Apesar
do nome, batata-doce não é da família da batata
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Rica em carboidratos e nas vitaminas A, B1, B5 e C, a batata-doce é
cultivada em todo o Brasil. Em alguns Estados do Nordeste e no Sul, ela
protagoniza um costume antigo que pode parecer estranho aos moradores de
outras regiões: é consumida na primeira refeição do dia, com o café,
substituindo o pão. "Principalmente na zona rural, há esse hábito de
servi-la de manhã, cozida ou assada", diz Fátima de Freitas, professora de
culinária brasileira do Centro Universitário Senac de São Paulo.
De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação), a batata-doce é cultivada em mais de cem países. A cultura se
adapta melhor a áreas de clima tropical.
Diferentemente do que o nome sugere, essa hortaliça tuberosa não é da
família da batata, ainda que ambas sejam nativas da América. Segundo a
enciclopédia "The Penguin Companion to Food", de Alan Davidson, a confusão
remonta ao ano de 1492, quando os tripulantes da expedição de Colombo
tiveram contato pela primeira vez com a batata-doce no Haiti, onde a espécie
era chamada só de batata. Mais tarde, esse nome seria transferido
indevidamente à batata comum por europeus desavisados.
Suas raízes assumem diferentes formas, tamanhos e cores conforme a
cultivar e o local de produção. No Brasil, as variedades mais conhecidas são
a branca, também chamada de angola ou terra-nova, de polpa seca e não muito
doce, e a roxa, que fica mais doce e macia após cozida. Há ainda a amarela,
parecida com a branca, e a avermelhada, de casca parda e polpa amarela com
veios roxos ou avermelhados.
Na culinária brasileira, as claras são mais usadas em receitas salgadas,
como sopas e purês, mas, em geral, a hortaliça chega à mesa cozida ou frita,
como acompanhamento de carnes. Segundo Fátima de Freitas, ao assá-la e
cozinhá-la, é recomendável manter a casca, para preservar os nutrientes. Já
a batata-doce roxa é mais empregada em doces.
O maior inconveniente está no alto valor energético em relação a outras
hortaliças. Segundo a Tabela de Composição Nutricional das Hortaliças
desenvolvida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a
amarela é mais calórica do que a roxa, que, por sua vez, bate a branca -cada
100 g contêm, respectivamente, 125, 95 e 89 calorias. Outro problema é a
presença de um inibidor de digestão que favorece a fermentação dos
alimentos, causando flatulência.
Ingredientes:
(para quatro pessoas)
2 batatas-doces brancas
80 g de manteiga sem sal
flor-de-sal
açafrão
pimenta-do-reino branca
Preparo:
1.
Em forno médio, asse as batatas com casca envoltas em papel-alumínio até
que estejam macias (cerca de uma hora). Corte-as em cubos grandes.
2. Coloque uma folha de papel-alumínio
em uma superfície lisa. Sobre ela, disponha metade da manteiga, as
batatas, o restante da manteiga por cima e tempere com flor-de-sal.
Salpique o açafrão.
3. Cubra com outra folha de
papel-alumínio e feche as laterais, formando um envelope. Leve ao forno
a 200C e asse até estufar o envelope.
4. Abra o envelope, disponha as
batatas-doces em um prato fundo e regue-as com a manteiga derretida.
Finalize com pimenta-do-reino moída.
5. Sirva as batatas acompanhadas de um
contrafilé grelhado ou de outra carne de sua preferência.
Receita do chef Raphael Durand
Despirite, do restaurante Marcel (tel. 0/xx/11/3064-3089)
Fonte: Folha de S. Paulo/Equilíbrio