Foto: Divulgação
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Mostra competitiva: ´Se nada mais der certo´ é um dos
filmes selecionados
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Festival muda de data e traz novidades para manter
visibilidade no intenso calendário dos festivais de audiovisual
espalhados pelo País
A data pode ter mudado, mas o Cine Ceará continua sendo um dos eventos
culturais mais importantes do calendário do audiovisual nacional. Antes
realizado no primeiro semestre, geralmente nos meses de abril e maio,
este ano o festival será realizado entre os dias 28 de julho e 04 de
agosto. O objetivo, porém, continua o mesmo: possibilitar o intercâmbio
entre os produtores brasileiros e de outros países, divulgando novos
talentos e consolidando carreiras do audiovisual.
“A mudança da data foi em decorrência da crise econômica”, conta Wolney
Oliveira, cineasta e diretor do festival. “A situação financeira afetou
todos os eventos culturais. Então a nova data foi uma decisão lógica e
premeditada que salvou o festival. Não teríamos conseguido realizá-lo no
primeiro semestre”, revela. Próximo ano, de acordo com Wolney Oliveira,
a data deve mudar novamente para aproveitar a época de alta estação.
Segundo Wolney, a idéia é fazer do festival mais um evento turístico do
Estado. “Queremos que o Cine Ceará seja mais um atrativo turístico.
Estamos consolidados culturalmente e somos o evento que mais divulga o
Estado nacionalmente”, avalia. “Não podemos ser vistos somente como um
evento cultural. Queremos também dinamizar a economia do Ceará. Em 2010,
então, o festival deve ser realizado entre os dias 25 de junho e 03 de
julho”, adianta o diretor do festival.
Caráter social
Para isso, o Cine Ceará tem lutado para se destacar na multidão de
festivais de cinema que proliferam pelo País. Figurando entre os
principais eventos do gênero, o Cine Ceará figura lado a lado com os
festivais realizados em Brasília, Gramado, Rio de Janeiro, São Paulo,
Recife e Paulínia, o mais novo da leva e que, já em sua segunda edição,
tem se destacado. “Hoje vivemos uma epidemia de festivais de cinema no
Brasil. É impossível não ficar colado em alguém no calendário nacional
de eventos”, acredita Wolney. “O Cine Ceará tem um caráter
ibero-americano, temos que nos posicionar perante alguns eventos
internacionais”.
Ainda assim, o Cine Ceará tem mantido sua visibilidade e importância. E
chegando a sua 19º edição, o festival tem muita história para contar. “O
Cine Ceará foi o primeiro evento a acabar com a separação entre
gêneros”, conta Wolney. Dessa forma, filmes de ficção, documentário,
animação e experimentais competem em pé de igualdade. O evento eliminou
também as diferenças entre formato. Filmes realizados em diferentes
bitolas (16 ou 35mm) ou por meio de tecnologias digitais também disputam
nas mesmas categorias.
Além das tradicionais mostras competitivas entre longas e curtas, o Cine
Ceará deste ano traz outros destaques. O principal deles é a Mostra “Che
- Olhares no Tempo”, que apresenta uma retrospectiva temática de 13
filmes que apontam suas lentes para um das figuras mais icônicas do
século XX, o revolucionário Che Guevara. Entre as produções, “Che - A
Guerrilha”, segunda parte da obra do americano Steven Sodebergh, ainda
inédita comercialmente nos cinemas nacionais e que abre o Cine Ceará na
próxima terça, dia 28.
Um outro diferencial do 19º Cine Ceará é a realização, pela primeira
vez, do concurso “Fortaleza Verde Imagem”, que, em parceria com a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Seman), premiará o melhor vídeo
realizado em um único plano-seqüência e que traga como temática a
situação ambiental de Fortaleza. “Queremos inserir o Cine Ceará na
questão do meio ambiente e qualquer pessoa pode participar do concurso”,
salienta Wolney. “O mundo não respira hoje como se respirava há 10 anos.
Não respiramos hoje como respirávamos ano passado”, conclui.
As inscrições para o concurso prosseguem até o próximo dia 25 e 5 vídeos
serão selecionados para serem exibidos antes das mostra competitiva de
curtas, sendo que um deles ganhará o prêmio de R$ 3 mil. É o Cine Ceará
dando mais um passo para se tornar um evento de caráter também social.
Palco para a apresentação de nomes consagrados e descoberta de talentos.
Cenário para discussões sobre cinema, educação e meio ambiente.
CHE - OLHARES NO TEMPO
Che Guevara. Donde nunca jamás se lo imaginan (Che Guevara.
Onde nunca jamás o imaginaram) Dir. Manuel Pérez, CUB, 2006, doc;
Hasta la victoria siempre (Até a vitória sempre) Dir.
Santiago Alvarez, CUB, 1967, doc;
Nascimento de um guerrilheiro Dir. Roberto Savio, ITA,
1972, doc;
Morte de um guerrilheiro Dir. Roberto Savio, ITA, 1972,
doc;
As causas de um fracasso Dir. Roberto Savio, ITA, 1972,
doc;
Meu filho Che Dir. Fernando Birri, ARG, 1984, doc;
Kordavision Dir. Hector Cruz Sandoval, MEX/EUA, 2005,
doc;
Personal Che Dir. Douglas Duarte e Adriana Mariño,
BRA/COL, 2007, doc;
El dia que me quieras (O dia que me queras) Dir.
Leandro Katz, ARG, 1997, doc
Carabina M2: uma arma americana Dir.
Carlos Pronzato, ARG, 2007, doc;
Diários de motocicleta Dir. Walter Salles, BRA, 2004,
ficção.
Mais informações:
19º Cine Ceará, de 28 de julho a 4 de agosto, no Centro Cultural Sesc
Luiz Severiano Ribeiro, no Espaço Unibanco Dragão do Mar, entre outros.
(©
Diário do Nordeste)
Mostras Competitivas
19º Cine Ceará divulga filmes selecionados
A abertura do festival será com o longa Che - Guerrilha,
segunda parte do filme. A exibição do filme marca a também a abertura da mostra
paralela Che - Olhares no Tempo
O 19 º Cine Ceará – Festival Ibero Americano de Cinema
divulgou os filmes que farão parte das Mostras
Competitivas da edição que acontece entre os dias 28 de
julho e 4 de agosto.
Oito filmes de longa metragem, sendo duas ficções e dois
documentários brasileiros, um documentário argentino e
ficções de México, Cuba e Peru comporão a mostra
competitiva ibero americana de longas metragens.
Quinze curtas, representantes do Ceará, Minas Gerais,
Pernambuco, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e
Rio Grande do Sul, farão parte da mostra competitiva de
curtas metragens.
O melhor longa metragem do festival receberá o prêmio no
valor de US$ 10 mil (dez mil dólares), escolhido por
júri próprio.
A abertura do festival será com o longa Che –
Guerrilha, segunda parte do filme dirigido por
Steven Soderberg, ainda inédito comercialmente no
Brasil. A exibição do filme marca a também a abertura da
mostra paralela Che – Olhares no Tempo, que exibirá 13
filmes que discutem a imagem do guerrilheiro
argentino-cubano, e que terá a presença de Douglas
Duarte, diretor de Personal Che (2007), Héctor
Cruz, diretor de Kordavision (2005), Fernando
Birri, diretor de Mi Hijo el Che (1985) e Luis
Carlos Gutierrez, o dentista chamado de Fisín, hoje com
90 anos, e que alterou o rosto de Che para as guerrilhas
no Congo e na Bolívia.
Uma mostra do Cinema de Animação Cubano: 30 anos dos
estúdios do ICAIC, com 30 curtas e um longa metragem,
realizados entre 1960 e 2009, prestarão uma homenagem
aos Estúdios de Animação Instituto Cubano de Arte e
Indústria Cinematográficas e seus criadores. Um
Seminário de Animação está programado para acontecer
entre os dias 01 e 03 de agosto.
Seguem abaixo os filmes selecionados:
Mostra Competitiva Ibero-Americana de Longa Metragem:
1- Pequeno Burguês - Filosofía de Vida, de Edu
Mansur (documentário, 2008, 70 min, BRASIL)
2- Se nada mais der certo, de Jose Eduardo
Belmonte (ficção, 120 min, BRASIL)
3- À Deriva, de Heitor Dhalia (ficção, 2009, 103
min, BRASIL)
4- O homem que engarrafava nuvens, de Lírio
Ferreira (documentário, 2008, 105 min, BRASIL)
5- Haroldo Conti - Homo Viator, de Miguel Mato
(documentário, 2008, 90 min, ARGENTINA)
6- Coração do tempo (Corazón del tiempo), de
Alberto Cortés (ficção, 2008, 90 min, MÉXICO)
7- Os deuses quebrados (Los dioses rotos), de
Ernesto Daranas (ficção 2008, 96 min, CUBA)
8 - O Prêmio (El premio), de Alberto Chicho
Durant (ficção, 2009, 92 min, PERÚ)
Mostra Competitiva Brasileira de Curta Metragem:
1- A Montanha Mágica (Petrus Cariry, Doc, 13’,
Cor, CE, 2009)
2 - Bolívia te extraño (Dellani Lima e Joacélio
Batista, Exp., 7’, MG, 2009)
3 - Superbarroco (Renata Pinheiro, Ficção, 17’, PE,
2008)
4 - A Mulher Biônica (Armando Praça, Ficção, 19’,
CE, 2008)
5- Silêncio e Sombras (Murilo Hauser, Animação,
9’, PR, 2008)
6- Flores em Vida (Rodrigo Marques e Eduardo
Consonni, Doc., 12’, SP, 2008)
7- Leituras Cariocas Consuelo Lins (Doc., 13’,
RJ, 2009)
8- Os Sapatos de Aristeu (Renê Guerra, Ficção,
17’, SP, 2008)
9- Sweet Karolynne (Ana Barbara Ramos, Exp. 15’,
PB 2009)
10- Nordeste B (Mirela Kruel, Exp.,15’. RS 2008)
11- Josué e o Pé de Macaxeira (Diogo Viegas,
Animação, 12’, RJ, 2009)
12- Selos Gracielly Dias, (Ficção, 15’, CE, 2008)
13- Passos no Silêncio (Guto Parente, Ficção, 17’
CE, 2008)
14- Vida Vertiginosa (Luiz Carlos Lacerda,
Ficção, 15’, RJ, 2009)
15- Os Filmes que não Fiz (Gilberto Scarpa,
Ficção, 16', MG, 2008)
©
O Povo)
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