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13-12-2001 Bahia rememora obra do "exótico" Walter Smetak FABIO CYPRIANO Em 1961, após participar como violoncelista de um concerto de música concreta dirigido por Hans Joaquim Koelreutter, em Salvador, o suíço Walter Smetak decidiu criar instrumentos mais adequados à sonoridade que era buscada. Com cabaça, cabo de vassoura e corda de violão, criou seu primeiro monocordeão e chamou-o de "Mundo". Desde então, Smetak (1913 -1984) não parou de criar instrumentos, alguns que nem eram feitos para emitir som, e por isso eram denominados "plásticas", esculturas que lhe renderam o prêmio de aquisição da Primeira Bienal da Bahia, em 66, e um convite para integrar a mostra "Nova Objetividade", no Museu de Arte Moderna do Rio, em 67, com curadoria de Hélio Oiticica. Os que emitiam som eram denominados "plásticas sonoras". No total, o músico construiu mais de 150 instrumentos que, desde sua morte, passavam por uma fase de desintegração. Ontem, graças ao esforço de sua filha Bárbara, esses objetos começaram a ser expostos em Salvador, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), após terem sido restaurados a um custo de R$ 28 mil. Entre eles, estão os choris, instrumentos que, segundo Smetak explicava, "não chora, nem ri". Além da mostra, serão relançados, agora em CD, os discos "Interregno" (1980) e "Smetak" (1974), produzido, na época, por Roberto Santana e Caetano Veloso, que participou das gravações junto com Gilberto Gil. O álbum é prova da influência de Smetak sobre os tropicalistas. "Na época, minha casa ficava cheia de hippies; muitos, como Gil, iam lá até para tentarem ver discos voadores", recorda-se Bárbara. Smetak era de fato considerado um ser exótico em Salvador, desde 1957, quando foi contratado como professor da UFBA. Também foi lançado o livro de sua autoria
"Simbologia dos Instrumentos". Apesar de ter escrito cerca de 30 obras, apenas
uma foi publicada em vida. Todas, no entanto, estão datilografadas e encadernadas na
biblioteca da UFBA. O volume que vem a público, de 83, encontrava-se nessa situação.
"Pouco antes de morrer, meu pai andava com ele por todo canto, pedindo para alguém
editá-lo", diz Bárbara. Com relação a este tema, veja também: |
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