Foto: Divulgação/Nana
Moraes
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"Este é meu disco
mais íntimo", revela Lenine
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Labiata, título do disco que chega hoje às
lojas, se refere à paixão que o compositor tem pelas orquídeas e marca sua
volta ao estúdio
José TelesLabiata, o novo CD de
Lenine (lançado também em edição limitada em vinil), chega às lojas de todo
o Brasil hoje. É o primeiro disco de estúdio que ele lança desde Falange
canibal, de 2002. “Mas, veja bem, não é o primeiro de inéditas. In cité, de
1980, tem 80% de músicas feitas para aquele trabalho”, diferencia. Labiata,
uma de suas orquídeas preferidas entre as espécimes nacionais, deu nome ao
disco, por várias razões, umas das quais pela a sonoridade do nome: “É
sensual, tem a ver com lábios, labial. A labiata, com a purpurata, disputa o
posto de a orquídea nacional. São matrizes para cruzamentos no mundo inteiro
e elas se adaptam bem. Isto tem uma correlação com o meu trabalho como
músico”, comenta ele, que é hoje um “orquidólatra” e mantém em seu sítio um
orquidário, onde cultiva vários tipos desta planta que é considerada,
erroneamente, parasita: “Engraçado que isso começou por acaso, quando
comprei um sítio aqui no Rio, há uns oito anos. Passei a fazer um banco
genético, para onde viajo procuro saber quais as plantas endêmicas do lugar.
A orquídea, na realidade, não é parasita, ela á uma planta de raízes aéreas
e cresce em outras plantas, árvores, mas não se alimenta delas. Usa o
hospedeiro para se abrigar do sol, do vento, o que acontece é uma simbiose
não parasitismo”, explica.
Labiata abre com uma composição apenas de
Lenine, Martelo bigorna. “Não tem espírito belicoso na imagem, eu tento
explicar o fato de ter determinada conduta, explicita também o espírito de
liberdade do meu trabalho. É um pouco autobiográfica, aborda um pouco do
desejo de seguir seu desenho e seu sonho. Curioso é que esta música tem
compasso composto, mas o arranjo do Quinteto da Paraíba transforma o
composto num binário. O 7 por 7 é igual a 14 que é par, e o Quinteto fica
com dois compassos dentro e dois fora, as pessoas até dançam neste compasso
composto”.
Uma das faixas que chama de imediato a
atenção é Samba e leveza, parceria póstuma com Chico Science. “Conheci
Chico, chegamos a dividir palco, porém nunca tivemos intimidade. Quem me
trouxe esta letra foi Goretti, irmã dele. Me falou que Chico voltou de uma
viagem da França, apaixonado, e cantava muito esta letra”. Lenine confessa
que foi um pedido tão delicado, e ao mesmo tempo tão emocionado, que ele
resolveu dedicar a canção a Goretti França.
A entrevista é concedida num dia de muita
chuva, numa casa na Gávea, escritório da assessoria de imprensa do cantor,
com a presença do pessoal da Natura, que patrocinou o disco e patrocinará a
turnê. Lenine recebe um jornalista de cada vez, o que evita que as
entrevistas sejam iguais. Entre um e outro, convida para comer o “japonês”,
ou seja, sushis e sashimis servidos em porções generosas. Nada de bebidas
alcoólicas. Tudo muito light.
Não por acaso, as primeiras dez mil cópias
de Labiata em CD foram confeccionadas com papel reciclado. Igualmente, não
por acaso, também o disco quase inteiro enfatiza uma preocupação com o
destino, cada vez mais preocupante do planeta: “Em todos meus discos trago
isso, não que eu seja ambientalista, mas tenho preocupações porque, não faz
muito tempo, previa-se que os problemas ambientais aconteceriam em
proporções aritméticas, agora já se sabe que estão vindo em proporções
geométricas, muito rápido e voraz”.
Com o parceiro de longas datas, Lula
Queiroga, ele assina A mancha: “A mancha vem comendo pela beira/o óleo já
tomou a cabeceira do rio/e avança”. “Começamos esta música há uns cinco
anos, era para ter entrado nos dois discos anteriores, mas acabou fora.
Ouvindo agora, parece ter sido feita ontem”. Com outro parceiro de várias
viagens, Bráulio Tavares, Lenine aponta para o aquecimento da calota polar
que, em futuro não muito distante, deixará submersas cidades à beira-mar. O
Recife, inevitavelmente será uma delas. A letra é quilométrica, lembra o Bob
Dylan de It"s all right ma, I"m only bleeding. “Bráulio é um cara que fez a
cabeça de muita gente de minha geração. Ele foi passar uns dias no meu sítio
e estava há algum tempo sem compor. Conversamos sobre este assunto, daí uns
dias ele mandou esta letra longuíssima, que tivemos que ir cortando para
caber no disco. Mas qualquer dia eu lanço um single com a versão integral”,
brinca. A letra apocalipticamente realista de Bráulio tem o refrão: “Eu vim
plantar meu castelo/naquela serra de lá/onde daqui a cem anos/vai ser uma
beira-mar”.
Não é apenas Jesus que é fiel, como se
prega em adesivos em pára-brisa de carros. Lenine é de uma fidelidade canina
aos seu parceiros, que são praticamente os mesmos em todos seus discos. Ivan
Santos, músico que vive na Alemanha, é co-autor da engenhosa Moça, uma
dessas raras letras que transcendem de poesia a poema. No apocalíptico
enquadra-se também É fogo (de Carlos Rennó). “Foi outra letra longa que
tivemos que cortar uma porção de versos”, conta Lenine, que canta nesta
faixa acompanhado por Pedro Luís e a Parede, cujo mais recente disco foi
produzido por ele (o grupo toca também em A mancha). Completam o time de
parceiros Paulo Cesar Pinheiro, na Ciranda praieira (que tem entre os
instrumentos uma inusitada gaita-de-foles), e o ubíquo Dudu Falcão em É o
que interessa, a música suave do disco. Que tem como contraponto a
ledzeppeliana O céu é muito, do parceiro mais recente de Lenine, Arnaldo
Antunes. “É meu lado Led Zeppelin, a mais pesada do disco. E aquele riff de
guitarra pesadão quem faz sou mesmo, num dobro”, jacta-se o cantor, que
sempre alardeou que suas influências não estão no tropicalismo, mas no Clube
da Esquina e no rock inglês dos anos 70, Pink Floyd, Led Zeppelin e Black
Sabbath. É também parceria com o ex-Titã outra pesda do disco, Excesso
exceto, que tem canja vocal de China: “É um grande cantor, e um cara que tem
uma presença de palco incrível”, elogia Lenine.
A fidelidade de Lenine estende-se aos
músicos de sua banda, Pantico Rocha, Jr. Tóstoi, e Guila. “Digo até que não
faço disco solo. Somos uma banda. Eles influem em tudo, as músicas foram
gravadas no estúdio de Jr.Tostói, nunca realmente fiz disco sozinho. Tem uma
parte solitária, que é a de compor, entre quatro paredes. Mas aí já vou
pensando numa linha de baixo, na guitarra, vai ficando implícito à medida
que a música vai sendo criada”.
Assim como começa com uma canção
autobiográfica, Labiata termina com uma canção confessional, na qual Lenine
exerce o nepotismo esclarecido, trazendo os três filhos, João (também autor
de um refinado release do disco), Bernardo e Bruno (o mais novo, de 14
anos). “Procurava letras que não tinha usado e encontrei esta. Continuação,
que não era para ser música. Escrevo eventualmente poemas e vi que, neste,
meus filhos estavam nos versos. Todos têm no DNA a música. Pedi um release a
João, que já tem um carreira consolidada com a Casuarina, e ele escreveu um
texto muito bom, e foi direto, ninguém poderia me conhecer melhor. Ele foi
direto ao que tenho nesta coisa bem minha, o critério”, conclui.
(©
JC Online)
Anderson
Dezan, do Último Segundo
RIO DE JANEIRO –
Apaixonado confesso pelas orquídeas, o cantor e compositor Lenine escolheu
uma das mais famosas espécies da planta para batizar seu novo álbum,
“Labiata”, o oitavo da carreira do artista e que já está nas lojas em CD e
vinil. Produzido por Jr. Tostoi e pelo próprio Lenine, o disco foi
finalizado na Inglaterra, nos estúdios de Peter Gabriel, ex-vocalista do
Genesis, e marca o retorno do cantor à gravadora Universal (ex-Polygram)
após 25 anos.
Segundo Lenine, a escolha do nome do novo
trabalho se deu por causa da sonoridade da palavra e pelas características
que essa planta possui, que remetem à música popular brasileira. “A escolha
foi totalmente passional, mais pela sonoridade. Labiata é um nome lindo e
tem muito de lábia, mais ainda de labuta”, diz o artista.
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Lenine compôs no
estúdio e recuperou
faixa inédita de Chico Science / Divulgação |
“Três coisas me impressionam neste tipo de
orquídea. Em primeiro lugar, a beleza da flor, sua exuberância. Depois, a
diversidade da ocorrência dela. São mais de 40 mil espécies espalhadas pelo
mundo e é possível encontrá-la no meio do deserto da Austrália, como no
Tibete. Em terceiro lugar, a resistência. Ela tem essa capacidade de ser uma
flor delicada e robusta. Esses três significantes permeiam o que é a música
popular brasileira: a beleza, a diversidade e a resistência”, completa.
Ao contrário dos discos anteriores, para
esse novo trabalho Lenine entrou no estúdio sem repertório algum e foi
escrevendo durante o próprio processo de gravação. “Geralmente, quando você
começa a fazer um disco, já tem um pedaço dele pronto. Nesse, por uma
conjugação de falta de tempo e também por querer testar esse frescor de
compor e gravar, fui fazendo assim, criava a música de noite e no outro dia
ia para o estúdio”, explica.
De acordo com o compositor, “Labiata”
mescla a vivência e a intimidade adquirida com a banda durante a divulgação
do álbum anterior – “Lenine Acústico MTV” – com a urgência exercida por ele
durante a composição da trilha sonora do espetáculo de dança “Breu”, do
Grupo Corpo. Como resultado dessas influências, o artista obteve, segundo
ele, um álbum muito pessoal. “Esse é o meu disco mais íntimo porque foi
feito com as pessoas mais próximas a mim”, afirma. “Estou nu nessa obra. O
disco é todo em primeira pessoa. Ele é direto, não tem subterfúgios.”
Composições e parcerias
“Labiata” reúne 11 faixas inéditas, sendo
duas composições suas e nove músicas feitas em conjunto com Arnaldo Antunes,
Dudu Falcão, Paulo César Pinheiro, Bráulio Tavares, Lula Queiroga, Ivan
Santos e Carlos Rennó. Entre as parceiras deste disco, uma se destaca.
Lenine divide a autoria de “Samba e leveza” com Chico Science, ex-vocalista
do Nação Zumbi, morto em 1997.
“A irmã do Chico, Goretti, me procurou e me
contou que uma vez ele havia chegado de viagem apaixonado, cantarolando uma
música romântica, bem diferente do que ele cantava na Nação Zumbi. Ela abriu
um livro de manuscritos dele e me disse que eu era o único capaz de
transformar aquele texto em canção”, revela Lenine.
Segundo o cantor, primeiramente ele
relutou, porque nunca havia sido muito íntimo de Chico Science, embora
tivesse uma admiração profunda por seu trabalho. Graças à insistência de
Goretti, Lenine acabou concordando em transformar os manuscritos do maior
nome do manguebeat em música e mesclou na canção referências do encontro que
teve com a irmã de Science. “A musa dessa canção é a Goretti. A música é
dedicada a ela.”
Além das parcerias nas composições, paixão
maior de Lenine – “Minha real profissão é compor. Esse é um exercício louco.
Você tem que entrar na mente do outro e imaginar como a composição vai ficar
na voz dele” –, “Labiata” conta com algumas participações especiais nos
vocais. O cantor pernambucano divide os microfones com o conterrâneo China
na canção “Excesso Exceto” e com os três filhos na faixa “Continuação”.
“O João (Cavalcanti, do grupo de samba
Casuarina) já é um profissional da música; o Bruno (Giorgi) está no caminho,
tem seu estúdio e faz música na UniRio; e o Bernardo (Pimentel), que é o
mais novo, é um apaixonado e ótimo jogador de basquete, mas é superafinado.
Eu vi os meninos se divertindo ali e cantando juntos, fiquei muito
emocionado”, confessa.
Site e shows
No
site oficial do
cantor, o internauta pode ouvir a primeira música de trabalho de “Labiata”,
“É o que me interessa”. A canção está na trilha sonora da novela “A
Favorita” e é o tema da personagem da atriz Patrícia Pillar.
“Tenho uma relação pessoal com as pessoas
de televisão, alguns diretores são amigos. Fiz algumas músicas para novelas
que não saíram em nenhum álbum meu”, diz o artista.
Lenine já começou a ensaiar o show do novo
trabalho e o início da turnê está marcado para o dia 31 de outubro no SESC
Pinheiros, em São Paulo. Depois da capital paulista, o artista fará
apresentações em Salvador (Teatro Castro Alves), Recife (Teatro UFPE) e
chegará ao Rio de Janeiro no dia 29 de novembro (Vivo Rio). A previsão é
percorrer o País com o show até março, quando dará início a uma turnê pelo
exterior.
(©
Último Segundo)
MÚSICA
Pedro Luís e Lenine quebram jejum
Carioca e sua banda voltam à ativa com
"Ponto Enredo", produzido pelo pernambucano, que também lança CD, "Labiata'
Para Lenine, "samba e macumba" permeiam o som de Pedro Luís e a Parede, que toca
bateria em canções do sexto disco solo do colega
CAIO JOBIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Houve momentos entre abril e maio deste ano em que Lenine chegou a passar 20
horas por dia em estúdio. Ele estava dividido entre a gravação de "Labiata"
(Universal), seu sexto trabalho solo, e a produção de "Ponto Enredo"
(independente), disco que marca a volta de Pedro Luís e a Parede à ativa.
O grupo carioca vinha se dedicando a outros dois projetos: um com Ney
Matogrosso, e o outro, as festas e desfiles do Monobloco, o maior fenômeno de
público da revitalização do Carnaval de rua do Rio.
Gravados praticamente ao mesmo tempo, "Labiata" e "Ponto Enredo" estão sendo
lançados agora.
"O meu trabalho está tão imbuído de prazer que eu acabo me iludindo, achando que
não estou trabalhando, e passo horas e horas naquilo, pensando que estou me
divertindo. Era de manhã com a Plap [Pedro Luís e a Parede] e de tarde até a
noitinha fazendo o meu [disco]", lembra Lenine.
Pode parecer coincidência essa confluência entre a obra de Lenine e a da Plap,
mas para o pernambucano é uma questão de "sincronicidade". Em 1997, enquanto ele
lançava "O Dia em que Faremos Contato", seu primeiro trabalho solo, Pedro Luís e
a Parede estreavam em disco com "Astronauta Tupy". A mistura de música pop com
acento brasileiro em canções como "Caio no Suingue", dos cariocas, e "Que Baque
é Esse?", do pernambucano, conquistou o público.
De passagem pelo estúdio, Lenine participou de "Chuva de Bala" fazendo
intervenções de voz e percussão de boca. Embora a colaboração não tenha sido
creditada, Pedro Luís lembra que ela não se limitou a essa faixa. "Em "Tudo Vale
a Pena", que está nesse primeiro disco, Lenine tocou violão. Eu comecei a me
aproximar dele nessa época. Desde lá, nos discos dele ou nos nossos, a gente
está junto", conta o músico.
"Correndo por fora"
No ano passado, quando a Plap resolveu gravar um novo disco, os músicos
convidaram Lenine para fazer a produção. "É um cara que a gente conhece e tem
uma escola parecida com a nossa. Também veio correndo por fora do mercado,
fazendo o som dele do jeito que ele acha que é", diz Pedro Luís.
Primeira (e única) música composta por Pedro e Lenine, "Quatro Horizontes" foi
feita para a trilha sonora do filme "O Diabo a Quatro", de Alice Andrade, no
qual aparece em duas versões: uma em ritmo de maracatu e outra em andamento de
choro. Em "Ponto Enredo", reaparece como samba.
A guitarra de Leo Saad, incorporado ao grupo para o disco e para os shows, se
faz presente em todas as faixas. Para os integrantes da banda, isso não
significa que "Ponto Enredo" seja um disco mais pesado ou roqueiro. Assim como a
predominância de sambas no repertório não faz do compositor Pedro Luís um
sambista.
Lenine fez a produção como se fosse "mais um integrante da banda" e batizou o
disco a partir do título de uma das canções. "Eu achava que "Ponto Enredo" era a
síntese, porque faz referência às duas coisas que permeiam o som da Plap: samba
e macumba", diz.
Urgência
O disco novo de Lenine foi criado com um sentido de urgência. As 11 músicas
foram compostas em 15 dias, durante o mês de março, em um processo totalmente
diverso do ocorrido em trabalhos anteriores. "Eu fazia uma música à noite, no
dia seguinte gravava uma pequena base com ela no estúdio, voltava para casa e
fazia uma outra música", diz.
Na hora de revestir de arranjos as composições, Lenine optou por fazê-lo com os
integrantes da banda que o acompanha há 15 anos. Somente músicos com quem mantém
uma relação próxima são como convidados. Entre eles, a bateria da Parede em "A
Mancha" e "É Fogo". Esta, segundo Lenine, é a união do som dele com o do "Rio da
rua, suburbano".
Para o compositor, "Labiata" é um desdobramento de seus dois últimos trabalhos:
o sentido de banda que o "Acústico MTV" (2006) fortaleceu entre ele e os músicos
que o acompanham somado à liberdade e ao desprendimento em estúdio que ele
experimentou enquanto fazia a trilha sonora do espetáculo "Breu" (2007), balé do
Grupo Corpo. "É um disco todo na primeira pessoa, e o foco é na natureza. Mesmo
as canções em que o foco não é explícito falam sobre a natureza humana", afirma
Lenine.
(©
Folha de S. Paulo)
"Labiata"
Disco regular convida à indiferença
DA REPORTAGEM LOCAL
O fã clube do pernambucano Lenine é tão
numeroso quanto sua turma de detratores -e é difícil entender esses extremos em
relação à sua obra. Analisando friamente, não cabem nem a adoração nem o ódio a
Lenine, um sujeito inteligente (ou seja, com um potencial para ser mala) que já
acertou tanto no cravo ("O Dia em que Faremos Contato", 1997) quanto na
ferradura -como é o caso deste "Labiata", seu oitavo disco. As 11 faixas foram
feitas com parceiros variados como Arnaldo Antunes, Bráulio Tavares, Paulo César
Pinheiro, Lula Queiroga e até Chico Science (1966-1997) -Goretti, irmã do
ex-líder da Nação Zumbi, mostrou a Lenine um caderno com anotações de Chico, a
partir das quais o compositor criou "Samba e Leveza" (uma das boas do disco). O
resultado de tantas parcerias distintas (mesmo as que já vêm de longa data) é
irregular. Em comparação com os bons trabalhos que têm vindo de Pernambuco nos
últimos tempos, como os de Siba e de Silvério Pessoa, Lenine está em
desvantagem. (MAC)
LABIATA
Artista: Lenine
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 25, em média
Avaliação: regular
(©
Folha de S. Paulo)
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