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Atores afinam o tom da Paixão em Nova Jerusalém

04/04/2009

 

 

Foto: Divulgação
Cena da Paixão de Cristo: a bacanal do rei Herodes é interrompida com a chegada dos sacerdotes que conduzem Jesus
 

Apresentação, para 800 pessoas, tem um clima de ensaio geral e serve para que os atores tenham a noção exata da dimensão do espetáculo

Dario Brito
dbrito@jc.com.br

BREJO DA MADRE DE DEUS – “Esse espetáculo serve como um bom momento de oração pra mim”. Dessa forma, o ator Murilo Rosa, o Jesus da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, explicou sua relação com o personagem após o ensaio geral para mais de 600 convidados, realizado na última quinta-feira. A frase é emblemática para o “católico não praticante”, como o ator se define, já que sua atuação é uma das melhores dos últimos anos no papel mais cobiçado da encenação. A apresentação foi marcada por altos (como as atuações de Emanuelle Araújo e Fabiana Pirro também) e baixos (sobretudo, por conta de problemas de queda de luz, por alguns instantes no Sermão da Montanha e falta de afinação entre a Ascenção de Cristo, no fim, e a explosão de fogos, que só surgiram após o ator sumir de cena).

Murilo passou no teste da sincronia de sua interpretação com o áudio do espetáculo, maior prova de fogo dessa montagem (e que já deixou muito global tido como “promessa” amargar vexame diante de multidões e mandacarus no Agreste pernambucano). “Queria aproveitar o texto ao máximo, por isso me tranquei no quarto assim que cheguei em Fazenda Nova e devorei o tempo das falas como um louco”, lembra o ator que já viveu o mesmo personagem em Paixões em Alagoas e Roraima.

Fabiana Moraes Do Caderno C/ JC
Murilo Rosa viverá pela primeira fez o papel de Jesus Cristo
Murilo Rosa viverá pela primeira fez o papel de Jesus Cristo

A mesma vivência parece ter sido partilhada por Emanuelle Araújo (Maria Madalena) e Fabiana Pirro (Maria). A primeira chamou mais a atenção por problemas no figurino: na cena pouco antes da Ressurreição – quando Madalena vai espalhar a boa nova – Emanuelle, visivelmente menor que a roupa, levantou o vestido para poder correr. Um pouco demais, inclusive, o que gerou comentários na coletiva de imprensa. E a atriz teve fair play. Após negar qualquer dificuldade com o figurino e dizer que “ele ajudou demais na composição da personagem”, soltou em tom de piada: “Vocês também estão prestando muita atenção na altura da saia de Madalena, hein?”.

Fabiana Pirro, em seu terceiro papel na Paixão (já figurou na Bacanal de Herodes e também encarnou Salomé) estava no tom certo como Maria: “Já vivi esse papel duas vezes em outras montagens pelo Estado afora, mas acho que o que me ajudou desta vez é que agora sou mãe e devo ter sentido na pele, por isso, a emoção”. A atriz, aliás, se prepara para subir aos palcos com Lívia Falcão, em Caetana, dia 1º de maio, na abertura do Festival de Teatro Brasileiro em Salvador (Cena Pernambucana).

Já Oscar Magrini – que, diga-se de passagem, personifica fisicamente bem a figura de Pôncio Pilatos – não esteve nos seus melhores dias neste ensaio geral: sua versão do governador da Judéia pareceu por vezes confusa e a sincronia, que é crucial, estava bem distante de convencer. A própria experiência com espetáculos ao ar livre (como a de São Vicente, onde já viveu Pedro Alvares Cabral) indicava um desfecho diferente, mas não deu. Esse primeiro impacto com o público na montagem certamente serviu para dar ao ator a dimensão do espetáculo – e servirá, sobretudo, para acertar a interpretação.

Os atores principais tiveram basicamente dois dias para ensaiar desde que chegaram em Fazenda Nova (sábado e domingo), já que de segunda a quarta gravaram o especial que deve ser exibido pela Globo na Sexta da Paixão, dia 10. Então seguiram à risca todas as dicas de Carlos Reis e Lúcio Lombardi, diretores do espetáculo, que também tiveram que dar atenção aos 400 figurantes, reunidos em ensaio apenas três vezes. “Esperamos um dia montar um curso de formação de atores aqui em Nova Jerusalém, porque teríamos 50 ou 60 figurantes de frente, totalmente preparados para comandar os demais”, lembra Carlos Reis. Até lá, a luta é contra o tempo, que é escasso, para uma montagem desta dimensão.

(© JC Online)


Caruaru tem agenda cheia

Com a proximidade da Semana Santa, a programação cultural em Caruaru começa a se intensificar. No Alto do Moura, a Prefeitura de Caruaru promove, a partir desta semana, apresentações culturais, uma exposição de Arte Sacra e uma montagem da Paixão de Cristo com os artesãos do local (na próxima quinta-feira). Na Estação Ferroviária da cidade, a atração é Festival de Bandas de Forró de Caruaru.

A Praça do Artesão recebe, até o próximo sábado, a Exposição de Arte Sacra do Alto do Moura. Das 9h às 21h, o público pode conferir peças sobre a vida e morte de Jesus Cristo criadas por 30 artesãos seguidores do Mestre Vitalino. A Fundação de Cultura e Turismo pagou um cachê simbólico de R$ 150 pelas criações, que após a Semana Santa passam a fazer parte do acervo do Museu do Barro de Caruaru.

Os shows acontecem em um palco montado próximo à rua principal do Alto do Moura. Hoje, às 10h, a atração é Banda de Pífano Cultural de Santa Maria. Às 12h30 se apresenta o Trio de Forró Zino da Sanfona e às 15h é a vez do Boi Tira-Teima. Também haverá um grupo de Bacamarteiros circulando pelas ruas. Amanhã, as atrações são a Banda de Pífano São João de Serra Velha, às 10h, o Trio de Forró Biu do Acordeom, às 12h30, e a Mazurca Pé Quente, às 15h. As apresentações recomeçam na próxima quinta-feira.

Na próxima segunda-feira, tem início o I Festival de Bandas de Forró. Quinze grupos devem se apresentar no palco instalado na Estação Ferroviária, a partir das 20h, até a quarta-feira. O mesmo local recebe atrações como Fafá de Belém, Chico César e Nando Cordel, a partir de quinta-feira.

A Fundação de Cultura e Turismo deve aproveitar o festival para fazer uma triagem para a programação do ciclo junino da cidade. Os grupos serão avaliados pelo sanfoneiro Camarão, o radialista Ivan Bulhões e o compositor Juarez Santiago, entre outros, nas categoria repertório, figurino e coreografia.

(© JC Online)


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