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O cominho (Cuminum cyminum L) é uma planta da família das umbelíferas |
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Especiaria de sabor pungente e característico, o cominho é muito
usado em países de cozinha igualmente marcante, como Índia, México e
Alemanha, entre outros.
Na Holanda e na Suíça, tempera alguns queijos; na França e na
Alemanha, aromatiza bolos, pães, carne de porco, embutidos e
conservas, e, no norte da África, suas sementes são usadas em carnes
e vegetais.
Segundo a enciclopédia "The Oxford Companion to Food", na Espanha
continua a emprestar sabor a cozidos e pães, mas em escala cada vez menor,
como parece implícito no ditado "me importa un comino" -algo como "não estou
nem aí".
Na América Latina, sua popularidade se deve, em parte, à influência
espanhola, enquanto nos Estados Unidos pode ser encontrado em restaurantes e
lanchonetes de cozinha "tex-mex" como ingrediente do chili com carne
mexicano.
No Brasil, as preferências se dividem. Para Ina de Abreu,
chef-proprietária do restaurante Mestiço, existe uma certa rejeição ao
cominho em São Paulo. "Assim como o coentro, ele tem um gosto muito forte,
muito característico. Já tive pratos no cardápio que levavam cominho e muita
gente devolvia", conta.
Já na região Nordeste do país, é ingrediente do dia a dia. "É como se
fosse o sal do Nordeste, usado no feijão, em guisados, assados, carnes,
moquecas e temperos caseiros", afirma Jorge da Hora, professor do Centro
Universitário Senac. Nos mercados, encontra-se um tempero pronto que mistura
cominho e pimenta-do-reino.
A planta herbácea, da mesma família da salsinha, possui frutos pequenos e
alongados, com listras na parte externa e, no interior, as sementes
aromáticas usadas na cozinha. Provavelmente nativa do leste do Mediterrâneo,
é cultivada em todo o mundo e já era bem conhecida na Antiguidade, quando
gregos e romanos a utilizavam para fins medicinais e cosméticos.
Segundo o livro "101 Alimentos que Podem Salvar Sua Vida", de David
Grotto (ed. Larousse), em alguns países é considerado uma versão estrangeira
da alcaravia (ou "kümmel") e vice-versa, sendo chamado de alcaravia romana,
oriental, egípcia e turca. Também já simbolizou ganância e fé, em períodos
diferentes.
Fonte de ferro, cálcio e fósforo, é empregado popularmente como
digestivo, diurético e afrodisíaco.
Como perde sabor rapidamente, as sementes moídas são melhores que o pó.
Ambos devem ser armazenados em recipiente de vidro fechado, em local fresco,
seco e escuro.
Legumes à indianaINGREDIENTES
(para cinco pessoas)
2 cebolas médias picadas
2 dentes de alho picados
4 tomates grandes sem pele e sem sementes picados
4 colheres (sopa) de azeite
200 ml de leite de coco light
1 colher (chá) de sal
1 colher (café) de curry
1 colher (café) de cominho
2 abobrinhas médias
1 e 1/2 xícara (chá) de vagem
2 cenouras médias
2 batatas médias
1 e 1/2 xícara (chá) de couve-flor
1 colher (sopa) de coentro picado
PASSO A PASSO
1. Em uma panela média, coloque de quatro a cinco xícaras (chá) de água para
ferver e, depois, deixe em fogo médio.
2. Coloque a cenoura, instantes depois, a batata e, um pouco depois, a vagem.
Após dois minutos, adicione a couve-flor e, por último, a abobrinha.
3. Em seguida, escorra os legumes e reserve.
4. Refogue a cebola e o alho no azeite, em fogo baixo.
5. Acrescente o tomate e mexa bem até amolecer.
6. Acrescente o leite de coco, o sal, o curry e o cominho.
7. Em seguida, junte os legumes e deixe ferver por dois a três minutos.
8. Apague o fogo, salpique o coentro e sirva.
Receita da chef Rita Atrib, do restaurante Le Petit Gourmet
(tel. 0/xx/3845-2020)
(©
Folha de S. Paulo)