Ana Ottoni/Folha Imagem
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Gero Camilo apresenta músicas
do álbum "Canções de Invento"
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Canções de Invento tem participação de Lirinha, Simone
Sou, Ceumar, Rubi
Livia Deodato
Quem ouve Vai Desabar tem vontade de sair pulando e
cantando junto o refrão que tem tino para obedecer a regra de que toda
música boa lava a alma: "(...) desabar água/Pra lavar o que tem que
limpar/pra lavar o que tem/vai desabar água/e é pro nosso bem". A última
canção do primeiro álbum que Gero Camilo lança hoje no Sesc Pompéia
fisga de primeira e dá a impressão de que já virou hit. "Acho que alguns
DJs já estão tocando em algumas baladas mais alternativas daqui", conta
Gero, com ar modesto. "Você já foi à Gambiarra? Uma festa da classe
artística que acontece aos domingos no Cambridge? Lá tem tocado."
O debut no meio musical do reconhecido ator esbanja poesia em letras que
falam sobre o amor, a modernidade, a arte e a cidade. E ainda agrega
ótimas parcerias, como Ceumar, Celso Sim, Tata Fernandes, Simone Sou e
Lirinha, entre muitos outros, sob direção de Luiz Gayotto - todos, a
princípio, com presença confirmada no show de lançamento hoje.
O álbum Canções de Invento é fruto de uma história que começou a ser
construída há pelo menos seis anos, quando Gero lançou o livro de contos
e peças curtas Macaúba da Terra em 2002, escrito durante o curso da
Escola de Arte Dramática, da Universidade de São Paulo, que freqüentou
entre 1994 e 1998. "Nessa primeira exposição de minha poesia, consegui
identificar uma potencialidade musical", conta.
Do livro surgiu a idéia de montar um espetáculo dois anos depois, que
batizou de Canto de Cozinha e contou com a participação dos músicos e
amigos Ceumar, Kléber Albuquerque, Rubi e Tata Fernandes. Ali já
experimentavam muitas das canções hoje contempladas nesse primeiro
registro musical do ator, que vai do rock ao samba e tem também letras
de companheiros de EAD, como Marat Descartes e Gustavo Machado. "A
confluência de gêneros é um grande alimento para o artista
contemporâneo, que em vez de tentar se enquadrar, pode ampliar o seu
espaço de atuação e afinar o seu discurso poético", opina Gero.
Serviço
Gero Camilo. Sesc Pompéia. Choperia (800 lug.). Rua Clélia, 93, Pompéia,
tel. 3871-7700. Hoje, às 21 horas. Grátis
(©
Estadão)
Multiartista Gero Camilo
lança seu "Canções de Invento" em SP
Ator de teatro e cinema, compositor, escritor e dramaturgo, o
multiartista Gero Camilo mostra nesta terça-feira (23) mais uma de suas
facetas. Ele apresenta seu primeiro CD, "Canções de Invento", em um show
gratuito, na choperia do Sesc Pompéia, no bairro da Água Branca (região
oeste da capital paulista).
O álbum, lançado pelo selo Macaúba da Terra, traz participações de seus
companheiros de palco e de música de outros projetos. Paula Cohen (de
"Cleide Eló e as Pêras" e "Navalha na Carne"), Marat Descartes e Cristiano
Karnas (da montagem de "Aldeotas") vieram dos amigos ligados ao teatro.
Simone Soul (Mutantes), Simone Julian e Nina Blauth (Orquídeas do
Brasil), Ceumar, Rubi (Banda Glória), Tata Fernandes, Celso Sim e Arícia
Mess estão entre os músicos envolvidos nesse lançamento - e que também
participarão do show no Sesc Pompéia.
Ceumar, Tata e Rubi também fizeram parte do projeto Canto de Cozinha, de
2005. Juntamente com Kleber Albuquerque e Gero, apresentavam composições
próprias. "Cabeleira de Capim", desse repertório, entrou para "Canções de
Invento".
Algumas músicas já podem ser ouvidas no MySpace do artista. Além de
"Cabeleira de Capim", agora com a participação de Lirinha (Cordel do Fogo
Encantado), de Tata Fernandes e de Arícia Mess; "Vai Desabar", com Lirinha,
Luiz Gayotto, Rubi, Ceumar e Tata Amaral; o samba "Vem Amor", com Marat
Descartes; "Tintura", com Rubi e "Gravidade", com Gustavo Machado e
Cristiano Karnas, podem ser escutadas.
Na divulgação do evento na página do artista, o álbum é anunciado como "o
primeiro registro musical de Gero Camilo". Faz sentido. A mistura de batidas
eletrônicas com poesia --ora cantada, ora recitada-- e canção popular
brasileira, já vista em outros trabalhos do artista, agora ganham nome e
faixas.
Para quem assistiu ao travesti Veludo de "Navalha na Carne" cantando ou o
Levi de "Aldeotas" recitando e queria mais, essa é uma boa oportunidade.
(©
Folha Online)