03/Ago/2003 por SCHNEIDER CARPEGGIANI
Com o romance O Fiel e a Pedra,
publicado em 1961, Osman Lins começou a afiar os instrumentos com os quais se tornaria um
dos maiores artesões da literatura brasileira contemporânea. Ele rivalizou e atualizou
os melhores autores da geração anterior, os regionalistas de 30 e 40. Em seguida, com
Nove, Novena encontrou seu caminho todo próprio de reorganizar a narrativa, de forma
matemática e cerebral, desenvolvido mais tarde em A Rainha dos Cárceres da Gréciae
Avalovara. Esses livros eram poesia pulverizada em prosa, romance ou narrativa
metalinguística? Perguntas que continuam rendendo um sem-fim de trabalhos acadêmicos.
Até hoje acho que meu pai escrevia
com uma fita métrica, joga mais algumas peças no complicado quebra cabeça com o
qual Osman montou sua obra Ângela Lins, filha do autor.
Osman Lins faleceu há 25 anos, no dia 8 de
julho de 1978. No entanto, a data redonda só começa a ser lembrada este mês. Na
próxima quarta-feira, os membros do SOL (Sodalício Osman Lins) realizam uma
programação especial em torno do autor, com palestras e exibição do curta A Partida,
de Sandra Ribeiro. Ainda em meados de agosto chega às telas Lisbela & o Prisioneiro,
longa de Guel Arraes baseado em um dos textos do pernambucano.
Para lembrar Osman, o JC inicia hoje
uma série de matérias que irão evocá-lo em suas várias facetas. Para começar, iremos
focar como o fascínio kitsch e matuto de Lisbela & o Prisioneiro um trabalho
que pode ser caracterizado como único na obra do autor tornou-se seu título mais
popular.
(© Jornal do Commercio-Pe)
Lisbela é singular em Osman
03/Ago/2003
O folclore, a cor local e a festa de Lisbela
e o Prisioneiro não fazem usualmente parte do universo geral da obra de Osman Lins, é
uma exceção
É até irônico que meu pai seja
lembrado por Lisbela & O Prisioneiro. Ele foi um esteta da palavra e esse livro
é muito diferente de todo o resto que ele escreveu na vida. Pode ser lido em separado. Eu
gosto de Lisbela porque ele me faz rir e evoca todo um universo matuto, kitsch, do
pingüim sobre a geladeira que não aparece nos seus outros livros. Eu estou muito curiosa
para ver como o Guel Arraes passou esse texto para o cinema, comentou Ângela Lins,
filha de Osman.
Foi exatamente esse caráter único de Lisbela
que chamou a atenção do diretor Guel Arraes, que teve seu primeiro contato com o
texto quando procurava comédias para uma série de programas baseadas em obras de autores
brasileiros, em 1992. Essa peça de Osman é atípica em sua obra justamente por ser
uma tentativa de teatro popular, ressaltou Guel.
O folclore, a cor local e a festa de Lisbela
não fazem mesmo parte do universo geral da obra de Osman. O que pode causar até espanto
para os leitores estrangeiros que venham a conhecer o legado do pernambucano, bem mais
acostumados com o arquétipo festeiro e colorido de um Jorge Amado. No começo dos anos
90, Osman foi bastante elogiado na França pela tradução do seu tenso romance O Fiel e a
Pedra. E a França, como todos sabem, é um dos territórios onde Amado mais fincou sua
versão de brasilidade.
Só que, cerebral, Osman sabia que mesmo
estando na mesma região que a Bahia, Pernambuco é um outro mundo.
O filme de Guel Arraes chega na esteira do
sucesso da peça Lisbela & O Prisioneiro, dirigida por João Falcão
agora responsável pela trilha sonora do filme. Quantitativamente uns 30 % da peça
original foram aproveitados no roteiro: uma das cenas principais, onde o matador tendo
jurado Leleu de morte termina tendo a vida salva por ele e, portanto também devendo-lhe a
vida, tem vários diálogos engraçados, apontou Guel.
Lisbela & O Prisioneiro é a
extensão de um trabalho que Osman fez para Ariano Suassuna no começo dos anos 60. Ele
fez um curso de dramaturgia na Escola de Belas Artes, na UFPE. A estréia dessa peça foi
em 1961.
Além de Lisbela, muito do sucesso
popular de Osman se deve ao seu trabalho à frente do projeto Casos Especiais, que a TV
Globo exibiu no final da década de 70. Osman foi um dos autores que se propuseram a
embarcar nessa aventura de escrever para a TV. Quem era Shirley Temple já foi pensado
para esse veículo. Claro que há mudança, infidelidades (palavra purista,
que aqui nem caberia: livro e cinema são dois registros diferentes). Reduzir, ainda que
na expectativa, um ao outro é ser injusto. É mutilar a especificidade de cada um. Dina
Sfat fez o papel principal. É um texto ainda muito atual, ressaltou Lourival
Holanda, professor do Departamento de Letras da UFPE.
No caso de A Ilha no Espaço -
taí um texto que se mantém, independentemente da tela. Há, dele, uma tradução com
sucesso, feita na Itália. O interessante do outro, Marcha Fúnebre, é um texto
curioso: Osman o pensou inteiro: da documentação até a distribuição das falas, do
enquadramento, dos discursos. Ali, o palco põe o palco em cena: naquele espaço, uma
atriz revê seu tempo, seus valores e o que, nela, ainda vinga de vida. Enfim, Osman
considerava um poema à glória do corpo naquele momento tão vilipendiado
pela tortura e pela indústria do erotismo, completou Lourival. (S.C.)
(© Jornal do Commercio-Pe)
A trilha perfeita para pontuar o lado kitsch do esteta da
palavra
03/Ago/2003
por JOSÉ TELES
As trilhas de filmes brasileiros
recentes ou são peças musicais herméticas ou coletâneas pop. Uma das poucas exceções
é a música de Lisbela e o Prisioneiro (Natasha), produzida por João Falcão e
André Moraes, que chega às lojas antes de o filme debutar nas telas.
O diretor Guel Arraes entregou a tarefa à
pessoa mais apropriada. Afinal, a primeira investida teatral de João Falcão, há 20
anos, foi com um musical, Muito Pelo Contrário: Fiz vários outros, sempre
tive essa ligação forte com música, explica-se. No entanto, ao selecionar as
canções que pontuam a trama de Lisbela e o Prisioneiro, além de exercitar a veia
de compositor, Falcão recorreu também à sua memória afetiva: Algumas das
músicas me levam ao tempo de faculdade, quando a gente, freqüentava o Bar da Tripa, na
Cidade Universitária, e escutava brega na radiola de fichas. Uma das músicas é
até mais antiga, A deusa da minha rua (Jorge Faraj/Newton Teixeira), sucesso dos
anos 30, numa versão singela, feita pelo pernambucano Geraldo Maia e o violonista gaúcho
Yamandú Costa.
Das bregas do Bar da Tripa, uma foi fisgada
por João Falcão: Você não me ensinou a te esquecer, de Fernando Mendes (com
José Wilson e Lucas), o tema romântico do filme: Quando mostramos a música a
Caetano Veloso, que não a conhecia, ele topou na hora gravá-la. Caetano tem essa coisa
de ser ao mesmo tempo uma grande estrela, e estar sempre disponível, elogia.
Caetano reaparece na trilha com Lisbela
(dele e João Falcão, com a Los Hermanos) e em um dueto com Jorge Mautner, na
interpretação intencionalmente simplória de Oh Carol (Neil Sedaka/Howard
Grenfield).
Caetano Veloso cantando Fernando Mendes é
fácil de entender, é notória sua capacidade de transformar em brilhantes os diamantes
brutos do repertório do povão. Difícil é imaginar como Zé Ramalho foi parar ao lado
do Sepultura, em A dança das borboletas: Esta música pontua a passagem do
tempo, numa das cenas do filme. O Sepultura conheci por causa de meu parceiro na trilha,
André Moraes, que já havia tocado com eles, daí veio a idéia de juntá-los,
esclarece Falcão, que se utiliza do Sepultura em mais outra faixa, O matador (dele
e de Moraes). A narrativa é meio cômica, então a trilha tem essa coisa
bem-humorada, sintetiza.
A trilha equilibra-se entre uma faixa de um
baticum violento, O amor é filme, cantada por Lirinha, do Cordel do Fogo
Encantado, e outra das antigas, Para o diabo os conselhos de vocês (Carlos
Imperial/Nenéo), de Paulo Sérgio, na época da Jovem Guarda. Quem a interpreta é Os
Condenados, um conjunto de adolescentes formado especialmente para a trilha (a vocalista
Alice, de 13 anos, é filha de João Falcão): É ouvida quando Lisbela vai casar-se
e, de repente, rebela-se. Quisemos um roquinho bem básico e ao mesmo tempo pesado,
exatamente o que pedia o clima da cena.
Embora tenha vida própria fora das telas, a
trilha de Lisbela foi criada com a intenção específica de pontuar a trama.
Quando, por exemplo, Elza Soares é passional no xote Espumas ao vento (Accioly
Neto) é porque a cena assim exigiu: É o tema de Inaura, que é a mulher fatal, o
oposto de Lisbela, a mocinha. A gente queria assim, bem dramática.
Outra canção que recebeu uma roupagem
inusitada foi A dama de ouro, de Maciel Melo, na trilha gravada pelo desconhecido
Zéu Britto, que começa meio roqueira para desaguar num balançado ska: Gosto muito
de Maciel, então pedi ao meu irmão que me mandasse todos os discos dele, para escolher
uma canção, Zéu é um grande músico aqui do Rio. Ele me mostrou uma demo com coisas
fantásticas, produzida por André Moraes. Aliás, foi assim que conheci André,
revela João Falcão.
(© Jornal do Commercio-Pe)
Vitória não cuida do seu filho ilustre
04/Ago/2003
A Casa de Cultura Osman Lins, em Vitória de
Santo Antão, onde nasceu o autor, deveria ser um templo à sua memória, mas enfrenta
situação precária
SCHNEIDER CARPEGGIANI
Parece que Vitória de Santo
Antão, a 51 quilômetros do Recife, não tem lá muita idéia de quem foi um dos seus
filhos mais ilustres, Osman Lins, que, nesta série que prossegue até quarta-feira, é
lembrado pelos seus 25 anos de morte. Apesar de a cidade contar com um centro construído
em homenagem ao escritor em uma das suas principais vias.
Para vocês terem uma idéia, uma
professora entrou aqui na minha sala e perguntou, olhando para a foto de Osman, quem é
esse velho com o cachimbo na boca? Aí eu tive de dizer minha filha, em primeiro
lugar ele não é velho, morreu com 54 anos, em segundo lugar ele não está com um
cachimbo na boca. Isso é a ponta dos óculos dele. E completei perguntando se ela sabia
onde estava?. Por esse discurso de Florianita Oleron Oliveira, responsável
há 12 anos pela Casa de Cultura Osman Lins, ficou fácil perceber que a tal professora
não só não sabia quem era o escritor como deve continuar sem saber. Se a Casa
continuar como está, a memória dele será esquecida em Vitória de Santo Antão.
Inaugurada há 15 anos pelo irmão de Osman,
Humberto Lins, já falecido, então presidente da Câmara Municipal de Vitória, a
instituição, mantida com verbas da prefeitura, deveria servir como biblioteca e um
centro histórico em torno da memória do autor. Não temos nada, não recebemos
nenhuma verba da prefeitura, atesta a responsável.
De acordo com Florianita, a Casa de Cultura
não tem máquina de escrever, papel higiênico, ventilador, nem Lisbela & O
Prisioneiro, título mais famoso de Osman. Às vezes, a própria servente traz
da sua casa o detergente para ser usado na limpeza. Digo a ela que não faça mais isso.
É obrigação da prefeitura, que não nos repassa os recursos.
De acordo com Florianita, todos os livros da
Casa de Cultura são frutos de doações particulares. A prefeitura nunca nos
repassou nada. A nossa Barsa é dos anos 70. Não temos a coleção completa de
Osman e, para complicar, alguns dos títulos dele, que nos foram doados, são em outros
idiomas, o que impossibilita sua leitura.
Diariamente, a Casa de Cultura Osman Lins
recebe entre 100 e 150 estudantes. A maioria de escolas públicas da cidade. É um
descaso muito grande o que estão fazendo com a cultura aqui em Vitória.
Osman Lins nasceu em Vitória de Santo
Antão em 5 de julho de 1924. Nessa cidade, cursou o ginasial e começou a escrever. Osman
morou em Vitória até os 17 anos, quando se mudou para o Recife.
(© Jornal do Commercio-Pe)
Autor contemporâneo de Osman fala da perenidade de sua
obra
04/Ago/2003
GILVAN LEMOS
Especial para o JC
Conheci Osman Lins pessoalmente por
volta de 1952. Ainda sem livro publicado, colaborava de vez em quando no Diário de
Pernambuco e no Jornal do Commercio, assinando artigos e contos já então muito
bem elaborados. Lembro-me de um que admirei e que depois ele incluiu em Os Gestos,
segundo me disse, por sua causa.
Osman conservava uma idéia fixa: ser
escritor. Em nossas conversas na Rua Evaristo da Veiga, em Casa Amarela, onde morava, o
assunto era um só: literatura. Às vezes demorávamos no terraço, luz apagada, seus
familiares recolhidos, cada um de nós dois com o copo de uísque na mão. Eu detestava a
bebida estrangeira, ainda mais pura, com gelo, tampouco percebia se ele a apreciava, mas
não passávamos de uma dose. Aquilo, hoje recordo com saudade, era como um virtual pacto
de amizade. Certa vez, ao me despedir, dizendo-lhe que me ausentaria por um mês, pois ia
de férias para São Bento do Una, ele, de pronto: Mas vai levar a máquina de escrever?
Diante da minha negativa, Osman se escandalizou. Um mês inteiro em São Bento do Una,
longe da literatura! Para ele isso era inconcebível. (Em seu livro, escrito em companhia
de Julieta de Godoy Ladeira La Paz Existe , conta que improvisou uma
espécie de lâmpada, imitada dos trabalhadores das minas, que ele colocava na testa para
iluminar a página do livro que lia durante o transcurso das viagens de ônibus: para não
perder tempo.)
Ainda no Recife, publicou O Visitante,
Os Gestos e O Fiel e a Pedra, fatura literária que ele abandonou, ao
mudar-se em 1962 para São Paulo, onde criou uma espécie de novo gênero, com os
inimitáveis Nove Novena, Avalovara, A Rainha dos Cárceres da Grécia,
deixando inconcluso Uma Cabeça Levada em Triunfo.
Osman foi/é um escritor completo.
Realizou-se extraordinariamente em todos os gêneros da literatura. Fez-se notável no
romance, conto, ensaios, críticas literárias, jornalismo, teatro. Pena que tenha nos
deixado tão cedo. Não vou relembrá-lo apenas nos 25 anos de sua morte. Osman Lins
estará comigo terna/eternamente.
(© Jornal do Commercio-Pe)
Em nome do pai
05/Ago/2003
Osman Lins manteve um relacionamento intenso
com as três filhas, mesmo quando foi morar distante
SCHNEIDER CARPEGGIANI
Com a morte de Julieta Godoy
Ladeira, segunda mulher de Osman Lins, a administração dos direitos autorais da obra do
autor ficou com suas três filhas, Letícia, Ângela e Litânia. Atualmente, os livros de
Osman ou estão pulverizados por várias editoras (como a Melhoramentos e a Companhia das
Letras) ou fora de catálogo. Com o lançamento do filme Lisbela & o Prisioneiro,
a Editora Planeta irá lançar o livro homônimo e há planos que ela centralize os seus
outros títulos.
A nossa idéia é que uma só editora
fique com os livros de papai, porque dessa forma será mais fácil administrar o seu
legado, situou Litânia Lins, que dentre as três é a responsável por entrar em
contato com as editoras e conferir os extratos bancários referentes aos livros ainda em
catálogo. Muitos dos contratos estão vencendo e, por isso, é hora de buscar um
plano maior para os livros, completou.
Na hora de falar da figura paterna de Osman,
Litânia a define como a de um homem rigoroso com horários. Ele foi um pai amoroso.
Quando a gente morava no Recife, ele nos levava para passear aos domingos, para olhar as
vitrines do Centro, mas ele tinha esse lado forte de cobrar um rigor com os horários, com
as obrigações.
Muito da relação que Osman tinha com suas
filhas foi resultado de uma intensa correspondência, já que com o fim do seu primeiro
casamento com Maria do Carmo Lins, ele foi morar em São Paulo com Julieta, e as filhas
ficaram no Recife, com sua primeira mulher. Minhas irmãs costumavam ir passar
férias com papai em São Paulo, eu não ia porque não me relacionava muito bem com
Julieta, lembrou Litânia.
Já Ângela mantinha uma relação boa com a
madrasta. Ela trouxe muita paz para o meu pai. Ela não teve influência direta na
sua literatura, porque nunca foi uma grande escritora como ele.
Ângela concorda com Litânia ao situar
Osman como um homem rigoroso, mas lembra que ele era um pai à frente do seu tempo. Ele,
como era um escritor, era um homem sensível, que tinha uma visão ampla das coisas. Ele
nos dava força para que usássemos biquíni, que naquela época, no final dos anos 60,
pouca gente usava. Era um pai muito carinhoso. Já mamãe era o oposto. Muito mais rígida
nesses termos. Eu não consigo me imaginar sendo filha de um outro pai e de uma outra
mãe.
CORRESPONDÊNCIA INTENSA
Letícia Lins lembra que até um certo tempo, após a morte do seu pai, em 8 de julho de
1978, ainda chegava em casa e procurava uma carta nova dele. Isso é para você ter
uma idéia de como a nossa correspondência era forte. As cartas funcionavam como
telefonemas entre nós, ressaltou.
Letícia ainda guarda uma caixa repleta de
cartas que recebia do pai, todas elas inéditas. Material que hesita em mexer. Eu
mexi nessas cartas poucas vezes. Na primeira vez, foi para a biografia que Regina Igel fez
do meu pai. Eu não gosto de ficar relendo esses textos, porque caio no choro. É um peso
emocional muito forte. Eu penso em algum dia publicá-las, porque, tirando trechos mais
pessoais, ele fala do seu processo de criação, ressaltou Letícia, que cedeu para
a reportagem do JC duas cartas, uma que ela enviou para ele e sua respectiva
resposta.
Eu tinha 19 anos e, de certa forma,
para você ter uma noção de como éramos ligados, eu sugiro que ele escreva um tipo de
livro que ele já estava esboçando na época, que viria a ser o Avalovara
Letícia lembra que Osman morreu nos seus
braços. Eu nunca irei me perdoar por, na hora da sua morte, não ter colocado uma
música barroca para ele ouvir. Para ele achar que estava indo para o céu. Mas na hora da
morte, a gente não consegue pensar nesses detalhes.
(© Jornal do Commercio-Pe) |