O fruto pode pesar entre quatro e
oito quilos, brota do tronco e dos galhos da jaqueira. A árvore pode
atingir a altura de um prédio de dez andares. Colher as jacas antes que
elas se esparramem no chão é um desafio, mas habilidade e coragem não
faltam aos tiradores de jaca. Eles aprendem ainda crianças e chegam a
ganhar até R$ 40,00 por dia tirando o fruto dos galhos mais altos. Cada
jaqueira chega a brotar até 400 frutos.
Cheiro atraente e muito saborosa a jaca faz parte do paladar do povo do
Nordeste, consumida de maneira simples, da forma bem tradicional do
interior, ou transformada em doces.
A doceira Aurelina Santos, por exemplo, descobriu uma maneira de ganhar
dinheiro cristalizando a jaca. Tudo é muito simples. Basta uma mesa,
alguns recipientes e um fogareiro a carvão. Jaca, açúcar e uma boa dose
de paciência são os únicos ingredientes da receita.
Na primeira parte do preparo dos doces em formato de flor basta
acrescentar dois quilos de açúcar sobre uma porção de 2,5 quilos de
bagus de jaca sem os caroços. Depois, dona Aurelina leva ao fogo e mexe
com uma colher de pau por cerca de duas horas, até atingir o ponto
ideal. Quando o doce ficar quase seco, partindo-se com facilidade, é
porque chegou a hora de retirá-lo do fogo.
“Depois do doce pronto deixa esfriar e só pode enrolar no outro dia. Faz
as flores e põe para secar”, falou dona Aurelina.
A dona Aurelina recomenda que as mãos estejam bem limpas para deixar
cada fatia de doce com o formato de uma flor. Para complementar a
cristalização artesanal é preciso deixar secar por no mínimo três horas
antes de consumir.
A porção que dona Aurelina preparou rende de 120 a 140 doces, vendidos a
R$ 0,40 cada.
O pico da safra da jaca, em alagoas, vai de janeiro a abril.