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Referência do forró, Genival Lacerda vira tema de documentário

28/06/2008

 

 

Wellington Barreto/Divulgação

Genival Lacerda
 

HUGO CALS
Da Agência JB

RIO - Em 2004, quando Genival Lacerda foi convidado para fazer uma participação especial no longa de ficção "Foliar do Sertão", da cineasta Carolina Paiva, nem o cantor nem a diretora poderiam imaginar que dali surgiria uma produtiva parceria. Carolina, então, começou a filmar Genival em entrevistas e shows ao vivo. A partir deste material, a cineasta está montando um documentário sobre este ícone do forró de letras escrachadas, com previsão de lançamento para dezembro deste ano.

Com o título de "O Rei da Munganga", o documentário tem como objetivo destrinchar a vida e obra deste compositor nordestino, nascido em Campina Grande, na Paraíba, em 1931. Na ativa aos 77 anos de idade, Genival Lacerda acumula no currículo sucessos como "Severina "Xique Xique", "De quem é esse jegue?"e "Radinho de Pilha", além de 40 LPs lançados e inúmeros CDs. Sem dúvida um verdadeiro ícone popular.

O novo filme da cineasta, que está em fase de pós-produção, é mais uma produção de sua carreira onde a música é a característica principal. Antes de rodar "O Rei da Munganga", Carolina já havia produzido documentários sobre o funk carioca, sobre o samba (focado na Estação Primeira de Mangueira) e sobre ritmos populares brasileiros.

Segundo a cineasta, a idéia de compor um filme sobre o compositor surgiu meio que por acaso, a partir da participação do cantor no filme de ficção da cineasta, "Foliar Brasil", de 2004. Nele Genival interpreta o "coroné João".

"Ele chegou no set e encantou a equipe toda. Chegou a se intrometer numa cena do filme, pois tinha um personagem que era uma costureira, e ele cruzou a fazenda aonde estávamos filmando e gritou: 'Paivinha essa costureira tem que ser costureiro e gay; tá cheio aqui...'. Aí não tive como não fazer; e a cena ficou com um costureiro gay, que ainda usou como figurino uma roupa de Genival."

Carolina contou que foi a partir daí que surgiu a idéia de rodar o filme, mas somente um ano depois a cineasta teve certeza de que filmaria com Genival. Foi depois de assisti-lo se apresentar no Forrócaju, em São João do Aracaju, no Sergipe, para um público de 100 mil pessoas que cantavam todas as suas músicas em coro. Na hora de filmar, a cineasta contou que o cantor mostrou-se sempre simpático e receptivo.

"O contato com ele é sempre divertido, ele fez 77 anos, agora em junho; mas parece que tem 20 anos. É um eterno jovem, pois só anda com eles; já que seus músicos na sua maioria são jovens. Sempre foi super receptivo, assim como o seu filho que também é o produtor dele, João Lacerda. Ele entrou no filme como co-produtor; eu converso sobre tudo com o João, desde os elementos de pesquisas que preciso até a falta de patrocínio", disse.

A cineasta contou que atualmente, depois de rodar com Genival no Nordeste e no Rio, está em busca de um patrocínio final para dar início a pós-produção do filme, que já está praticamente pronto.

"O filme, agora, está editado off line; só precisa realmente da pós-produção; mas estamos necessitando de um patrocínio final. Se tudo der certo, em dezembro desse ano, o filme estará pronto. Pretendemos rodar festivais nacionais e internacionais e exibi-lo no Canal Brasil e na TV Brasil."

Carolina contou que, depois que "O Rei da Munganga" for finalizado e lançado, ela irá retomar o roteiro de seu próximo longa de ficção, batizado de "98 Minutos", que foi interrompido por conta do filme de Genival Lacerda. Além disso, a cineasta também tem como sonho lançar uma TV Web no mercado, já que segundo ela não haverá diferença no futuro entre TV, internet e celular.

Com relação a este tema, saiba mais (arquivo NordesteWeb)


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