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Chico César lança o álbum 'Francisco, Forró y Frevo'

 

 

Foto: Divulgação

D. Etelvina, mãe de Chico, faz participação mais do que especial em seu novo disco
 

CD é composto por 14 divertidas canções para se ouvir em qualquer dia da semana, em qualquer época do ano

Livia Deodato, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Logo após o fim do carnaval do ano passado, Chico César foi descansar na casa de sua comadre Elba Ramalho em Trancoso, na Bahia, como costumeiramente faz pós-folia. Num dos quatro dias que passou por lá, após uma caminhada, voltou cantarolando uma canção, Pelado. "Acho que fiz um frevo", comentou com Elba. "O abadá está tão caro/ Custa mais caro que a máscara de carnaval/ Eu vou é sair pelado com você ao meu lado/ Vai ser sensacional", diz a letra da canção que impulsionou a produção do mais novo álbum que o paraibano acaba de lançar, Francisco, Frevo y Forró, ou FFF para os mais chegados.

"Quando compus Pelado, realmente pensei em fazer um disco só de frevo. Mas queria fazer uma ponte com o ouvinte da música popular brasileira. Por isso, decidi adicionar canções de forró", conta Chico. Na opinião do músico, o forró já conseguiu vencer uma barreira a mais que o frevo, ritmo ainda limitado ao período carnavalesco. E aproveita o mês dos santos Antônio, João e Pedro para ajudar a disseminar dois dos ritmos mais animados e genuinamente brasileiros. 

Depois de passar os últimos três anos passeando por um seara mais intimista, Chico procurou por outro tipo de comunicação musical.  

"Queria algo mais ligado ao corpo do que ao intelecto", resume. Procurou por BiD, que já produziu Chico Science & Nação Zumbi (Afrociberdelia) e mundolivresa, que, por sua vez, indicou Mario Caldato Jr. para a mixagem. O resultado são 14 divertidas canções para se ouvir em qualquer dia da semana, em qualquer época do ano, mas obrigatoriamente quando se tiver festa. 

Dessa compilação, só uma não foi composta pelo músico paraibano: A Marcha da Cueca, de seu conterrâneo Livardo Alves ("Eu mato, eu mato/ Quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato"). "Decidi incluir essa música porque ela fez parte do carnaval da minha infância. Minha mãe não gostava que eu e minhas irmãs cantássemos, achava feia", relembra, aos risos. Chico convidou o octogenário Claudionor Germano para dar voz à marcha. "Ele foi o grande intérprete de Capiba e pode ser considerado a voz do Carnaval do nordeste." 

A Marcha da Cueca acabou inspirando Chico na composição de uma música que fala sobre o seu par. Não o de Chico, mas o da cueca. E é um tanto ousada a versão feminina, intitulada A Marcha da Calcinha: "A vida tirou a calcinha pra mim/ Me dominar, me amar/ Me amarrar com seda e cetim." 

D. Etelvina Ambrosina de Lima, de 85 anos, mãe de Chico, também faz participação mais do que especial no novo álbum. Ela veio encontrar o filho durante a visita do papa Bento XVI, em maio do ano passado, e o músico aproveitou para pedir sua bênção, também em forma de música. "Pedi que ela cantasse algo para mim. Ela relutou, disse que estava cansada. Então, pedi que cantasse, ao menos, um bendito. Foi espontâneo. E eu comecei a gravar na mesma hora." D. Etelvina pode ser ouvida em Deus me Proteja, canção que conta com o acordeom de ninguém menos que Dominguinhos. Agora, os pais de Chico César estão quites - seu Francisco Gonçalves já tinha emprestado sua voz à Dança do Papangu, no álbum Mama Mundi.

(© Estadão)

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