Quantidade e variedade de opções é um ponto
forte da Bienal Internacional do Livro, que reúne 240 estandes dos
mais variados segmentos
Breno Pessoa
Especial para o JC
Fica difícil não se perder em meio aos corredores enormes, os
milhares de livros e centenas de estandes da 6ª Bienal do Livro de
Pernambuco, no Centro de Convenções, em Olinda. Se um dos grandes
atrativos do evento é a quantidade e variedade de obras disponíveis,
tamanha oferta também pode acabar por desnortear o visitante. Isso
sem contar a extensa programação, que inclui lançamentos, palestras,
exibições de filmes, oficinas e outras atividades. Afinal, o que é
realmente indispensável?
Provavelmente um dos aspectos mais interessantes da Bienal do
Livro de Pernambuco é a possibilidade de encontrar livros com preços
abaixo dos praticados no mercado. Muitas das cerca de 85 mil pessoas
que visitaram o Centro de Convenções nos três primeiros dias de
evento provavelmente tinham essa intenção. Só que é preciso garimpar
bastante para achar entre as ofertas algo diferente das inevitáveis
coleções de clássicos da literatura, disponíveis aos montes em
diversos estandes, com preços entre R$ 3 e R$ 10.
Claro que levar para casa Machado de Assis ou Goethe, em edições
que custam entre R$ 5 e R$ 10 pra casa é satisfação garantida, mas é
preciso ficar atento: muitas edições oferecem apenas a versão
resumida das obras. Não é difícil, por exemplo, esbarrar numa
publicação de Os Sertões com pouco mais de 50 páginas que sequer
informa tratar-se de um resumo (o original é um calhamaço de quase
600 páginas).
Mas existem opções mais variadas por um bom preço. Alguns
livrarias e editoras estão oferecendo descontos sobre o preço de
tabela, com os estandes da Liga Brasileira de Editoras (Libre), Via
Livros e Editora Moderna. Os abatimentos, entre 20% e 30%, resultam
numa boa economia, sobretudo na compra obras mais caras, como Frans
Post 1612-1680, que pode ser encontrado na Bienal do Livro por R$
152 e nas livrarias custa até R$ 200. É só vasculhar bem.
A proximidade do Dia das Crianças (12) é também razão para
compras. Gastando pouco, é possível levar diversos livros infantis,
que custam a partir de R$ 0,50 em alguns estandes. Existem opções
até mesmo para quem está com os bolsos vazios, como a biblioteca
móvel do Sesc. O espaço disponibiliza um acervo bastante
diversificado, que deve agradar todo tipo de leitor.
Quem gosta de autores regionais pode achar obras difíceis de
serem encontradas na maioria das livrarias. Os estandes da Fundarpe
e da Unicordel oferecem uma oportunidade de levar pra casa cordéis,
CDs e livros de autores como José Moura e Dedé Monteiro, que custam
na faixa dos R$ 20.
PROGRAMAÇÃO
A literatura, claro, norteia a programação, mas há opções como o
Cine Letras, que exibe hoje às 17h o filme Memórias do
subdesenvolvimento, do cubano Tomáz Gutiérrez Alea. Outro dos
destaques do dia é debate sobre Literatura e quadrinhos, com os
cartunistas João Lin (PE), Antônio Cedraz (BA) e Pascal Rabaté
(França), no Auditório Clarice Lispector, às 17h45.