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O cantor
e compositor lança, com recursos próprios, o projeto Ciclos. São canções
para reflexão e que têm também objetivo pedagógico
José Teles
teles@jc.com.brSilvério
Pessoa concretizou um projeto que acalentava há 10 anos: está lançando o
CD Ciclos, com músicas para reflexão - e ainda com objetivo pedagógico.
“Eu já havia lançado um K-7 com temas parecidos em 1993, Quando a vida é
alegria, infanto-juvenil, que foi muito utilizado em escolas. Na ocasião
participava de trabalhos vinculados a ações sociais em Jaboatão dos
Guararapes e outras atividades educativas”, diz o cantor.
Quando a
Ciclos, Silvério lembra de artistas que realizaram projetos parecidos.
“Em sua carreira, eles trabalharam temas semelhantes me inspiraram a
realizar o Projeto Ciclos: Bob Dylan, Cat Stevens (Yusuf Islam), Sinead
O’Connor e John Lennon. E aqui não me vejo em nenhum ato de conversão.
Acredito que a espiritualidade do ser humano não é valorizada na
educação atual e que a cultura de paz pode gerar novas maneiras de
ensino no currículo oficial.”
Silvério
comenta que decidiu colocar sua arte a serviço de uma proposta que une
uma nova visão de mundo, buscando resultados educacionais e de reflexão.
“O projeto tem um público específico, embora não esteja totalmente
direcionado para um gueto religioso. Alguns fãs já adquiriram o CD e me
respondem com bastante empolgação pois os temas e a própria colocação de
voz estão diferentes e isso mostra uma certa versatilidade, porém vale
salientar que o CD não é um clichê sobre espiritualidade nem resultado
de um ato de conversão”, diz, acrescentando que acredita que o CD pode
oferecer elementos para refletir toda maneira de crer, de ter fé,
independente de raça, credo, partido político ou religião.
Com
exceção de três delas, as canções que formam o repertório de Ciclos são
recentes: “A maioria eu compus especificamente para o CD. Em seis, eu
assino letra e música, e três outras eu fiz com meus parceiros, Valdir
Santos, Robson e Izabel, e Clóvis Nunes. Por fim, tem uma que eu canto
com Elba Ramalho, A oração de São Francisco, escrita pelo padre
paraguaio Casimiro Irala”.
Uma das
fontes de inspiração de Silvério Pessoa foi o livro Modernidade líquida,
do sociólogo polonês Zigmunt Bauman: “Os temas das canções abordam
assuntos relacionados aos valores humanos, consumismo desenfreado,
valorização do ser, ecologia, solidariedade entre os povos, paz,
amizade, família. Retratam uma visão particular de mundo, são canções
introspectivas”. Já o título, Ciclos, foi pinçado de um capítulo de um
livro do francês Léon Denis, cuja temática é a lei circular da vida.
Ele conta
que optou por uma sonoridade folk, a partir de instrumentos utilizados
nos arranjos. “Foram escritos por Elias Paulino, Alex Sobreira e Fabiano
Menezes. Utilizamos cavaquinho, bandolim, bandola, violão folk de 6
cordas, viola de 12, violão de nylon, acordeom, violinos e violoncelo.
Algumas faixas têm piano, órgão e uma leve percussão amparando as
levadas”. Silvério diz que, por enquanto, não pretende fazer shows com o
material de Ciclos: “Fiz por prazer mesmo, não é um CD de carreira. Pode
até acontecer de fazer um show, mas seria em um lugar ou evento
específicos. O CD terá uma circulação por meios que abordam esse tipo de
mensagem. Ontem eu soube que uma amiga presenteou o CD para uma
professora de ioga da Suécia, e ela adotou nas aulas dela em Estocolmo”,
conta ele, acrescentando que algumas escolas daqui já se dispõem para
adotar alguns temas em aulas transversais.
Este
projeto de caráter espiritualista (o disco é dedicado ao médium Chico
Xavier) e pedagógico não surgiu por acaso. Há anos que ele é espírita e
durante anos foi professor da rede estadual de ensino, só deixando a
profissão quando viu que o negócio da música daria pé. “A academia é uma
alternativa para eu me dedicar a algo por que sou apaixonado, a
educação. Minha pós-graduação está rolando muito bem na Fafire, e recebi
um convite para fazer o mestrado em Ciência da Religião na Universidade
Católica”, comenta Silvério, que pretende conciliar a arte de cantar com
a arte de ensinar. “Adoro cantar nesse clima, nesses tons e arranjos, e
fazer esse circuito diferente de público que cresce dia a dia. Acho que
dá para fazer as duas coisas porque ainda não tenho uma pressão de
agenda que me impeça de organizar minha vida e minha carreira sem
traumas de tempo”.
TURNÊ
Simultaneamente ao trabalho com Ciclos, Silvério toca outro projeto:
celebrar os 90 anos de Jackson do Pandeiro com um show em que canta
músicas gravadas pelo paraibano e continuar com suas investidas no
mercado europeu, sobretudo no francês, onde já fincou sua marca. Não
somente grava com grupos do Sul da França, como todo ano faz pelo menos
uma turnê européia.
Aliás,
esta coisa de viajar muito para o exterior deixa, para os fãs, a
impressão de que ele esteja ganhando muito dinheiro. “Estou não, mas não
posso me queixar de minha situação financeira, tudo resultado de ações
conjuntas entre a Europa e o Brasil, mas ainda sou um investidor. Tenho
que ser porque, por exemplo, faz mais de 10 anos que não tenho nenhum
projeto meu aprovado em Leis de incentivo locais, mas nunca deixei de
realizar meus projetos. Ciclos foi bancado por mim e parte da renda irá
para instituições”.
(©
JC Online)
Com proposta filantrópica, novo disco de
Silvério Pessoa aposta em temática do bem
Paulo Floro
Especial para o JC Online
Sinônimo da música popular pernambucana, Silvério Pessoa lança esta semana o
disco Ciclos, o quinto de sua carreira e o primeiro com uma
proposta filantrópica. Com participação de Elba Ramalho, o álbum terá parte
da renda destinada a instituições que trabalham com crianças órfãs e com
câncer e ainda a abrigo de idosos.
Segundo o músico [veja vídeo abaixo], o lançamento funciona
como um trabalho independente do que vem fazendo em mais de dez anos de
carreira. As músicas passeiam por uma sonoridade folk, rural, com mais
instrumentos de cordas. "O clima das canções é ameno, revestido de levadas
universais com base no folk e ritmos locais, como é o caso de Alma gêmea,
um xote com frases de acordeom".
A proposta é que o disco ganhe uma
repercussão por si próprio. Por esse motivo, Silvério não tem planos
para shows nem apresentações. "Minha vontade é gravar um DVD ao vivo,
mas em estúdio, sem plateia. Porque acho que o que há de mais bonito
neste registro é sua atmosfera mais intimista, reflexiva", explicou.
Ciclos retoma um antigo projeto
de Silvério, Quando a vida é alegria, uma fita K-7 lançada em
1993 quando o músico era ligado a grupos de ações sociais de Jaboatão
dos Guararapes, como o Comitê da Cidadania Contra a Fome, e atividades
com crianças e professores.
"Depois de dez anos de carreira, entre
viagens ao exterior e atividades locais, consegui espaço na agenda para
fazer esse trabalho", comemora. As letras abordam temas universais, como
ecologia, solidariedade, paz, família, amizade e existência de Deus.
Assim como a fita K-7 que deu início a tudo, o disco também foi feito
com a proposta de servir de auxílio pedagógico a instituições que
trabalham com crianças e adolescentes.
"É minha contribuição como pedagogo",
brinca. E avisa que não se trata de um disco religioso, como podem
sugerir a dedicatória ao médium Chico Xavier e a Oração de São
Francisco cantada por Elba Ramalho. "São músicas para reflexão,
independente do credo", avisa.
Com dez faixas, o CD teve seis canções
assinadas por Silvério e três em parcerias com os músicos Robson e
Izabel, Valdir Dantos e Clóvis Nunes, além de Elba.
BENEFICENTE - A
distribuição da renda do disco Ciclos, destinada a instituições
de caridade, seguirá um modelo independente. O músico doará cópias dos
álbuns aos órgãos para que eles possam comercializar a obra.
Os interessados poderão comprar o
produto diretamente às instituições, através do telefone (serviço
abaixo). Nesta primeira fase, serão três casas beneficiadas: Abrigo
Batista de Carvalho; SOS Criança, ligado ao Grupo de Ajuda a Criança com
Câncer (GAC); e Lar Ceci Costa.
Segundo o músico, lojas de discos e
livrarias também venderão o disco a partir desta semana. Os lucros da
primeira remessa deste tipo de compra serão destinados aos custos do
produção e às seguintes terão uma parte enviada aos órgãos
filantrópicos. O valor sugerido para o CD é R$ 10.
Serviço Lar Ceci Costa - Av. Professor Andrade
Bezerra, 826, Salgadinho - Olinda
ieaklcc@ibest.com.br, (81) 3241.0195
Abrigo Batista de Carvalho (Lar das Vovozinhas) - Av. São Paulo, 373,
Jardim São Paulo, Recife
(81) 3251.1777
GAC - Rua Arnóbio Marques, 310, Santo Amaro - Recife
gac@gac.com.br, (81) 3222.3848
(©
JC Online)
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