O Que É Que a Baiana Tem?, canção que Carmen Miranda tornou célebre em
Banana da Terra, filme de João de Barro de 1938, assim como outros 10 mil
documentos textuais, entre agendas pessoais de 1965 a 1997, partituras
manuscritas, reportagens, vídeos caseiros e milhares de fotos do baiano
Dorival Caymmi, estão sendo organizados em um acervo especial, por
iniciativa do músico Paulo Jobim, filho de Tom.
O trabalho é árduo: desde o fim do ano passado, quando o programa Natura
Musical aprovou o projeto, foram catalogados apenas 2 mil desses 10 mil
documentos do acervo, tendo 500 deles ''escaneados'' até agora. A previsão é
de que tudo fique pronto em agosto de 2009. ''A nossa equipe ainda está
levantando onde estão os quadros que Caymmi pintou durante toda a sua vida,
faceta um tanto desconhecida pelo grande público'', adianta Paulo. Nove
pessoas estão envolvidas diretamente nesse trabalho, entre eles, Gabriel e
Juliana Caymmi, filhos de Danilo e netos de Dorival.
Foi Danilo, inclusive, quem deu a idéia de organizar o montante artístico do
pai. ''Há dois ou três anos conversamos sobre a possibilidade de se fazer um
acervo de Dorival, a exemplo do de meu pai. Cheguei a inscrever o projeto em
outros editais, mas não obtive aprovação, pois a grande maioria dos
patrocinadores quer um retorno imediato'', detalha Paulo Jobim.
O que vai diferir o Acervo Dorival Caymmi do Instituto Antonio Carlos Jobim,
localizado no Jardim Botânico, no Rio, é o ''local'' onde será inserido - as
obras do poeta nascido em Salvador em 1914 serão oferecidas ao público, a
princípio, somente no universo virtual, com livre acesso. ''Só vamos
restringir certos documentos, como correspondências pessoais, que podem
conter frases que machuquem alguém ou que necessitem de autorização de
demais partes envolvidas'', diz.
(©
Estadão)
Fidel Castro critica declarações de Caetano Veloso sobre direitos humanos em Guantánamo
Para Fidel, a declaração foi uma "prova da
confusão e do engano semeados pelo imperialismo".
"Em duas palavras: o músico brasileiro
pediu perdão ao império por criticar as atrocidades cometidas naquela base naval
em território ocupado de Cuba", disse Fidel, de 81 anos, que se afastado do
governo.
Os versos da música "Baía de Guantánamo"
falam sobre a contradição de os Estados Unidos, ferrenhos defensores dos
direitos humanos dentro de seu território, ignorarem esses princípios em sua
base militar na ilha.
"O fato de os americanos desrespeitarem os
direitos humanos em solo cubano é por demais forte simbolicamente para eu não me
abalar", diz a letra.
Em declarações ao jornal brasileiro,
entretanto, Caetano disse que, apesar do mal-estar que sentiu diante da situação
irregular produzida pelos americanos na ilha, em matéria de direitos humanos e
questões de liberdade e respeito aos homens, os EUA eram superiores a Cuba.
"Se eu fosse um tipo de pessoa de esquerda,
pró-Cuba, anti-Estados Unidos, não sentiria decepção alguma pelo que ocorreu
nas prisões de Guantánamo", disse à Folha.
"Se você falar em questão de como são
observados os direitos humanos e as questões de liberdade e respeito aos homens,
sou 100% mais EUA do que Cuba. E eles, os americanos, os defensores das
sociedades abertas, apresentam muitas vezes o caso de Cuba, como um lugar onde
não se respeitam as liberdades. Que aconteça isso na base de Guantánamo, sendo
que são os americanos que estão desrespeitando os direitos humanos, me abala, me
provoca mal-estar. Justamente porque eu sou neste ponto do lado dos americanos".
(©
O Globo)