Fotos: Divulgação
|
A equipe de produção de “Área Q“: filmagens em Quixadá,
Quixeramobim e Los Angeles. É a primeira co-produção do cinema
cearense com um estúdio de Hollywood.
As locações do filme já foram escolhidas
(foto abaixo). O filme narra histórias
de casos de contatos com extraterrestres |
PEDRO MARTINS FREIRE
Crítico de Cinema
Halder Gomes fecha a primeira parceria com
uma produtora de Hollywood e prepara as filmagens de ´Área Q´, um filme de
ficção-científica sobre a presença de seres extraterrestres nos municípios
de Quixadá e Quixeramobim
Após alcançar o sucesso, prêmios e o reconhecimento internacional com os
curtas “Cine Holiudy - o Artista Contra o Caba do Mal”, “Loucos por Futebol”
e os longas “No Calor da Terra do Sol” e “The Morgue/Cadáveres II”, Halder
Gomes dá mais um passo para firmar sua importância na produção do cinema
cearense.
Enquanto aguarda as definições para transportar “Cine Holiudy” para o
longa-metragem, assume a produção de “Área Q”, a primeira co-produção do
cinema cearense com um estúdio de Hollywood. Ainda em pré-produção (as
filmagens começam em agosto), mas com o roteiro já finalizado, Halder busca
fechar uma série de parcerias que garantam o planejamento de filmagem, o
orçamento e o suporte da produção, além de negociar com a Fox Filmes a sua
exibição no território nacional e no exterior. “Estou muito contente em
trazer para o Ceará a primeira co-produção entre o estado e um estúdio de
Hollywood”.
“Área Q” surgiu originalmente numa de suas viagens para os EUA. Durante uma
reunião de produção, soube do produtor e diretor Gérson Sanginitto, carioca
que mora com a mulher, Carina (diretora de fotografia e produtora
executiva), em Los Angeles, que estavam trabalhando num roteiro a ser
filmado no estado do Arizona, abordando casos de regressões hipnóticas para
análise de casos de abduções por extraterrestres.
“O tema me pegou”, diz Halder. “Mas sugeri a eles uma mudança de planos:
elaborarmos uma outra história que funcionasse numa produção envolvendo
Brasil e EUA e cujo enredo trouxesse à baila uma questão amplamente
discutida no Brasil envolvendo casos comprovados de contatos imediatos entre
extraterrestres e pessoas dos municípios de Quixadá e Quixeramobim, no
estado do Ceará”, revela Halder.
“Quando falei dos casos recorrentes na região, das investigações que
trouxeram especialistas internacionais, da beleza natural dos municípios e
do interesse universal pelo tema, a decisão de criar uma nova história foi
imediata, surgindo daí um projeto que se passa em Quixadá, Quixeramobim e
Los Angeles, tendo um repórter americano no centro dos acontecimentos.
Passamos duas semanas discutindo o argumento e resolvemos intitulá-lo de
´Área Q´, em alusão a letra inicial das duas cidades”, explica. Ao retornar
ao Brasil, Halder passou a tocar a produção enquanto o roteiro era
desenvolvido por Júlia Câmara.
E o interesse pelo tema? O cineasta revela ter crescido ouvindo histórias
sobre casos de discos voadores e de ter acalentado o sonho de, um dia, fazer
algo com o tema. “A região tem uma beleza misteriosa, surreal até, e se
ajusta muito bem a questão dos aparecimentos de naves extraterrestres, com
os relatos de avistamentos e abduções sendo impressionantes. Outro fato: é
impossível percorrer a região sem olhar para o céu. Na verdade criamos um
argumento totalmente original, em ordem não linear de tempo e que ´amarra´
acontecimentos no passado, presente e futuro”, explica.
Quanto a linguagem a ser empregada, Halder diz que a estética será moderna,
pois Gerson Sanginitto optou ´por uma combinação de cenas nas quais
pontificam planos com gruas, ´travellings´, planos sequências, etc, as quais
vão beirar ao documental através do protagonista da história, que é um
repórter de uma grande publicação internacional´, afirma.