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Morre aos 62 anos em Pernambuco o músico Mestre Salustiano

31/08/2008

 

 

Fotos: Divulgação

O músico, dançarino, ator e artesão pernambucano Mestre Salustiano
 

Artista teve uma arritmia cardíaca provocada pela doença de Chagas. Ele era considerado um dos precursores do manguebeat

Do G1, com informações do pe360graus.com

Manoel Salustiano Soares – o Mestre Salu – morreu de arritmia cardíaca provocada pela doença de Chagas por volta das 7h30 deste domingo (31), no Pronto-socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape). O artista estava com 62 anos.

O velório acontece na Casa da Rabeca, em Olinda, espaço onde mestre Salu tocava e levava diversos representantes da cultura popular. O enterro será na próxima segunda-feira (1º de setembro), no cemitério Morada da Paz, em Paulista. O horário do sepultamento ainda não foi decidido. 

Considerado um dos precursores do manguebeat - e mestre de nomes como Siba, Antônio Nóbrega e Chico Science - ele foi um dos grandes responsáveis pela preservação de manifestações culturais da Zona da Mata, como ciranda, coco, maracatu e caboclinho.

Mestre Salu nasceu em Aliança, na Zona da Mata de Pernambuco, no dia 12 de novembro de 1945. Foi um dos maiores dançadores de cavalo-marinho da região, interpretando diversos personagens. Ele deixou quatro discos gravados: "Sonho da rabeca", "As três gerações", "Cavalo-marinho", e "Mestre Salu e a sua rabeca encantada".

Salu é considerado uma das maiores autoridades em cultura popular no Estado. Ele foi o criador do maracatu Piaba de Ouro, um dos mais premiados do carnaval de Pernambuco.

Seu pai, João Salustiano, foi quem o ensinou a fazer e a tocar a rabeca. Além dos instrumentos, o artista também confeccionava os bichos do bumba-meu-boi, além das máscaras do cavalo-marinho, feitas de couro de bode ou de boi; e os mamulengos de mulungu. 

'Ponta de lança'

"Salu era para a gente como se fosse uma ponta de lança", diz o guitarrista Lúcio Maia, da Nação Zumbi. "Ele tocou a vida inteira o Piaba de Ouro, um bloco tradicional pernambucano, elevou muito as tradições e teve o prazer de viver de sua arte, assim como Lia de Itamaracá e Dona Selma."

"Salu foi muito respeitado por tudo o que ele fez, e com certeza vai fazer muita falta. Ele era como um ícone, um ponto de referência musical e filosófico."

'Embaixador'

"Mestre Salu foi muito importante em Pernambuco porque ele foi um dos primeiros a estabelecer uma ponte entre a cultura da Mata Norte e os órgãos do poder público", diz o rabequista Siba, criador do grupo Mestre Ambrósio. "Mais do que isso, ele conseguiu firmar um nome."

"Salu esteve presente nos anos 90 e fez um link com os músicos da minha geração e a de Chico Science", diz o músico. "Ele foi o primeiro grande embaixador da Mata Norte."

Títulos

Em 1965, Salustiano foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Pernambuco e já percorreu, com a sua arte, a maioria dos estados brasileiros, além de países como a Bolívia, Cuba, França e Estados Unidos.

Recebeu ainda, em 1990, o título de "reconhecido saber" concedido pelo Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco e o de comendador da Ordem do Mérito Cultural, em 2001, pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

(© G1)

 


Perda
Mestre Salu morre aos 62 anos

Foto: Rodrigo Lobo/JC Imagem
Mestre Salustiano perpetuou a cultura da rabeca no País

 
Áudio
» Cinqüenta Anos de cultura popular
» Cadona e Donara
» Anjinho do céu

 
Do JC OnLine
Com informações da Rádio Jornal

O rabequeiro Manoel Salustiano Soares, o mestre Salu, faleceu às 7h deste domingo (31), no Procape (Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco) por conta de problemas no coração. Ele fora internado há sete dias por causa de uma arritmia cardíaca, além de sofrer do mal de Chagas. Salu tinha 62 anos, deixa mulher e 15 filhos.

O velório será realizado na Casa da Rabeca, um sítio de propriedade de Salu, na Cidade Tabajara, em Olinda. O enterro está marcado para esta segunda-feira (1), no Cemitério Morada da Paz, em Paulista - o horário ainda não está confirmado. Salu utilizava marcapasso há 18 anos. A primeira internação dele foi há cerca de 25 dias. Entre idas e vindas, ele voltou a passar mal na última segunda-feira.

Salu era uma das figuras mais conhecidas da cultura pernambucana - principalmente os folguedos populares, como maracatu, cavalo-marinho e caboclinho -, tendo sido mentor de algumas bandas que fizeram sucesso em Pernambuco em meados dos anos 1990, como Mestre Ambrósio e Cascabulho. Somente aos 54 anos de idade e 45 de carreira ele conseguiu lançar o primeiro CD: Sonho de Rabeca, com 14 faixas.

(© JC Online)


VÍDEO:

Veja entrevista com Mestre Salu na TV Câmara

 

Com relação a este tema, saiba mais (arquivo NordesteWeb)


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