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Cine Ceará de data nova

22/07/2009

 

 

Foto: Divulgação
Mostra competitiva: ´Se nada mais der certo´ é um dos filmes selecionados
 
 
Festival muda de data e traz novidades para manter visibilidade no intenso calendário dos festivais de audiovisual espalhados pelo País

A data pode ter mudado, mas o Cine Ceará continua sendo um dos eventos culturais mais importantes do calendário do audiovisual nacional. Antes realizado no primeiro semestre, geralmente nos meses de abril e maio, este ano o festival será realizado entre os dias 28 de julho e 04 de agosto. O objetivo, porém, continua o mesmo: possibilitar o intercâmbio entre os produtores brasileiros e de outros países, divulgando novos talentos e consolidando carreiras do audiovisual.

“A mudança da data foi em decorrência da crise econômica”, conta Wolney Oliveira, cineasta e diretor do festival. “A situação financeira afetou todos os eventos culturais. Então a nova data foi uma decisão lógica e premeditada que salvou o festival. Não teríamos conseguido realizá-lo no primeiro semestre”, revela. Próximo ano, de acordo com Wolney Oliveira, a data deve mudar novamente para aproveitar a época de alta estação.

Segundo Wolney, a idéia é fazer do festival mais um evento turístico do Estado. “Queremos que o Cine Ceará seja mais um atrativo turístico. Estamos consolidados culturalmente e somos o evento que mais divulga o Estado nacionalmente”, avalia. “Não podemos ser vistos somente como um evento cultural. Queremos também dinamizar a economia do Ceará. Em 2010, então, o festival deve ser realizado entre os dias 25 de junho e 03 de julho”, adianta o diretor do festival.

Caráter social

Para isso, o Cine Ceará tem lutado para se destacar na multidão de festivais de cinema que proliferam pelo País. Figurando entre os principais eventos do gênero, o Cine Ceará figura lado a lado com os festivais realizados em Brasília, Gramado, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Paulínia, o mais novo da leva e que, já em sua segunda edição, tem se destacado. “Hoje vivemos uma epidemia de festivais de cinema no Brasil. É impossível não ficar colado em alguém no calendário nacional de eventos”, acredita Wolney. “O Cine Ceará tem um caráter ibero-americano, temos que nos posicionar perante alguns eventos internacionais”.

Ainda assim, o Cine Ceará tem mantido sua visibilidade e importância. E chegando a sua 19º edição, o festival tem muita história para contar. “O Cine Ceará foi o primeiro evento a acabar com a separação entre gêneros”, conta Wolney. Dessa forma, filmes de ficção, documentário, animação e experimentais competem em pé de igualdade. O evento eliminou também as diferenças entre formato. Filmes realizados em diferentes bitolas (16 ou 35mm) ou por meio de tecnologias digitais também disputam nas mesmas categorias.

Além das tradicionais mostras competitivas entre longas e curtas, o Cine Ceará deste ano traz outros destaques. O principal deles é a Mostra “Che - Olhares no Tempo”, que apresenta uma retrospectiva temática de 13 filmes que apontam suas lentes para um das figuras mais icônicas do século XX, o revolucionário Che Guevara. Entre as produções, “Che - A Guerrilha”, segunda parte da obra do americano Steven Sodebergh, ainda inédita comercialmente nos cinemas nacionais e que abre o Cine Ceará na próxima terça, dia 28.

Um outro diferencial do 19º Cine Ceará é a realização, pela primeira vez, do concurso “Fortaleza Verde Imagem”, que, em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Seman), premiará o melhor vídeo realizado em um único plano-seqüência e que traga como temática a situação ambiental de Fortaleza. “Queremos inserir o Cine Ceará na questão do meio ambiente e qualquer pessoa pode participar do concurso”, salienta Wolney. “O mundo não respira hoje como se respirava há 10 anos. Não respiramos hoje como respirávamos ano passado”, conclui.

As inscrições para o concurso prosseguem até o próximo dia 25 e 5 vídeos serão selecionados para serem exibidos antes das mostra competitiva de curtas, sendo que um deles ganhará o prêmio de R$ 3 mil. É o Cine Ceará dando mais um passo para se tornar um evento de caráter também social. Palco para a apresentação de nomes consagrados e descoberta de talentos. Cenário para discussões sobre cinema, educação e meio ambiente.

CHE - OLHARES NO TEMPO

Che Guevara. Donde nunca jamás se lo imaginan
(Che Guevara. Onde nunca jamás o imaginaram) Dir. Manuel Pérez, CUB, 2006, doc;

Hasta la victoria siempre (Até a vitória sempre) Dir. Santiago Alvarez, CUB, 1967, doc;

Nascimento de um guerrilheiro Dir. Roberto Savio, ITA, 1972, doc;

Morte de um guerrilheiro Dir. Roberto Savio, ITA, 1972, doc;

As causas de um fracasso Dir. Roberto Savio, ITA, 1972, doc;

Meu filho Che Dir. Fernando Birri, ARG, 1984, doc;

Kordavision Dir. Hector Cruz Sandoval, MEX/EUA, 2005, doc;

Personal Che Dir. Douglas Duarte e Adriana Mariño, BRA/COL, 2007, doc;

El dia que me quieras (O dia que me queras) Dir. Leandro Katz, ARG, 1997, doc

Carabina M2: uma arma americana Dir. Carlos Pronzato, ARG, 2007, doc;

Diários de motocicleta Dir. Walter Salles, BRA, 2004, ficção.

Mais informações:
19º Cine Ceará, de 28 de julho a 4 de agosto, no Centro Cultural Sesc Luiz Severiano Ribeiro, no Espaço Unibanco Dragão do Mar, entre outros.

(© Diário do Nordeste)

 


Mostras Competitivas

19º Cine Ceará divulga filmes selecionados

A abertura do festival será com o longa Che - Guerrilha, segunda parte do filme. A exibição do filme marca a também a abertura da mostra paralela Che - Olhares no Tempo

O 19 º Cine Ceará – Festival Ibero Americano de Cinema divulgou os filmes que farão parte das Mostras Competitivas da edição que acontece entre os dias 28 de julho e 4 de agosto.

Oito filmes de longa metragem, sendo duas ficções e dois documentários brasileiros, um documentário argentino e ficções de México, Cuba e Peru comporão a mostra competitiva ibero americana de longas metragens.

Quinze curtas, representantes do Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Rio Grande do Sul, farão parte da mostra competitiva de curtas metragens.

O melhor longa metragem do festival receberá o prêmio no valor de US$ 10 mil (dez mil dólares), escolhido por júri próprio.

A abertura do festival será com o longa Che – Guerrilha, segunda parte do filme dirigido por Steven Soderberg, ainda inédito comercialmente no Brasil. A exibição do filme marca a também a abertura da mostra paralela Che – Olhares no Tempo, que exibirá 13 filmes que discutem a imagem do guerrilheiro argentino-cubano, e que terá a presença de Douglas Duarte, diretor de Personal Che (2007), Héctor Cruz, diretor de Kordavision (2005), Fernando Birri, diretor de Mi Hijo el Che (1985) e Luis Carlos Gutierrez, o dentista chamado de Fisín, hoje com 90 anos, e que alterou o rosto de Che para as guerrilhas no Congo e na Bolívia.

Uma mostra do Cinema de Animação Cubano: 30 anos dos estúdios do ICAIC, com 30 curtas e um longa metragem, realizados entre 1960 e 2009, prestarão uma homenagem aos Estúdios de Animação Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficas e seus criadores. Um Seminário de Animação está programado para acontecer entre os dias 01 e 03 de agosto.

Seguem abaixo os filmes selecionados:

Mostra Competitiva Ibero-Americana de Longa Metragem:

1- Pequeno Burguês - Filosofía de Vida, de Edu Mansur (documentário, 2008, 70 min, BRASIL)
2- Se nada mais der certo, de Jose Eduardo Belmonte (ficção, 120 min, BRASIL)
3- À Deriva, de Heitor Dhalia (ficção, 2009, 103 min, BRASIL)
4- O homem que engarrafava nuvens, de Lírio Ferreira (documentário, 2008, 105 min, BRASIL)
5- Haroldo Conti - Homo Viator, de Miguel Mato (documentário, 2008, 90 min, ARGENTINA)
6- Coração do tempo (Corazón del tiempo), de Alberto Cortés (ficção, 2008, 90 min, MÉXICO)
7- Os deuses quebrados (Los dioses rotos), de Ernesto Daranas (ficção 2008, 96 min, CUBA)
8 - O Prêmio (El premio), de Alberto Chicho Durant (ficção, 2009, 92 min, PERÚ)

Mostra Competitiva Brasileira de Curta Metragem:

1- A Montanha Mágica (Petrus Cariry, Doc, 13’, Cor, CE, 2009)
2 - Bolívia te extraño (Dellani Lima e Joacélio Batista, Exp., 7’, MG, 2009)
3 - Superbarroco (Renata Pinheiro, Ficção, 17’, PE, 2008)
4 - A Mulher Biônica (Armando Praça, Ficção, 19’, CE, 2008)
5- Silêncio e Sombras (Murilo Hauser, Animação, 9’, PR, 2008)
6- Flores em Vida (Rodrigo Marques e Eduardo Consonni, Doc., 12’, SP, 2008)
7- Leituras Cariocas Consuelo Lins (Doc., 13’, RJ, 2009)
8- Os Sapatos de Aristeu (Renê Guerra, Ficção, 17’, SP, 2008)
9- Sweet Karolynne (Ana Barbara Ramos, Exp. 15’, PB 2009)
10- Nordeste B (Mirela Kruel, Exp.,15’. RS 2008)
11- Josué e o Pé de Macaxeira (Diogo Viegas, Animação, 12’, RJ, 2009)
12- Selos Gracielly Dias, (Ficção, 15’, CE, 2008)
13- Passos no Silêncio (Guto Parente, Ficção, 17’ CE, 2008)
14- Vida Vertiginosa (Luiz Carlos Lacerda, Ficção, 15’, RJ, 2009)
15- Os Filmes que não Fiz (Gilberto Scarpa, Ficção, 16', MG, 2008)

© O Povo)


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