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Arte de Abelardo da Hora roda o Brasil

17/06/2009

 

 

Foto: Andréa do Rego Barros

Abelardo da Hora

Aos 85 anos de idade, o artista plástico pernambucano circula com exposição de 15 toneladas e 130 obras por Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e João Pessoa

Júlio Cavani

Abelardo da Hora, um dos artistas pernambucanos de maior importância histórica, pode consolidar seu reconhecimento em âmbito nacional aos 85 anos de idade graças à mais abrangente retrospectiva de sua carreira, que começa no dia 29 de junho em Brasília e depois passa por São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e João Pessoa.


Foto: Divulgação
Além de desenhos, pinturas, gravuras e peças de cerâmica, mais de 15 toneladas de esculturas fazem parte da exposição, chamada Amor e solidariedade.

Em Brasília e no Rio de Janeiro (setembro), a exposição entra em cartaz nos prédios do Centro Cultural Banco do Brasil, que estão entre os espaços artísticos mais visitados das duas cidades. Em novembro, a mostra chega ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), um dos principais pontos turísticos da capital paulista. No Recife, a previsão é ocupar o Parque Dona Lindu em fevereiro de 2010. O projeto, organizado por três gerações da família do artista, está orçado em R$ 1,5 milhão.

"Encaixotar tudo para levar de avião dá um trabalho de lascar", ironiza Abelardo, que continua em plena atividade, sem parar de trabalhar. "Seria impossível fazer uma retrospectiva completa, pois ele tem trabalhos no acervo de museus de vários países, inclusive na Ásia. Além disso, sua obra nunca para. É um artista compulsivo", considera seu neto, Daniel da Hora, diretor artístico da exposição, que inclui 130 obras.

Até mesmo monumentos construídos para praças públicas do Recife são levados para a exposição, alguns com mais de três metros de altura. Para não ser necessário retirar as estátuas de seus lugares oficiais, foram produzidas réplicas em tamanho natural, com o bronze substituído pelo concreto para diminuir o peso durante o transporte. O público dos outros estados vai poder conhecer ao vivo as esculturas em homenagem ao frevo (localizada na Rua da Aurora), ao maracatu (Pátio do Terço) e aos retirantes (Parque Dona Lindu).

A peça mais antiga a ser apresentada foi esculpida em 1944 e é praticamente inédita, pois nunca foimostrada em uma exposição pública. Trata-se do busto de um ex-escravo chamado Sabino, que Abelardo conheceu pessoalmente. Além da importância histórica, a obra, que pertence ao acervo do Instituto Ricardo Brennand, representa bem o espírito do artista por causa da temática social.

Outra obra inédita é uma escultura de 2002, em bronze, que retrata os passos da capoeira, com três personagens em tamanho natural. Na exposição, as grandes estátuas relacionadas ao folclore vão estar associadas a sensores que tocam música quando os espectadores se aproximam.

Os desenhos originais da série Meninos do Recife, de 1962, também integram a retrospectiva. Eles fazem parte da coleção do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães e possuem uma apólice de seguro calculada em R$ 1 milhão. "O estado de conservação deles está uma maravilha", garante o artista, que ainda leva para a turnê gravuras do álbum Danças populares de carnaval e as pinturas do tema Hora de brincar.

As esculturas A fome e o brado e Menino de mocambo (levada a Paris duas vezes, uma delas no Museu do Louvre), que fizeram parte da primeira exposição individual de Abelardo em 1948, não podiam ficar de fora, mas agora são mostradas com versões fundidas em bronze. As famosas estátuas de musas com curvas voluptuosas também estarão representadas. São contempladas, portanto, as três principais vertentes de sua produção: as temáticas sociais, o folclore e as mulheres ("a coisa mais linda que Deus criou", na opinião do artista). 

(© Diário de Pernambuco)


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ABELARDO DA HORA (INSTITUTO)

VÍDEO:

Abelardo da Hora

 

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