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Paulo
Santos e A Noiva de Revolução
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O maior caso de amor e a única revolução que já houve no
Brasil
Sérgio Gomes
A Oboré, Projetos Especiais em Comunicações e Artes, e a Comunigraf
Editora convidam para o lançamento de A Noiva da Revolução, romance
histórico sobre a Revolução de 1817, de autoria do jornalista e
escritor pernambucano Paulo Santos de Oliveira, no dia 14 de outubro,
terça, às 19hs00, na Livraria da Vila dos Jardins, Alameda Lorena
1731. Na ocasião haverá debate sobre o tema e sobre a participação
brasileira nas lutas dos países latino-americanos pela independência,
com a presença do historiador Carlos Guilherme Mota e do
multi-artista Antônio Carlos Nóbrega, entre outros
convidados.
No ano de 2010 será comemorado, do México à Argentina, o bicentenário
do início das lutas pela autonomia e pela democracia nos países
latino-americanos, uma heróica trajetória de duas décadas. E o Brasil
não esteve fora desse processo, apesar da presença da corte
portuguesa no Rio de Janeiro, que inibiu uma maior
participação dos nossos patriotas.
A Revolução de 1817, na qual um terço da população do País se levantou
contra a dominação lusa, espelhou, aqui, aquele movimento. Liderada
pelo capixaba Domingos Martins - amigo pessoal de Simón Bolívar e de
Francisco de Miranda, com os quais freqüentava, em Londres, a loja
maçônica Gran Reunión Americana - ela nos deu uma república com
constituição, exército, marinha, bandeira e até embaixadores no
exterior, cinco anos antes do "sete do setembro". E foi além, fazendo
valer aqui, pela primeira vez, os princípios da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, há pouco lançada na França. Das
Alagoas ao Ceará pôs a gente do povo em pé de igualdade com os
poderosos e anunciou o fim da escravidão.
Única no Brasil a merecer esse nome, segundo Oliveira Lima, esta
revolução durou 74 dias e foi violentamente reprimida, ao custo de
mil e quinhentos mortos e feridos e oitocentos
degredados; e a perseguição se estendeu à sua
memória. Mesmo se tratando de um dos mais
importantes eventos políticos ocorridos no País, não é hoje ensinada
nas escolas e permanece praticamente ignorada, vítima de um
deliberado "apagão" histórico levado a efeito,
sucessivamente, pelo Império, pelo Estado Novo e
pelo regime militar de 64.
A Noiva da Revolução, do jornalista e escritor pernambucano Paulo
Santos de Oliveira, ajudará a levantar uma ponta desse véu. Apoiada
em vários anos de pesquisas, essa obra - publicada
simultaneamente em Portugal pela Editora QuidNovi
- traz, pela primeira vez, uma descrição completa
daquele movimento; de forma romanceada mas com
absoluta fidelidade aos fatos históricos. A partir do caso de amor
proibido entre o maior líder patriota, Domingos José Martins, e Maria
Teodora da Costa, a jovem filha do comerciante português mais rico do
Recife, as vozes narrativas do texto, o autor faz uma minuciosa e
saborosa reconstituição dos costumes e do ambiente da época, do
perfil dos principais personagens e do dia-a-dia
do movimento; inclusive de acontecimentos
particularmente interessantes como a descrição daquele
que foi, talvez, o casamento politicamente mais importante que já
houve no País, e a tentativa frustrada de resgatar Napoleão dos
rochedos de Santa Helena e trazê-lo para cá.
Às vésperas do Bicentenário das Independências dos países
latino-americanos - outro importante evento histórico também
ignorado, por enquanto, no Brasil - a Oboré visa,
ao promover esse debate e o lançamento dessa obra,
colaborar com a recuperação dessa importante
memória perdida, inserindo-a, desde logo, no seu contexto
internacional.
(©
Oboré)