Confira todos os vencedores do Cine PE
Premiações/Longas-Metragens:
Melhor Direção de Arte: Mônica Palazzo (Nossa Vida não Cabe num
Opala/Ficção/SP)
Melhor Trilha Sonora: Maestro Amalfi e Mário Botolotto (Nossa Vida
não Cabe num Opala/Ficção/SP)
Melhor Edição de Som: Fernando Hanna e Simone Alves (Bodas de
Papel/Ficção/SP)
Melhor Montagem: Ligia Walper (Brizola Tempos de Luta/Doc./RS)
Melhor Ator Coadjuvante: Eduardo Moraes (Simples Mortais/Ficção/DF)
Melhor Atriz Coadjuvante: Cleide Yácones (Bodas de Papel/Ficção/SP)
Melhor Ator: Chico Santana (Simples Mortais/Ficção/DF)
Melhor Atriz: Maria Luiza Mendonça (Nossa Vida não Cabe num
Opala/Ficção/SP)
Melhor Fotografia: Roberto Santos Filho (O Retorno/Doc/SP)
Melhor Roteiro: Di Moretti (Nossa Vida não Cabe num Opala/Ficção/SP)
Melhor Direção: Rodofo Nanni (O Retorno/Doc/SP)
Melhor Longa-Metragem: Nossa Vida não Cabe num Opala (Ficção/SP)
• Prêmio Especial do Júri Popular: Bodas de Papel-Ficção/SP.
Direção: André Sturm
• Troféu Gilberto Freyre: Guia Prático, Histórico e Sentimental da
Cidade do Recife-Doc/PE (Direção: Leo Falcão)
Premiações/Curtas-Metragens em 35mm:
Melhor Direção de Arte: Alonso Pafyeze (Os Filmes que não
Fiz/MG/Ficção)
Melhor Trilha Sonora: Cláudio Augusto Ferreira (Dossiê Rê
Bordosa/SP/Animação)
Melhor Edição de Som: Aurélio Dias e Leonardo Sette
(Ocidente/PE/Doc)
Melhor Montagem: Caroline Leone (Saliva/SP/Ficção)
Melhor Ator: Jonathan Haagesen (Comprometendo a Atuação/MT/Ficção)
Melhor Atriz: Helena Albergaria (Um Ramo/SP/Ficção)
Melhor Fotografia: Lula Carvalho (Trópico das Cabras/SP/Ficção)
Melhor Roteiro: Leando Maciel e César Cabral (Dossiê Rê
Bordosa/SP/Animação)
Melhor Direção: Esmir Filho (Saliva/SP/Ficção)
Melhor Filme: Os Filmes que não Fiz (MG/Ficção/Direção de Gilberto
Scarpa)
• Prêmio Especial do Júri Oficial: Até o Sol Raiá/PE/Animação.
Direção de Fernando Jorge e Leandro /Amorim
• Prêmio Especial do Júri Popular: Dresznica/RJ/Doc./Direção de Ana
Azevedo
Premiações/Curtas-Metragens Digitais:
Melhor Montagem: Érico Rassi (Um pra Um/SP)
Melhor Roteiro: Everson Klein (Porcos não Olham para o Céu/RS)
Melhor Direção: Daniel Marvel (Porcos não Olham para o Céu/RS)
Melhor Filme: Amanda e Monick/PB (Direção de André da Costa Pinto)
• Prêmio Especial do Júri Oficial: O Guardador (PB)/Direção de Diego
Benevides
• Prêmio Especial da Crítica: O Guardador (PB)/Direção de Diego
Benevides
• Prêmio Especial do Júri Popular: Até Onde a Vista Alcança
(PE)/Direção: Felipe Peres Calheiros
• Prêmio Aquisição Canal Brasil: O Guardador (PB)/Direção de Diego
Benevides. R$ 10 mil.
• Prêmio Josué de Castro:
• Prêmio Associação Brasileira de Documentaristas (ABD)/Entidade:
Troféu para Fundarpe
• Prêmio ABD- Melhor Curta Digital: Ismar/RJ/Direção de Gustavo
Beck. Melhor Curta em 35mm: Dreznica/ RJ/Doc./Direção de Ana Azevedo
Premiação Mostra Pernambuco:
Longas-Metragens:
Melhor Filme: Amigos de Risco/PE/Ficção. Direção de Daniel Bandeira.
Prêmio Assembléia de Pernambuco no valor de R$ 10 mil
Menções Honrosas do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria
Cinematográfica do Estado de São Paulo (Sindicine) para longas:
Menção Honrosa pela Montagem: Gilson Martins/Que Baque é Esse?
Menção Honrosa pela Fotografia: Pedro Sotero/Amigos de Risco
Curtas-Metragens:
Melhores Filmes: Miró: preto, pobre, poeta e periférico (Direção de
Wilson Freire)/Doc. Prêmio Assembléia de Pernambuco no valor de R$ 5
mil. O Triunfo (Direção de Geórgia Alves). Prêmio Assembléia de
Pernambuco no valor de R$ 2 mil.
Menções Honrosas do Sindicine para curtas:
Menção Honrosa pelo Roteiro: Paulo Leonardo Fialho/As Scismas do
Destino/Animação
Menção Honrosa pela Direção: Geórgia Alves/O Triunfo
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Cine PE) Antes mesmo de ser
exibido, “Nossa Vida Não Cabe num Opala” carregava nas costas um peso acima
do normal. Como a seleção deste ano do Cine PE trouxe filmes de dubitável
qualidade técnica, o longa de estréia de Reinaldo Pinheiro criou expectativa
no público e na crítica. E a resposta do público foi morna. Exibido após o
documentário “O Retorno”, de Rodolfo Nanni, “Opala”, como o filme tem sido
chamado, é uma adaptação da peça “Nossa Vida Não Vale um Chevrolett”, que
deu ao autor Mário Mortolotto o Prêmio Schell em 2000. O filme, cuja
história tem algumas nuances em relação ao texto original, traz quatro
irmãos da família Castilho que estão fadados a fracassar. De forte caráter urbano e
com personagens situados na classe média baixa de bairros típicos da zona
norte paulistana, conta a história dos irmãos Monk (Leonardo Medeiros), Lupa
(Milhem Cortaz), Magali (Maria Manuela) e Slide (Gabriel Pinheiro), com
vocação para a marginalidade, representada no furto de opalas, principal
fonte de renda da família. A história dos Castilhos desanda quando o pai
(interpretado por Paulo César Peréio) morre. Apesar de cada personagem
ter tratamento de indivíduo (Monk e Slide formam as maiores oposições), a
história privilegia o ciclo em que a família parece não conseguir escapar.
Nesse sentido, traz inspirações da tragédia grega, pois não importa o que os
personagens façam, estão fadados a fracassar. A personagem Magali é a
síntese desse pensamento: dentre os irmãos, é a única que não é, e não tem
vontade, de se tornar bandida. Pelo contrário, sonha em ser música clássica,
mas ganha a vida como tecladista de churrascaria de quinta categoria. Sua
resistência, porém, tem um limite, que o filme expõe. “O corpo do filme não é o
personagem, mas a família. Ninguém sai dela intacto”, sintetiza o roteirista
Di Moretti, que venceu o prêmio da categoria no Cine Ceará por sua adaptação
de “Nossa Vida Não Cabe num Opala”. O corpo dessa família, porém, não
arrancou aplausos da platéia. Ao término do filme, apenas aplausos
protocolares, muito diferente das exibições no Cine Ceará e na Virada
Cultural, A maior identificação
público-filme aconteceu nas cenas Toda
a história de “Nossa Vida Não Cabe num Opala” é contada em um ritmo
frenético, aceleradíssimo. A montagem de Willen Dias dá fluidez às primeiras
cenas do filme, com seqüências de planos. Há um recurso “flash-forward” que
antecipa momentos da trama indicando justamente o centro da trama: não há
escapatória. A montagem recebe um combustível a mais dado pela trilha,
banhada de rock’n’roll à moda de anos 80, liderada por Mário Bortolotto. O filme, que encerrou a
mostra competitiva de longas, cujos vencedores serão anunciados neste
domingo, tem estréia prevista para junho e será distribuído pela Imovision. “O Retorno” retoma
sertão dos anos 60 Em 1958, o paulistano
Rodolfo Nanni veio a Pernambuco para fazer “O Drama da Seca”, um
documentário sobre a seca. Com a tese de que nada havia mudado, o cineasta
voltou, quase 40 anos depois, à mesma região que filmara. “O Retorno”, exibido ontem
no Cine PE, privilegia, inicialmente, a terra, no sentido euclidiano da
palavra. Cenas de igreja, casas deterioradas e chão rachado preenchem a
câmera de Nanni. No decorrer do documentário, a história dos entrevistados
ganha corpo e desbanca a atenção dada inicialmente a terra. O eixo do filme é o
principal ponto a se discutir, já que, na fotografia, há um primor de cores
que se misturam com um excesso de luz natural à “Vidas Secas”, criando um
efeito visual interessante. Nanni volta 40 anos depois e quer provar que o
sertão não sofreu nenhuma alteração nesse período. Obviamente a pobreza do
passado ainda está no presente. Porém, essa mesma pobreza não é uma
especificidade do sertão brasileiro, mas das periferias mundiais. Este é um
dos malefícios da globalização. E, mesmo com avanços locais mínimos, algo
mudou. Em 58, “O Drama da Seca” mostrava crianças descalças. Em 2008, “O
Retorno” capta crianças e adultos na feira e em casa, todos calçados. E, do ponto de vista
cinematográfico, algo mudou. Se a representação do sertão não tivesse
sofrido transformações, os filmes de Lírio Ferreira não existiriam.
Especialmente “Árido Movie”, que traz justamente a dualidade da região: mito
de Antônio Conselheiro misturado com o contato com a cidade e a água. O filme também será
distribuído pela Imovision e está tentando encontrar uma data de estréia. A
previsão inicial é para agosto. Curtas salvam a
seleção Se a mostra competitiva de
longas-metragens passou ao largo dos filmes de alto nível, a de curtas
cumpriu seu papel. Especialmente ontem, com a exibição de três produções em
35mm. O ponto comum entre elas é
a originalidade do argumento. “Café com Leite”, de Daniel Ribeiro, traz um
casal homossexual que tem de lidar com a iminência da separação e a chegada
de uma criança no meio da relação. “Dossiê Rê Bordosa” é um falso
documentário em animação que supostamente investiga a morte de Rê Bordosa,
personagem dos anos 80 do cartunista Angeli. Já “Os
Filmes Que Não Fiz”, de Guilerme Scarppa, lança luz, de maneira bem
humorada, sobre projetos que o diretor não concretizou.
“Opala” eleva nível e encerra festival
Em uma edição cuja seleção não encontrou bons filmes,
“Nossa Vida Não Cabe num Opala” elevou a qualidade do 12° Cine PE