O sonho de ter uma grande mostra internacional dedicada à Sétima Arte na capital pernambucana dá seus primeiros passos a partir do próximo dia 13, quando começa a Janela Internacional de Cinema do Recife. Iniciativa da Cinemascópio Produções patrocinada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o evento ocorre até 20 de novembro com competições nacional e internacional de curtas-metragens, além de apresentações de longas e ciclos selecionados.

Ao todo serão exibidos em duas salas – o Cinema da Fundação, no Derby, com ingresso a R$ 2, e o Cineteatro do Parque, na Boa Vista, a R$ 1 – cerca de 150 produções de 30 países. A divulgação da programação completa ocorreu ontem, em entrevista coletiva no Museu do Estado de Pernambuco, nas Graças, da qual participaram representantes da organização e dos patrocinadores.

“A idéia é ter um festival internacional no Recife. É incrível em 2008 a gente ainda não ter”, disse a montadora de audiovisual e produtora francesa radicada no Recife Emilie Lesclaux. Segundo ela, nessa primeira edição o foco principal são os curtas-metragens.

Para a presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, a mostra recebeu o incentivo do Programa de Fomento à Produção Audiovisual por corroborar com a política de audiovisual do Governo do Estado que, além de investir no fomento para realização de obras, visa cada vez mais difundir o acervo já produzido. Luciana ainda destacou que se trata de um evento que une as três esferas governamentais: a federal, por meio da Fundação Joaquim Nabuco, que administra o Cinema da Fundação, a municipal, representada pela Prefeitura do Recife, que coordena o Parque, e a estadual, patrocinadora.

No festival chama a atenção a variedade de curtas nas mostras competitivas, filmes realizados por nomes em sua maioria desconhecido do grande público e que estarão presentes no evento participando dos dos debates, que serão inerentes a todas as apresentações.

A produção atual do Estado também ganha mais uma vitrine importante, a Janela Pernambucana (fora de competição). Outro grande momento do audiovisual local é homenageado com o programa Super 8: A Cura do Ócio dos Filhos da Classe Média, sobre o ciclo que marcou os anos 70 e início dos 80. Completam o vão da Janela os programas especiais Foco Martin Sastre, com uma amostra do acervo do jovem videografista uruguaio, Animação Infantil, Curta Cinema: Identidades Sexuais, Interfilm (Berlim), e a exibição dos longas KFZ-1348, dos pernambucanos Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso, Pan cinema permanente, de Carlos Nader, Andarilho, de Cao Guimarães, e a pré-estréia de Queime depois de ler, dos irmãos Coen.

(© JC Online)