O já tradicional evento da cantoria de
viola acontece pela sétima vez, mas não terá
etapas fora do Estado. A final será no
Recife, dia 30
José Teles
teles@jc.com.br
O VII Desafio Nordestino de Poetas
Cantadores, anunciado oficialmente ontem
pela presidente da Fundarpe, Luciana
Azevedo, começa em São José
do Belmonte, no Sertão pernambucano, e vem
descendo para o litoral, passando por sete
cidades do interior: Itapetim,
Lajedo (dia 15), Sertânia (dia 16), Caruaru
(dia 17), Ipojuca (dia 22), Vitória (dia 23)
e Timbaúba (dia 24). A finalíssima acontece
no dia 30 (deste mês), na Praça do Marco
Zero, no Bairro do Recife.
A principal diferença da edição desta
sétima edição para as anteriores, é que este
ano o certame está bem mais modesto, e não
será levado a outros Estados (no ano passado
a final foi em Brasília): “A idéia é que, de
acordo com reuniões com secretarias de
cultura dos Estados nordestino, a chamada
Conexão Nordeste, possamos realizar o
Desafio em outras capitais, a partir de
2008”, explicou Luciana Azevedo.
Num convênio com a Secretaria da Mulher,
todas as noites, além das duplas masculinas
que disputam o Desafio de Cantadores, duplas
de mulheres repentistas ou declamadoras
marcará a presença feminina: “O espaço será
aproveitado para divulgação da campanha que
combate a violência contra a mulher”, disse
o produtor do festival, o repentista Rogério
Menezes.
Menezes adianta também que este ano o
corpo de jurados será composto apenas por
profissionais da cantoria de viola. “Achamos
que ninguém melhor do que um cantador, que
não apenas entende, como faz repente, para
julgar outro cantador. Teremos na comissão
alguns grandes nomes do repente, como Diniz
Vitorino, um dos maiores da cantoria”.
Valdemir Cintra, que trabalha com Menezes na
produção do Desafio de Cantadores acrescenta
que cada uma das nove etapas haverá um corpo
de jurados diferente, escolhidos mediante
sorteio. “O objetivo é dar mais
transparência na pontuação dos participantes
e maior credibilidade à disputa”, diz
Cintra.
Ainda no item credibilidade, Rogério
Menezes ressalta que este ano os cantadores
competirão totalmente no improviso. ‘Ninguém
vai ter conhecimento dos motes ou
modalidades antecipadamente. Balaio somente
no tema livre”. O “balaio”, no jargão dos
cantadores, são repentes previamente
combinados e ensaiados. O mote da cantoria
será sorteado instantes antes de começar das
disputas.
Doze duplas de cantadores disputam os
prêmios de R$ 5 mil (1º lugar), R$ 4 mil (2º
lugar) e R$ 3mil (3º lugar). As duplas
vencedoras por etapa terão direito a um
prêmio extra de R$ 1 mil. Os grandes
vencedores do certame em 2006, os Nonatos
(Raimundo Nonato e Nonato Costa),
considerados pelos especialistas como os
melhores repentistas em atividade, não
participam este ano. “Como o festival
demorou muito para ser anunciado, eles não
puderam aceitar o convite porque têm agenda
cheia”, justificou Rogério Menezes.