé Celso e Comadre Fulozinha. Colecionou letras, arranjos e melodias próprias e pensou em adicionar a elas uma base eletrônica. Bateria, baixo, trompete e teclado, além das programações, formam o que Karina define como um som “bem experimental”. E de uma qualidade inquestionável aprovada, por exemplo, pela produtora e apresentadora da Rádio Eldorado, Patricia Palumbo, que a convidou para se apresentar no festival Vozes ao vivo, que começa no próximo dia 4 no Sesc. “Ela me descobriu ao ouvir a Anelis Assumpção interpretando uma canção minha, Sonhando, que disse ter gostado muito”, conta Karina.

A compositora, que já foi integrante dos maracatus Estrela Brilhante e Piaba de Ouro e das bandas Eddie e Bonsucesso Samba Clube, se apresentou recentemente no Studio SP, mostrando as 20 músicas que reuniu ao longo desses anos e das quais vai peneirar cerca de 15 para gravar muito em breve, dentre elas O pé, Mira ira e Eu menti pra você, que já tiveram, em média, 2 mil acessos em seu MySpace (www.myspace.com/karinabuhr). “Queremos gravar com a mesma tecnologia que estamos usando para o terceiro disco da Comadre Fulozinha, SMD (semi metalic disc), que sai bem mais barato que CD e deve ser vendido por R$5”, diz.

(© Estadão)


O furacão Karina vem do Recife

Alexandre Xavier
De São Paulo

Ontem (quinta-feira), uma brasileira chamada Karina Buhr tocou no Sesc Paulista, enquanto que na terça-feira (dia 3), a canadense Alanis Morissette, em queda livre para o ostracismo, lotou o Via Funchal.

Um desperdício de proporções continentais. Devia ter sido o contrário.

Karina Buhr é destes talentos raros. Ela nasceu em Salvador, mas vem do Recife (mudou pra lá com 8 anos de idade) e é considerada hoje uma das integrantes da "nova geração de cantoras" da música brasileira.

Apesar de ser "promessa", já tem um currículo maduro. Desde 1997, está à frente do Comadre Fulozinha, banda bem bacana com um twist de frevo que a deu alguma projeção (eles chegaram até a fazer turnê nos EUA e na Europa). E fez parte também do Teatro Oficina com Os Sertões.

Mas foi só no final do ano passado que Karina chamou a atenção do universo paralelo da música indie. A razão é porque ela começou uma carreira solo com composições impressionantes. E com uma voz que te ganha na primeira nota. Mas o mais sensacional do seu som é o sotaque.

Ela canta com um fortíssimo e irresistível acento pernambucano que cai na métrica e na melodia das músicas como uma luva. As letras são bem inteligentes (ela que escreve) e os arranjos da banda dela são bem bons também.

Pena que a indústria cultural e a mídia de massa deste País dão espaço só para Ana Carolina, Victor e Léo, Jorge Vercilo e outros produtos pop descartáveis do mesmo naipe. E tesouros como a Karina ficam escondidos.

Para piorar, parece que é mais interessante receber a Alanis Morissette em fase de putrefação do que divulgar boas bandas que temos aqui. Nada contra a Alanis, diga-se, mas é notório que ela já deu o que tinha que dar há tempos e veio caçar uns niqueis de uns perdidos no tempo Brasil afora. Só em São Paulo e Teresina ela ainda vive (quem acha legal que ela tocou em Teresina, lembrem-se que na turnê do Jagged Little Pill, ela nem sabia onde ficava o Piauí).

Nada contra Teresina. Nada contra o Canadá (terra da Alanis). Mas viva o Recife!

O primeiro álbum solo da Karina Buhr sai logo, logo. Por enquanto, dê uma ouvida no MySpace dela: myspace.com/karinabuhr. Não tem erro. Você dará um "viva" pro Recife também.

(© Terra Magazine)

 


SITE

Karina Buhr (MySpace)

ÁUDIO

Comadre Fulozinha - Grande Poder

VÍDEO

Karina Buhr - Desterro (Reginaldo Rossi)

Com relação a este tema, saiba mais (arquivo NordesteWeb)


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