Culinária

Passa de Caju com Açúcar Mascavo

 

Ingredientes:

45 cajus
1 kg de açúcar branco
1 kg de açúcar mascavo
5 folhas de fifigo (opcional)
suco de um limão

Preparo:

Retire a castanha e a outra extremidade, lave, fure e esprema os cajus (basta dar uma achatada em cada um deles). Coloque-os em uma panela com água (o suficiente para cobri-los) e o suco de limão por 40 minutos. Escorra, ponha em uma panela cheia de água fervente e deixe no fogo por 3 minutos. Retire os cajus, espalhe numa peneira e, depois de frios, esprema-os para retirar a água. Ponha numa caçarola o açúcar branco e o mascavo, um copo de água e leve ao fogo até obter ponto de fio. Ponha os cajus nessa calda e ferva por 30 minutos com a panela tampada. Retire do fogo. No dia seguinte, volte a panela ao fogo baixo, repetindo essa operação durante 3 dias. Se a calda ficar muito grossa, coloque um pouquinho de água. Depois da última fervura, escorra o mel, espalhe os cajus numa peneira, cubra com um véu e leve ao sol para secar, virando-os diariamente. Faça isso por 5 dias, até que os cajus fiquem totalmente secos. Troque de peneira se ela estiver úmida. Passe os cajus em açúcar cristal. Guarde em vidros de boca larga, enxutos e com tampa.

Caju: riqueza brasileira

Muito conhecida e consumida, essa fruta está se revelando um alimento importantíssimo em termos nutricionais e funcionais. Descubra todo o seu poder e veja por que ela não pode faltar na sua mesa

SIMONE SERPA
FOTOS: PRISCILA PRADE

Há algumas curiosidades a respeito do caju. Para começar, a fruta é a castanha e sua haste de sustentação (pedúnculo) é o caju propriamente dito. É dela que se extrai o suco, hoje um dos mais consumidos no Brasil na forma industrializada, só perdendo para o de laranja. Várias pesquisas realizadas nas universidades do Brasil e até da Europa vêm chamando a atenção para esse alimento tão barato, rico e conhecido (especialmente no nordeste).

Segundo Geraldo Arraes Maia, professor da Universidade Federal do Ceará na área de Tecnologia de Frutas e pesquisador do CNPq, o caju tem sido muito procurado não só por seu sabor exótico e os componentes nutricionais, mas também por suas propriedades funcionais. "Os compostos fenólicos, a vitamina C, os carotenóides e as antocianinas formam o grupo de substâncias que têm ação antioxidante. São elas que evitam a formação dos radicais livres, moléculas que danificam as células e provocam uma série de doenças degenerativas, problemas cardíacos e alguns tipos de câncer".

Estudos europeus indicam que todas as frutas que concentram ativos antioxidantes trazem benefícios para a saúde, tanto que os órgãos fiscalizadores da Europa estão permitindo, inclusive, que se acrescente essa informação nos rótulos dos produtos.

Mais vale um caju do que 3 laranjas

Um complexo de substâncias presentes no caju faz com que ele seja um poderoso antioxidante, que protege as células do corpo

Na questão nutricional o caju também tem muito a oferecer. Ele é rico em carboidratos, fibras, minerais (como cálcio, fósforo e ferro), vitamina C e complexo B. Para se ter uma idéia, ele tem três vezes mais vitamina C do que a laranja. Enquanto 100 ml de suco desta última contém 60 mg dessa vitamina, a mesma quantidade de suco de caju concentra de 200 a 250 mg. "Ele só perde para a acerola e para o camu-camu, uma fruta ainda não comercializada", afirma Antônio Calixto, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Ceará. Isso tudo sem falar na castanha. "Ela tem 30% de proteína de alto valor nutritivo e é fonte importante de vitamina E, que tem sido relacionada à saúde do coração e dos órgãos reprodutores", diz o professor Geraldo. Tanta coisa boa reunida em uma fruta tão barata. Sim, porque o caju é farto no nordeste, onde é consumido in natura e também amplamente aproveitado em sucos, doces, geléias... "Ele é considerado uma das mais importantes plantações da região, pois aproveita a mão-de-obra no período de entressafra de outras culturas", explica Antônio Calixto. A agroindústria do caju é responsável por uma área plantada em torno de um milhão de hectares no nordeste, gera trabalho direto e indireto nos segmentos agrícola, industrial e de serviços para 1,5 milhão de pessoas.

Falta aproveitar melhor

Apesar de tudo, ele ainda é subaproveitado. O engenheiro agrônomo destaca que o nível de utilização do pedúnculo não chega a 10%, por isso muitas pesquisas são desenvolvidas no nordeste para potencializar o aproveitamento da parte suculenta da fruta. Com isso quem ganha somos nós, os consumidores. O professor Geraldo cita exemplos, como o hambúrguer feito com as fibras do fruto, o creme da amêndoa e, o mais badalado do momento, a barrinha de caju. "Com a barra aproveitamos a fibra desidratada do pedúnculo, que é desprezada pela indústria", diz Antônio Calixto, criador da receita. Na elaboração do produto entra também o suco concentrado, o chamado mel de caju, com altíssimos teores de vitamina C. "Esse sumo superconcentrado tem 25 vezes mais vitamina C do que uma laranja e 66,5% de açúcares, que são a glicose ou frutose", ressalta o especialista. Há variações genéticas da fruta, mas elas não indicam diferenças na composição química e na qualidade nutricional. O importante é selecionar aquelas com hastes de textura firme, de tamanho grande e coloração que vai do laranja ao vermelho.

Receitas 100% nutritivas

A Embrapa desenvolveu várias receitas com caju. O objetivo é aproveitar ao máximo seus nutrientes e componentes funcionais. Experimente!

Fonte: Estilo Natural Online


 
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