Foto: Divulgação
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Filme Viajo porque preciso, volto porque te amo abre o festival
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O festival Janela Internacional de Cinema do Recife chega
a sua segunda edição com uma programação que, ao longo de nove dias,
trará à capital pernambucana 150 filmes, entre curtas e longas
brasileiros e estrangeiros. O evento tem início na próxima sexta-feira
(16) e segue até o dia 24 de outubro. Os filmes serão exibidos nos
Cinemas da Fundação e Apolo.Durante o festival,
acontecem mostras competitivas de curtas-metragens, brasileira e
internacional, sessões de longas-metragens inéditos no Recife e mostras
não competitivas. O festival também traz a proposta de realizar, ao
final das sessões, conversas entre o público e os cineastas e
convidados. A abertura, no Cinema da Fundação, conta com uma seleção
surpresa de curtas e com a estreia no Recife do longa Viajo porque
preciso, volto porque te amo, do pernambucano Marcelo Gomes e Karim
Aïnouz.
Os curtas do festival estão divididos em programas
temáticos. Entre os longas, títulos como Los abrazos rotos, de Pedro
Almodóvar; Politist adjectiv, de Corneliu Porumboiu; No meu lugar, de
Eduardo Valente; e Corumbiara, de Vincent Carelli. Todos os realizadores
brasileiros participarão dos debates. Os
programas de curtas terão entradas ao preço de R$ 1, enquanto os
ingressos para os longas custarão R$ 8 e R$ 4.
O curador do festival, Kleber Mendonça
Filho, acredita que é o caráter autoral e pessoal dos títulos que
aproxima filmes de nomes tão conhecidos como Almodóvar de outros menos
populares entre o grande público. "De alguma maneira, eu consigo ver
nisso uma relação entre todos os filmes da seleção", afirma. O
investimento para o festival foi de R$ 88 mil de financiamento público,
mais alguns apoios da iniciativa privada.
Na edição deste ano, o Janela traz três
programas de curtas numa parceria com o Festival Internacional de Curtas
Metragens de Oberhausen, um dos mais reconhecidos do mundo. O festival
também valorizou parcerias com cineclubes e trará a sessão "Sexo é coisa
que quase todo mundo gosta", com curadoria do Cachaça Cinem Clube, do
Rio de Janeiro, além de duas sessões de filmes surpresa, uma com
curadoria do Cineclube Dissenso e a outra com seleção da produtora
Trincheira Filmes, ambos de Pernambuco. Haverá ainda programas
gratuitos na Aliança Francesa, no Derby, e no Hospital do Câncer, em
Santo Amaro.
O festival de cinema também abriu espaço
para videoclipes, com a mostra especial "Caos, noise e clipes -
retrospectiva dos 15 anos do videoclipe pernambucano". No sábado (17)
haverá a festa Bendita, celebrando o início do Janela. A festa, no Poço
da Panela, será animada pelas DJs Alice Coutinho e Ana Carmo e contará
com a partcipação dos cantores Alessandra Leão e Junior Black, que
assumem a posição de DJs convidados.
Assim como no ano passado, o festival
contará com um blog onde sete jovens universitários publicarão críticas
diárias sobre os filmes exibidos. O Janela Crítica começará a ser
alimentado após o início do festival. Outro blog que promete movimentar
o festival é o Janela Indiscreta, assinado pelo artista visual Aslan
Cabral, que publicará comentários sobre os bastidortes do evento.
(©
JC Online)
Janela bem aberta para o cinema
Curtas e longas dos mais diversos
recantos, de Hong Kong ao Ceará, serão exibidos na segunda edição do evento,
a partir de sexta até o dia 24
Fellipe Fernandes
ffernandes@jc.com.br
O cinema como uma janela aberta para olhares pessoais,
originários dos mais diversos recantos, de Hong Kong ao Ceará, passando pela
Alemanha, Polônia, Estados Unidos e Pernambuco. A segunda edição do festival
Janela Internacional de Cinema do Recife cumpre o objetivo proposto pela
iniciativa e coloca Recife no roteiro de exibição de obras de destaque no
cenário nacional meses antes de suas estreias no circuito comercial, além de
proporcionar o contato com filmes que não têm sequer divulgação programada
no Brasil. A partir de sexta-feira, o Cinema da Fundação recebe longas que
fizeram carreira nos mais famosos festivais internacionais, além de
produções que, mesmo não tão badaladas, podem revelar algo de relevante numa
forma pessoal de fazer cinema. Na próxima segunda a programação também passa
a ter sessão no Cinema Apolo, até o encerramento no sábado, 24.
O longa-metragem Viajo porque preciso, volto porque te amo,
de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, que ganhou na semana passada o prêmio de
melhor direção no Festival do Rio, abre a programação 2009 da Janela. O
filme pernambucano é exibido pela primeira vez no Estado, assim como os
outros nove longas que compõem a programação. Los abraços rotos, lançamento
de Pedro Almodóvar ansiosamente aguardado pelos cinéfilos, é exibido no
domingo, por exemplo. Já a nova obra de Alain Resnais, Les herbes folles,
encerra o festival produzido pela Cinemascópio. Assim como o lançamento de
Almodóvar, o filme de Resnais participou da última edição do festival de
Cannes, no qual recebeu o prêmio pelo conjunto da obra.
Dos festivais internacionais também chegam à programação do
Janela longas-metragens menos conhecidos, mas que merecem igual atenção.
Politist adjectiv, de Corneliu Porumboiu, obra que conquistou o prêmio do
júri na mostra Um Certo Olhar, também de Cannes, não tem o poder de atração
de um arrasa-quarteirão como Almodóvar, mas vem construindo sólida carreira,
confirmando a onda inspirada pela qual passa o cinema romeno. Mais discreto
é o caminho percorrido pela produção belga Double take, de Johan Grimonprez,
que participou do Festival de Berlim, mas não tem distribuição prevista no
Brasil.
Da recente produção brasileira, a Janela traz a estreia
mundial do novo longa-metragem de Marcelo Pedroso, Pacific, que, através de
imagens de turistas, retrata a viagem num cruzeiro para Fernando de Noronha.
Da Símio Filmes, produtora da qual Pedroso é um dos fundadores, também
consta na lista dos longas a primeira exibição no Estado do provocativo Um
lugar ao Sol, de Gabriel Mascaro. O documentário ganhador do prêmio de
melhor filme no Festival de Gramado este ano, Corumbiara, de Vincent
Carelli, e a primeira incursão no formato de longa-metragem do crítico e
cineasta Eduardo Valente, No meu lugar, completam o panorama nacional
formado pelo festival. Valente, além de Gomes e Pedroso, está entre as
presenças confirmadas no festival. Vale lembrar que as sessões de curtas
nacionais também contam com a presença de pelo menos um cineasta. Dos
diretores internacionais, dois vão estar presentes nos debates que ocorrem
após a exibição: Ian Strang, canadense diretor do curta Dearest, e Pablo
Lamar, argentino responsável pelo curta Noche adentro.
FOCOS ESPECIAIS
A partir da programação da 54ª edição da Mostra
Internacional de Curtas-metragens de Oberhausen, o curador Herbert Schwarze
montou uma seleção de dois programas especiais que incluem obras do mundo
inteiro. O alemão também vai estar presente durante a programação do Janela
e vai participar da conversa com os realizadores, no Café Castigliani, que
deve acontecer na sexta, na segunda e na próxima quarta, aberta a qualquer
cineasta e com a presença dos participantes do festival. De Oberhausen chega
também a mostra MuVi, que conta com videoclipes de bandas como Radiohead e
The Beatles, feitos pelos próprios fãs. Seguindo essa linha, Janela
aproveita a celebração dos 15 anos de lançamento dos discos Samba esquema
noise, da Mundo Livre S.A., e Da lama ao caos, de Chico Science & Nação
Zumbi, para fazer uma retrospectiva dos videoclipes do Estado na mostra
Caos, Noise e Clipes.
(©
JC Online)
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