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A Noiva da Revolução

23/09/2008

 

 

Paulo Santos e A Noiva de Revolução
 

O maior caso de amor e a única revolução que já houve no Brasil

Sérgio Gomes

A Oboré, Projetos Especiais em Comunicações e Artes, e a Comunigraf Editora convidam para o lançamento de A Noiva da Revolução, romance histórico sobre a Revolução de 1817, de autoria do jornalista e escritor pernambucano Paulo Santos de Oliveira, no dia 14 de outubro, terça, às 19hs00, na Livraria da Vila dos Jardins, Alameda Lorena 1731. Na ocasião haverá debate sobre o tema e sobre a participação brasileira nas lutas dos países latino-americanos pela independência, com a presença do historiador Carlos Guilherme Mota e do multi-artista Antônio Carlos Nóbrega, entre outros convidados.

No ano de 2010 será comemorado, do México à Argentina, o bicentenário do início das lutas pela autonomia e pela democracia nos países latino-americanos, uma heróica trajetória de duas décadas. E o Brasil não esteve fora desse processo, apesar da presença da corte portuguesa no Rio de Janeiro, que inibiu uma maior participação dos nossos patriotas.

A Revolução de 1817, na qual um terço da população do País se levantou contra a dominação lusa, espelhou, aqui, aquele movimento. Liderada pelo capixaba Domingos Martins - amigo pessoal de Simón Bolívar e de
Francisco de Miranda, com os quais freqüentava, em Londres, a loja maçônica Gran Reunión Americana - ela nos deu uma república com constituição, exército, marinha, bandeira e até embaixadores no exterior, cinco anos antes do "sete do setembro". E foi além, fazendo valer aqui, pela primeira vez, os princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, há pouco lançada na França. Das Alagoas ao Ceará pôs a gente do povo em pé de igualdade com os poderosos e anunciou o fim da escravidão.

Única no Brasil a merecer esse nome, segundo Oliveira Lima, esta revolução durou 74 dias e foi violentamente reprimida, ao custo de mil e quinhentos mortos e feridos e oitocentos degredados; e a perseguição se estendeu à sua memória. Mesmo se tratando de um dos mais importantes eventos políticos ocorridos no País, não é hoje ensinada nas escolas e permanece praticamente ignorada, vítima de um deliberado "apagão" histórico levado a efeito, sucessivamente, pelo Império, pelo Estado Novo e pelo regime militar de 64.

A Noiva da Revolução, do jornalista e escritor pernambucano Paulo Santos de Oliveira, ajudará a levantar uma ponta desse véu. Apoiada em vários anos de pesquisas, essa obra - publicada simultaneamente em Portugal pela Editora QuidNovi - traz, pela primeira vez, uma descrição completa daquele movimento; de forma romanceada mas com absoluta fidelidade aos fatos históricos. A partir do caso de amor proibido entre o maior líder patriota, Domingos José Martins, e Maria Teodora da Costa, a jovem filha do comerciante português mais rico do Recife, as vozes narrativas do texto, o autor faz uma minuciosa e saborosa reconstituição dos costumes e do ambiente da época, do perfil dos principais personagens e do dia-a-dia do movimento; inclusive de acontecimentos particularmente interessantes como a descrição daquele que foi, talvez, o casamento politicamente mais importante que já houve no País, e a tentativa frustrada de resgatar Napoleão dos
rochedos de Santa Helena e trazê-lo para cá.

Às vésperas do Bicentenário das Independências dos países latino-americanos - outro importante evento histórico também ignorado, por enquanto, no Brasil - a Oboré visa, ao promover esse debate e o lançamento dessa obra, colaborar com a recuperação dessa importante memória perdida, inserindo-a, desde logo, no seu contexto internacional.

(© Oboré)

 


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