14/10/2009
Foto: Divulgação
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Cartaz
da montagem de 2003
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Taís, Toti,
Chiquinha, Pedro, Rosinha de Chica... os personagens que Dorival Caymmi
apresenta nas músicas Pescaria e O mar, para se ater a dois exemplos, e
que já estavam na imaginação de quem escuta, agora ganham rostos no
musical O bem do mar, que estreia amanhã, no Teatro Leblon. Antonio de
Bonis, que assina a direção da peça, com a qual completa 20 anos à
frente de musicais, faz desde 2003 um estudo sobre o compositor, e
chegou inclusive a fazer uma “montagem semiprofissional”.
– Geralmente me interesso por compositores que sinto que posso encenar,
que fazem uma crônica de suas vidas – comenta de Bonis. – No caso do
Dorival, há um retrato muito forte do que foi a Bahia em que ele viveu,
um pouco do Rio de Janeiro, a história dos pescadores.
A partir disso construo os quadros, as cenas teatrais.
Assim como em seus outros de seus musicais, como Dolores e Lamartine
Para Inglez Ver, Antonio de Bonis não utiliza diálogos, apenas as letras
das músicas: – Elas próprias dialogam entre si, contam uma história. Não
sinto necessidade de colocar texto, já que as letras falam o que os
compositores pensam da vida, do amor, do trágico, do cotidiano, enfim.
O musical é dividido em QUE É QUE O BAIANO TEM? – Espetáculo mostra, em
três partes, a infância de Caymmi, a Bahia glamourizada vista pelos
cariocas e o fascínio pelo mar e pela vida dos pescadores três blocos.
No primeiro, os costumes baianos entram em foco, a partir da “visão do
compositor desse mundo”. A vida de Dorival Caymmi na Bahia também é
abordada.
– Funciona um pouco no sentido de rememorar a infância das feiras, dos
pregões, das brincadeiras de roda, das conquistas e paqueras – ressalta
o diretor.
A vinda de Caymmi para o Rio de Janeiro é retratada na segunda parte, e
músicas como Saudade da Bahia e Sábado em Copacabana mostram a época em
que o compositor é conhecido nos grandes centros, ao mesmo tempo em que
ele sente falta da terra natal.
– Eu mostro uma Bahia estilizada, mais próxima de uma Carmen Miranda,
com mais brilho – destaca de Bonis. – Tem um pouco do glamour do Rio nos
anos 50, de como a cidade absorve essa cultura baiana com sofisticação,
como na cidade isso é glamourizado: A estética desse momento também é
inspirada nos artistas Di Cavalcanti, Carybé e Pierre Verger.
– São três artistas que tiveram um olhar muito específico sobre a Bahia.
No terceiro bloco, a relação do mar com os pescadores é abordada,
aproveitando as várias músicas que Caymmi gravou sobre esse universo,
como Suíte dos pescadores, de onde o título da peça é retirado.
– A vida dos pescadores é difícil, mas cheia de poesia e crenças. Mesmo
os que foram, tiveram algum contratempo e não puderam voltar no mesmo
dia, jogam a jangada no dia seguinte e partem para o mar novamente, pois
a vida tem que continuar. É como o movimento do mar, que vai e volta.
Divulgação /Guga Melgar >> Em cartaz O bem do mar Teatro Leblon, Rua
Conde Bernadote, 26, Leblon (2529-7700). A partir de 5ª, às 21h,
domingos às 20h. R$ 60 (quintas e sextas), R$ 70 (sábados e domingos).
(©
JB Online)
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