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FIG: Celebração de Pernambuco

24/07/2009

 

 

Foto: JC Imagem
O Cordel do Fogo Encantado apresentou-se no FIG 2009
 
Mundo Livre S/A comemora 15 anos de Samba esquema noise encerrando o FIG. Cordel fez sua festa de 10 anos na quarta

Eugênia Bezerra
ebezerra@jc.com.br

GARANHUNS – O Festival de Inverno de Garanhuns chega à sua reta final e vai promover amanhã um reencontro histórico no palco da Espalanada Guadalajara: numa mesma noite, Mundo Livre S/A e Jorge Ben Jor vão estar dividindo o mesmo palco, repetindo a dobradinha da primeira vez que os mangueboys se apresentaram no FIG, justamente para mostrar Samba esquema noise, o primeiro disco da banda, lançado há 15 anos. Naquela época, Ben Jor assistiu o show pela TV e chegou ao palco momentos antes de sua apresentação.

Para o show na Guadalajara, Fred Zeroquatro vai contar com participações especiais de ex-integrantes da banda. Bactéria, nos teclados e guitarras, toca em duas músicas – na homenagem ao cacique Chicão Xucuru, num desagravo contra a condenação do primo Marquinhos Xucuru, e numa das primeiras composições da Mundo Livre S/A e que virou um hit: a requebrande Bolo de ameixa. Também subirá ao palco o ex-percussionista Otto, que trocou a Mundo Livre S/A pela carreira solo. Ele cantará Livre iniciativa. Zeroquatro também chamou o Maestro Forró, da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério montou um naipe de metais com Parro e (sax) e Moacir Barbosa (trombone) e deve atacar em Meu esquema e Melô das musas.

Será a segunda noite comemorativa dos mangueboys no FIG. Ontem, a Nação Zumbi também festejou os 15 anos do seu primeiro disco – Da lama ao caos, num show que tinha as participações previstas também de Fred Zeroquatro e Otto, além de Arnaldo Antunes, BNegão e Edgard Scandurra. A noite de hoje é dedicada ao rap e suas vertentes, com shows de Faces do Subúrbio e O Rappa. A programação começa com o rock de Os Valvulados e Andréa Amorim (ver matéria na página 5).

Quem esteve na Esplanada Guadalajara na noite de quarta-feira assistiu a mais uma demonstração do poder quase hipnótico que uma apresentação do Cordel do Fogo Encantado tem sobre o público da banda (mesmo que desta vez eles não tenham lotado o local). Bastou o grupo ser anunciado para que as pessoas que estavam espalhadas pela praça se concentrassem em frente ao palco. Dali em diante, cantaram e recitaram cada verso das músicas junto com Lirinha.

O grupo de Arcoverde mostrou músicas de várias fases da sua carreira, que completa dez anos, sendo acompanhado pelos fãs desde as primeiras notas (cantando e dançando, alguns com bandeiras de Pernambuco ou um candeeiro igual ao que Lirinha usa em determinado momento do show). O vocalista já subiu ao palco cantando Tempestade. Seguiram com sucessos como Pedrinha, Os oim do meu amor – na qual Lirinha deixou a plateia cantar a clássica Cio da terra (de Chico Buarque e Milton Nascimento) –, e Pedra e bala.

Nem uma queda de energia elétrica que interrompeu o show por alguns instantes foi suficiente para tirar a empolgação da plateia. Sem som, declamaram Ai se sêsse com Lirinha, verso por verso, até que a energia fosse restabelecida e a banda voltasse com Chover e algumas músicas novas. Lirinha aproveitou para lembrar do início da banda. “Há dez anos tocamos aqui pela primeira vez. A gente saía de Arcoverde para assistir aos shows aí onde estão vocês e uma vez uma amiga disse que um dia viríamos tocar aqui”.

(© JC Online)

 


Homenagem, atraso e até forró fuleiragem

Antes de o Cordel do Fogo Encantado encendiar a Guadalajara, a sétima noite do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), na quarta-feira teve também a cultura pernambucana representada pelas bandas Moendas de Pernambuco e Matingueiros. Esta última fez uma homenagem ao músico Toinho Alves, com Pra fazer chá, e apresentou uma música que deve estar no próximo CD, com um instrumento chinês que é um parente antigo da sanfona.

Em seguida, foi a vez do cantor Geraldo Maia e a banda Fio da Meada. Eles lançaram na cidade o álbum Lundum, aprovado pelo prêmio de produção do Projeto Pixinguinha 2008. O público foi chegando aos poucos e enfrentou a chuva fina que caía sobre Garanhuns para acompanhar o show.

Durante o dia, ou mesmo enquanto acontecem shows na Esplanada Guadalajara, é possível conferir atrações de outros estilos musicais pela cidade. Também na última quarta-feira, um atraso de cerca de uma hora fez com que o (geralmente cativo) público do Palco Instrumental diminuísse em relação aos outros dias. Mas gente como o casal recifense José Morais e Rosa Maria não desistiu e aproveitou a atmosfera aconchegante do local para assistir aos shows de Fanrenheit, Edu Martin e grupo e Wassab. “A gente sempre vem ao Instrumental, Guadalajara, Palco Forró e eventualmente ao Popular. Achei interessante essa divisão de estilos por dia. Pessoalmente senti falta de forró, no ano passado tinha mais com artistas como Dominguinhos, mas gostei do festival como um todo”, avaliou Rosa Maria.

A exemplo da diversidade de estilos citada por ela, no mesmo horário, havia um duo de flauta e piano com Rogério Acioli e Levi Guedes, na Igreja de Santo Antônio, e uma animada noite do reggae no Palco Pop (Parque Euclides Dourado), com shows de Rogério e Os Cabra, Ívano, Brasáfrica e N’Zambi. Também no Euclides, só que a partir da meia-noite, o forró tomou conta com Caçuá do Mangai, Silveirinha e Banda Pinga Fogo.

No Palco de Cultura Popular, aconteceu uma apresentação inusitada na última quarta-feira, a banda Anjos do Forró. O grupo tocou uma versão estilizada do ritmo que aparece em seu nome, o que destoa do perfil das atrações do palco. Segundo a assessoria de imprensa da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o grupo submeteu uma proposta ao edital que condizia com a ideia de valorização da cultura popular, mas mostraram um show diferente. Ou seja, foram selecionados por um repertório e apresentaram outro. Mesmo assim, a Fundarpe vai pagar o cachê, já que apresentaram parte do show proposto.

(© JC Online)


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